sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nave que levou 1ª chinesa ao espaço retorna à Terra, mas capota ao pousar

A Shenzhou 9 aterrissou no norte do país. Apesar do forte impacto e sacudidas da nave, astronautas nada sofreram.



(Efe/G1) A nave espacial chinesa Shenzhou 9, lançada ao espaço no último dia 16, retornou nesta sexta-feira (29) à Terra após completar com sucesso o primeiro acoplamento espacial manual realizado pela China. A nave aterrissou por volta das 10h locais (23h de Brasília) no condado de Siziwang, ao norte da região autônoma da Mongólia Interior (norte da China). O pouso esteve longe de ser suave, pois o módulo capotou ao tocar o solo. Pôde-se escutar um forte barulho da batida no terreno.

Apesar da violência do impacto e das sacudidas da nave, os astronautas nada sofreram e deixaram o módulo como heróis nacionais.

Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu Yang, esta última a primeira mulher chinesa a viajar ao espaço, voltaram para casa em boas condições, segundo a equipe médica que os atendeu após a aterrissagem.

Os astronautas foram recebidos com uma breve cerimônia, após adaptarem-se à gravidade da Terra e saírem da nave, uma hora depois da aterrissagem.

A tripulação do Shenzhou 9 entrará para a história da China por completar com sucesso a quarta missão tripulada produzida pelo país asiático e conseguir realizar o primeiro acoplamento manual entre uma nave chinesa e o módulo espacial Tiangong I, embrião da futura base espacial do gigante asiático.

"Esta conquista teve um significado muito importante para a corrida espacial chinesa", destacou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no Centro de Controle Aeroespacial de Pequim.

A China, o terceiro país a levar astronautas ao espaço, quer demonstrar com seu programa espacial que está capacitada tecnologicamente para trabalhar em bases permanentes no cosmos, em resposta à reserva de países como os Estados Unidos quanto à sua participação na Estação Espacial Internacional (ISS).

O país asiático espera instalar seu primeiro laboratório no espaço em 2016 e dispor de uma base permanente até o final desta década.
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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nave chinesa se separa de módulo e conclui maior desafio da missão

Domínio do acoplamento manual é uma etapa crucial na conquista espacial, superada por russos e americanos nos anos 70

(AFP/iG) A nave espacial chinesa Shenzhou 9 se separou do módulo Tiangong-1 utilizando por primeira vez um sistema manual pilotado por um dos três astronautas que devem retornar à Terra na sexta-feira.

Os três astronautas, incluindo uma mulher pela primeira vez, se instalaram a bordo da Shenzhou 9 antes do desacoplamento, que foi comandado por Liu Wang, o astronauta que coordenou o primeiro acoplamento manual em órbita da China, realizado no domingo passado.

O acoplamento manual era a principal tarefa da missão Shenzhou 9 dentro do programa de voo tripulado chinês, que pretende dotar a China de uma estação orbital tripulada permanente até 2020, seguindo o modelo da antiga estação russa Mir ou da Estação Espacial Internacional (ISS).

O domínio do acoplamento orbital é uma etapa crucial na conquista espacial, superada por russos e americanos nos anos 70.

O presidente chinês, Hu Jintao, felicitou na terça-feira os três cosmonautas, Jing Haipeng, Liu Yang e Liu Wang, em uma conversa exibida ao vivo na televisão.

O primeiro acoplamento entre o módulo Tiangong-1, lançado em 29 de setembro do ano passado, e uma nave não tripulada, Shenzhou 8, aconteceu em 3 de novembro.

A Shenzhu IX, primeira missão tripulada chinesa a executar um acoplamento orbital, se uniu primeiro a Tiangong-1 de maneira automática, antes da separação para o imediato acoplamento manual.

O retorno à Terra dos três taikonautas, como são chamados os astronautas na China, está previsto para a noite desta quinta-feira na Mongólia, após uma missão de três dias.

Este é o quarto voo espacial tripulado do país e o mais longo. Em 2003, a China se tornou o terceiro país do mundo a enviar homens ao espaço por seus próprios meios, depois da União Soviética e dos Estados Unidos.

Novo teste de foguete espacial da SpaceX apresenta desempenho impressionante

Propulsor da empresa conseguiu alcançar aproximadamente 73,5 mil kg de força.




(Tecmundo) A SpaceX, empresa privada de transporte espacial, divulgou um vídeo de 58 segundos apresentando o teste de desempenho do Merlin 1D, foguete vendido como o que tem o propulsor mais eficiente do mundo.

O vídeo, editado de um material de 3 minutos, mostra o poder de propulsão do foguete que durante o tempo do teste alcançou aproximadamente 73 toneladas de força. O tempo e a força seriam suficientes para lançar o foguete Falcon 9, veículo espacial criado pela SpaceX.

O Merlin 1D deve ser testado em condições reais em 2013 e possivelmente superará a performance do modelo Merlin 1C, utilizado no lançamento da cápsula que foi enviada para a Estação Espacial Internacional no mês de maio.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

CBERS 3: novos testes na China

Realizados novos testes do satélite sino-brasileiro





(INPE / Panorama Espacial) Na China, foi concluída mais uma etapa dos testes que antecedem o lançamento do satélite sino-brasileiro CBERS-3, previsto para o final do ano. Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês) checaram a autocompatibilidade do satélite e a sua compatibilidade eletromagnética com o veículo lançador.

Esses testes são necessários para comprovar que um equipamento do satélite não interfere em outro. A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço.

Antes de embarcar para a China, o CBERS-3 enfrentou uma série de ensaios ambientais, em todos os seus equipamentos e subsistemas, no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP).

No Brasil, o satélite passou por vários testes de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, vibração, vibroacústicos e vacuotérmicos, além das medidas de propriedades de massa. Agora, na China, estão em curso os testes finais necessários para qualificar o CBERS-3 ao lançamento, que será realizado a partir de base chinesa.

Eficiência
O uso de satélites permite monitorar com mais eficiência e economia as transformações no meio ambiente, tanto as naturais quanto aquelas causadas pela ação do homem. A observação a partir do espaço é ainda mais importante para países de dimensões continentais, como o Brasil e a China.

Em 1988, os dois países criaram o Programa CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) para juntar esforços pela capacitação na área de Observação da Terra. Já foram lançados três satélites - CBERS-1, em 1999, CBERS-2, em 2003, e CBERS-2B, em 2007. O quarto satélite da série, o CBERS-3, tem lançamento previsto para o final de 2012, enquanto o CBERS-4, para 2014.

Imagens de satélites são fundamentais para coletar, de forma rotineira e consistente, informações sobre a superfície da Terra como as necessárias para avaliar mudanças globais, as florestas, a evolução do agronegócio, estudos urbanos e costeiros. Satélites também são essenciais para obter informação de forma rápida sobre eventos cuja localização e ocorrência é de difícil previsão ou acesso, como desastres naturais (enchentes, por exemplo), ou produzidos pelo homem (queimadas, poluição causada por derramamento de óleo no mar).

O INPE distribui diariamente pela internet centenas de imagens de satélites a 1,5 mil instituições públicas e privadas do país. A disponibilidade de dados CBERS permite que se desenvolvam cada vez mais novas aplicações de sensoriamento remoto no Brasil.

Balão panorâmico levará turistas à fronteira do espaço


Você não sentirá a ausência de gravidade, mas a paisagem não ficará nada a dever à que se tem do espaço. [Imagem: Inbloon]




Balão espacial
(Inovação Tecnológica) Esqueça os foguetes, com seu barulho, fumaça e uma aceleração que os torna proibitivos para muitos candidatos a turista espacial.

Você logo poderá ir às bordas do espaço suavemente, sem o mínimo tranco ou solavanco, a bordo de um balão espacial.

Balões são usados há décadas para pesquisas nas camadas mais altas da atmosfera terrestre.

Mais recentemente, eles se tornaram uma alternativa para aficionados e estudantes fazerem suas próprias imagens do espaço.

O espanhol José Mariano López-Urdiales, contudo, acredita que dá para mandar para o espaço bem mais do que galinhas de plástico.

Ele fundou uma empresa, a Zero2Infinity, para encontrar investidores e levantar fundos para colocar sua ideia em prática.


O mirante espacial subirá içado por um balão, e descerá de paraquedas. [Imagem: Inbloon]


Subir e descer
Os testes já começaram no final de Maio, quando foi lançado um protótipo em escala reduzida do balão espacial - ainda não tripulado.

Enquanto os balões meteorológicos sobem facilmente, eles explodem quando superam a altitude onde a pressão interna do seu gás supera muito a pressão externa da atmosfera rarefeita, fazendo seu tecido rasgar-se.

Mas, para que a ideia de López-Urdiales decole de vez, ele precisa controlar a altitude e trazer seus turistas espaciais com segurança de volta ao solo.

Eles retornarão, mas a cápsula soltará o balão e descerá de para-quedas.

Uma ideia que, a rigor, não é nova, já que vários balonistas já se aventuraram até a fronteira do espaço exterior.

A diferença é que López-Urdiales quer fazer isto de forma sistemática, levando pessoas em um verdadeiro mirante voador como se faz com os passeios de balão nos fins de semana.

A primeira cápsula será capaz de levar dois pilotos e dois passageiros a uma altitude de 34 km. [Imagem: Inbloon]



Vista espacial
Deve valer a pena.

É famosa a história do piloto norte-americano Joe Kittinger, que alcançou 29 km de altitude em uma cápsula içada por um balão, em 1957.

Quando seu comandante ordenou que ele controlasse o balão para iniciar a descida, ele respondeu: "Venham me buscar."

O projeto inicial da Zero2Infinity é construir uma cápsula capaz de levar dois pilotos e dois passageiros a uma altitude de 34 km.

Isso é baixo demais para experimentar a microgravidade - considera-se que o "espaço" comece aos 100 km de altitude - mas alto o suficiente para ter uma "vista quase espacial" da Terra.

A rigor, os passageiros experimentarão um gostinho de "ausência de gravidade" quando o balão se soltar e começar a cair, e um tranco quando o paraquedas se abrir.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Norte-americana estará no comando da próxima missão à ISS


(Folha) A astronauta americana Sunita Williams irá pela segunda vez à ISS (Estação Espacial Internacional) neste mês de julho. Na primeira viagem, em 2006, ela trabalhou como engenheira de voo durante seis meses. Agora, volta como comandante da missão de número 32.

Williams viajará com o japonês Akihiko Hoshide e o russo Yuri Malenchenko. Os três já estão em treinamento na Rússia e devem partir em 14 de julho da base em Baikonur, no Cazaquistão, a bordo de uma nave russa Soyuz.

Eles substituirão Oleg Kononenko, Andre Kuipers e Don Pettit, que retornam em 1º de julho da plataforma espacial.

No período de estadia, os novos astronautas da ISS devem realizar duas caminhadas. Também devem protagonizar alguma atividade extra relacionada às Olimpíadas.

A tripulação realizará ainda experimentos para dimensionar a ação da microgravidade no sistema cardiovascular humano.

Um peixe, chamado "medaka" em japonês, também será usado para fins semelhantes de estudo. Ele servirá para estudos sobre a perda óssea e de massa muscular no espaço.

Nasa conclui solda da cápsula tripulada Orion para voo em 2014

Exemplar da nova geração de naves passará por operações finais nos EUA. Voos devem percorrer longas distâncias e, na volta, fazer pouso na água.





(G1) A agência espacial americana (Nasa) concluiu a solda da cápsula tripulada Orion, que vai substituir os antigos ônibus espaciais e deve percorrer longas distâncias.

Da mesma forma que as naves lunares, a Orion vai pousar na água quando voltar das missões.

A solda foi feita em Nova Orleans e, de lá, a cápsula seguirá para o Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, para montagem e operações finais.

O primeiro voo teste de exploração, previsto para 2014, levará a Orion a uma altitude de mais de 5.700 quilômetros, distância superior a 15 vezes a extensão entre a Terra e a Estação Espacial Internacional.

A cápsula tripulada deverá voltar para casa a uma velocidade de 40 mil quilômetros, cerca de 8 mil quilômetros por hora mais rápido que qualquer nave espacial já desenvolvida.

A Orion vai imitar as condições de retorno que os astronautas enfrentam quando chegam de viagens em órbita baixa. Ao reentrar na atmosfera, a cápsula deve suportar temperaturas de mais de 2.200º C, as maiores que qualquer nave aguentou desde que o homem voltou da Lua.
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Veja o que está acontecendo na Estação Espacial Internacional ao vivo

Um novo aplicativo da Nasa permite que as pessoas acompanhem tudo o que está se passando com os astronautas



(Ultradownloads) O que será que acontece na Estação Espacial que está em órbita a mais de 350 km de distância da Terra?

Agora é possível acompanhar pela internet o que está se passando no Espaço em tempo real, através de um site desenvolvido pela Agência Espacial Americana, o Space Station Live! (Estação Espacial Ao Vivo).

Também é possível acompanhar o que acontece no Centro de Controle de Missões, no Texas, e ainda "passear" pela Estação Espacial através de modelos virtuais 3D.

Além disso também existem aplicativos para aparelhos com sistema Android e iOS. Basta realizar o download gratuito por meio da Google Play ou da App Store.

Parceria Brasil-China

Novíssima etapa na parceria Brasil-China

José Monserrat Filho / Panorama Espacial) Duas maiúsculas novidades se destacam no Comunicado Conjunto firmado pela Presidenta Dilma Rousseff e pelo Primeiro Ministro da China, Wen Jiabao, durante a Rio+20, na quinta-feira passada, 21 de junho – ambas com forte impacto na cooperação espacial entre os dois países.

1) A hora e a vez da “Parceria estratégica global”
O Brasil e a China elevam o status de “parceria estratégica”, adotado em 1993, para "parceria estratégica global", previlério que ultrapassa os assuntos bilaterais e incorpora as mais relevantes questões globais de política e economia, a serem discutidas pelos respectivos chanceleres, pelo menos, uma vez por ano.

"Essa decisão atesta o reconhecimento da crescente influência estratégica e global dos dois países, cuja cooperação será cada vez mais abrangente, numa conjuntura internacional marcada por mudanças profundas", afirma o comunicado. Os dois países também “reiteraram o compromisso de promover salto qualitativo das relações sino-brasileiras, por meio da intensificação do diálogo político e da ampliação da agenda de cooperação bilateral”.

A relação Brasil-EUA tem status similar, com o nome de "diálogo de parceria global", que promove duas reuniões anuais dos chanceleres e produz bons resultados. Mas a parceria Brasil-China parece crescer em ritmo mais intenso e beneficiar áreas de maior valor estratégico. Eles se comprometem a seguir os “princípios do benefício mútuo, desenvolvimento conjunto, parâmetros de mercado, viabilidade e eficiência”. A China já é o maior parceiro comercial do Brasil. Agora, resolvem aumentar os investimentos recíprocos. E estabelecer em ambos os mercados, por meio da emissão de títulos, um crédito de até US$ 30 bilhões. Assumem, também, ambicioso Plano Decenal de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação, envolvendo centros de pesquisa e empresas em áreas vitais, como nanotecnologia, telecomunicações, educação – com a formação e aproveitamento mútuo de especialistas altamente qualificados, através do Programa “Ciência sem Fronteiras”. Instalaram-se o Centro Conjunto Brasil-China de Satélites Meteorológicos e o Centro Brasil-China de Biotecnologia.

Os acordos firmados mobilizam os âmbitos comercial, científico, tecnológico, financeiro e cultural. Haverá importante colaboração nas áreas automotiva e de petróleo e gás. A Embraer firmou contrato com o governo chinês para exportar aviões e foi criada a joint venture Harbin Embraer Aircraft Industry (HEAI) para a produção de jatos executivos na China. Hoje, o Brasil é grande exportador de commodities para a China. Para amanhã, a meta é aumentar o peso dos produtos manufaturados nestas exportações.

Na área espacial, pelo novo status, o Brasil e a China poderão tratar de temas estratégicos como:

– segurança espacial, sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais, proibição da instalação de armas em órbitas da Terra e do uso da força militar no espaço, impedindo que ele se torne novo campo de batalha;

– redução dos detritos nas órbitas terrestres mais utilizadas, que não param de crescer, ameaçando o inestimável patrimônio de satélites, naves e estações espaciais hoje ativos, e os serviços de primeira necessidade por eles prestados a toda a comunidade internacional de nações;

– criação de um sistema global de conhecimento permanente sobre a situação e o desempenho de cada objeto espacial, para garantir transparência, confiabilidade e previsibilidade das atividades espaciais de qualquer país – é a expansão da ideia de se estabelecer um sistema de gerenciamento do tráfico espacial, surgido anteriormente como imperativo de segurança global;

– Atuação conjunta para fortalecer e dinamizar os mais relevantes fóruns multilaterais, como o Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (COPUOS), a Conferência sobre Desarmamento (CD) e a própria Organização das Nações Unidas (UN);

– Atuação conjunta para estimular o desenvolvimento equânime e progressivo do Direito Espacial, incluindo todas as áreas e formas de regulamentação internacional e nacional das atividades espaciais visando propósitos exclusivamente pacíficos e benéficos para todos os países, sem qualquer discriminação.

– Programas espaciais cooperativos de largo alcance, com a participação simultânea de inúmeros países.

Tudo isso, se bem feito, poderá ter inevitável repercussão internacional, inclusive ampliando o papel conjunto dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no tabuleiro global, fator de mudanças substanciais nas relações internacionais contemporâneas. Não por acaso, Brasil e China buscarão aprofundar o exame da economia mundial no âmbito do BRICS e do G-20, visando “a adoção de ações coordenadas, para superar a atual conjuntura adversa”.

Como se não bastasse, os dois países consideram que “as atuais instâncias de governança global precisam ser reformadas, a fim de responder adequadamente às demandas da nova ordem internacional” e que, por isso, “apoiam uma reforma abrangente da ONU, incluindo como prioridade o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança, de forma a torná-lo mais eficiente e apto a responder aos desafios globais atuais”.

Como se vê, a “cooperação estratégica global” tem tudo para não ser mero jogo de palavras ou simples expressão de efeito propagandístico.

2) Mais uma ideia pioneira: Plano Decenal de Cooperação Espacial
O Brasil e a China decidem “promover discussão mais aprofundada” sobre um Plano Decenal de Cooperação Espacial, “com vistas a acelerar a sua negociação, por meio da coordenação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a China National Space Administration (CNSA).

A iniciativa é inédita nos 55 anos da Era Espacial, inaugurada em 1957 pelo Sputnik I, o primeiro satélite construído pelos seres humanos, lançado pela ex-União Soviética.

Cabe lembrar que, em 1988, com o Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), os dois países foram os primeiros a estabelecer um acordo de cooperação em tecnologia avançada entre nações em desenvolvimento, que até então não tinham essa possibilidade.

Os “temas principais” da discussão mais aprofundada entre a AEB e a CNSA sobre o Plano Decenal já foram definidos. São eles:

– Nova direção e mecanismo de cooperação para os futuros satélites CBERS e outros satélites;
– Política de dados do CBERS-3 e CBERS-4;
– Cooperação na aplicação de dados do Satélite de Sensoriamento Remoto;
– Componente de satélite, elemento componente e equipamentos de teste;
– Cooperação em matéria de satélite de comunicação;
– Serviços de lançamento;
– Cooperação em ciência espacial;
– Cooperação na aplicação de Satélites Meteorológicos.

Para quem ainda não sabe, o CBERS-3 (4º satélite da série, após o CBERS-1, lançado em 1999, o CBERS-2, lançado em 2003, e o CBERS-2B, lançado em 2007) deve subir ao espaço em novembro próximo e o CBERS-4, em 2014.

No comunicado conjunto, o Brasil e a China enfatizam o interesse em “estimular o trabalho conjunto para a distribuição internacional dos dados daqueles satélites”. O Brasil lidera hoje o ranking mundial da distribuição gratuita de imagens de satélite. Já cedeu mais de um milhão delas. A atualidade da questão do acesso facilitado aos dados e imagens de satélite em benefício dos programas nacionais de desenvolvimento sustentável ficou evidente no evento da Rio+20 sobre “Espaço para o Desenvolvimento Sustentável”, onde foi um dos temas abordados.

Em suma, o Brasil e a China, situados – um em face do outro – no outro lado do mundo, não poderiam estar mais próximos na linha de frente dos novos rumos da globalidade.
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E mais:
Cooperação Brasil - China (Panorama Espacial)

Missão que leva primeira chinesa ao espaço termina acoplamento manual

Astronautas devem retornar à Terra na terça-feira (26). País quer instalar laboratório no espaço em 2016.



(Efe/G1) Os três astronautas que viajam na nave 'Shenzhou IX', lançada ao espaço no último dia 16, completaram neste domingo (24) com sucesso o acoplamento manual entre seu veículo e o modulo espacial 'Tiangong I', o primeiro que a China consegue realizar.

A manobra foi completada pouco antes de 12h50 (horário local, 1h50 de Brasília), informou a agência oficial 'Xinhua', segundo a qual a China 'já domina as tecnologias de acoplamento e tem as habilidades básicas para construir uma estação espacial'.

No último dia 18, os três astronautas, entre os quais está a primeira mulher chinesa a viajar ao cosmos, Liu Yang, realizaram um acoplamento com o 'Tiangong I', embora naquela ocasião tenha sido usado o procedimento automático.

O 'Tiangong I', germe da futura base espacial permanente da China, já tinha sido acoplado no ano passado duas vezes mediante o modo automático com o 'Shenzhou VIII', embora naquela ocasião a nave do país asiático não fosse tripulada.

Após o acoplamento deste domingo, os três cosmonautas permanecerão no módulo durante algumas horas para realizar alguns experimentos antes de retornar à 'Shenzhou IX'.

Os 'taikonautas', nome com o qual os astronautas chineses foram apelidados ('taikong' significa 'espaço' em mandarim) desde que começaram a explorar o espaço em 2003, devem retornar à Terra na próxima terça-feira (26). É a quarta viagem tripulada da China depois das realizados em 2003 e 2005, e do passeio espacial de 2008.

Com este programa, a China, o terceiro país a levar um astronauta ao espaço, quer demonstrar que está equipada tecnologicamente para trabalhar em bases permanentes no cosmos, frente às reservas de países como os EUA de que Pequim participe da Estação Espacial Internacional (ISS).

A China planeja instalar seu primeiro laboratório no espaço por volta de 2016 e dispor de uma base espacial permanente no final desta década.

Liu Yang
A designação de Liu foi anunciada após um longo processo de seleção que deu preferência a mulheres casadas e com filhos (embora esse não seja o caso da escolhida), devido ao fato de o voo espacial e a possível exposição à radiação poderem causar infertilidade.

Os critérios da escolha são rigorosos. A escolhida tinha, entre outros, de ter dentes perfeitos, pele sem calos ou problemas, bom hálito e odor corporal agradável -o contrário pode ser um problema durante a permanência no espaço.
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Veículo Lançador de Satélites (VLS) Chega em Alcântara para Testes em Nova Torre


(FAB / Brazilian Space) O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) recebe nesta semana estruturas do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) como parte da Operação Salina iniciada ontem (20/6) em Alcântara (MA). A Operação Salina, realizada pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), tem por objetivo realizar a preparação e integração mecânica de um mock-up estrutural inerte do VLS-1 na nova Torre Móvel de Integração (TMI).

As estruturas do VLS-1 chegarão no CLA transportados por aeronaves C-130 (Hércules) E C-105 (Casa) da FAB. Em um primeiro momento, o veículo que passa a ser montado na torre é uma estrutura real, entretanto sem combustível ou satélite a bordo. O projeto do VLS-1 é um veículo satelitizador, de pequeno porte, com capacidade de colocar satélites de 200 kg de massa numa órbita circular equatorial de 750 km de altitude. Nesta fase inicial da nova TMI, serão realizados ensaios e simulações para verificação da integração física, e lógica da torre e dos meios de solo do CLA associados à preparação para voo do VLS-1. Outro fator importante da Operação Salina é o treinamento das equipes que estarão envolvidas com o lançamento do VLS-1.

Na próxima semana inicia-se a montagem e integração do veículo na nova TMI. Ainda durante a operação, estão previstas atividades simuladas de acidente como forma de capacitar as equipe do CLA para evasão da área da plataforma de lançamento, atendimento médico de urgência e evacuação aeromédica de acidentados até São Luís. Além do IAE e CLA, a participam da Operação Salina com o apoio logístico e de pessoal o COMAR I, II FAE, V FAE, IPEV e IFI.

TORRE MÓVEL DE INTEGRAÇÃO (TMI)
Altura: 33 metros
Comprimento: 12 metros
Largura: 10 metros
Peso: 380 toneladas
Deslocamento: 4,5 metros por minuto

Estágio Atual: Automatização (fase final)

Operação Salina: A Torre passa por testes funcionais com a integração de um mock-up do VLS-1 inerte (sem combustível e satélite) durante a Operação.

VEÍCULO LANÇADOR DE SATÉLITES (VLS)
Número de estágios: 4;
Comprimento Total: 19.4 metros
Diâmetro dos Estágios (todos): 1,0 metros
Diâmetro da Coifa Principal: 1,2 metros
Peso: 49,7 toneladas (na decolagem)

Estágio Atual: Ensaios motores foguetes (realizados)
Redes Pirotécnicas: (Prontas)
Redes Elétricas: (Em execução)
Ensaios de Separação dos Estágios: (realizados)
Mock-up: (Estrutura pronta - aguardando redes elétricas e pirotécnicas)
Veículo de Voo: VLS-VSINAV (motores em processo de carregamento)

Operação Salina: Um veículo inerte (sem combustível e satélite) será acoplado à nova TMI durante a operação.
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Mais imagens aqui
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E mais:
Obras da ACS em imagens (Panorama Espacial)
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Fora de Órbita Governo não Define Eixo para Estruturar Programa Espacial (Brazilian Space)

Um parênteses nas explorações espaciais


(SI BELLE, LA SCIENCE) Antes de começarmos a falar das explorações espaciais recentes, gostaria de esclarecer a importância das explorações espaciais. Ainda há pessoas que acreditam que é um gasto inútil, um desperdício de dinheiro. Então, aqui vão alguns esclarecimentos:

.Um dia, espero que distante, teremos que nos preocupar em povoar outro planeta, afinal de contas, o nosso Sol não é eterno e o ser humano anda contribuindo muito para acabar com o nosso planeta. Mas, apesar disso, será que ainda há uma esperança?

.As estações espaciais são importantíssimas para o desenvolvimento de novos materiais e fármacos nas condições de microgravidade.

.As sondas espaciais visam explorar cometas, planetas etc., para ampliar nosso conhecimento sobre a matéria, campo magnético etc.

Sem falar na importância no nosso dia a dia: afinal de contas, usamos GPS, para nos orientar; fotografia digital, para postar nas redes de relacionamento; purificação da água, para evitar doenças; o forno de micro-ondas, para aquecer alimentos; máquinas de débito e crédito, nas nossas compras… e muitas, muitas outras invenções, todas decorrentes de experiências e descobertas advindas da exploração espacial, como as missões Apollo e todas as outras.

E isso é só o começo, pois há uma infinidade de benefícios que ainda virão, sem dúvida. Sem contar que pode haver asteroides e cometas que atingiriam a Terra, se não forem interceptados antes, não é mesmo?

No site da NASA, há centenas de exemplos de coisas que utilizamos no nosso dia a dia que foram desenvolvidos com técnicas descobertas graças às viagens espaciais.

A exploração espacial pode ser considerada um dos principais motivadores e incentivadores para avanços tecnológicos. Mas, o fator mais importante, a meu ver, é o aprimoramento da curiosidade e do conhecimento humano, tão característico de nossa raça.

As missões espaciais, tripuladas ou não, nos ajudam, e muito, na evolução, e os benefícios são ilimitados.

E, ainda, pensem bem: quem não gostaria de dar uma voltinha ao redor da Terra?

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Avanços chineses na Venezuela e Bolívia

Na Venezuela, VRSS-1 em órbita no final de setembro...
(Panorama Espacial) O VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satélite), também conhecido como Francisco Miranda, primeiro satélite de observação da Venezuela, pode ser colocado em órbita já a partir de 30 de setembro, segundo divulgou o governo venezuelano.

"O satélite conta com três sementos e dentro de poucos dias será lançado... A data está programada para 30 de setembro aproximadamente ou para os primeiros dias de outubro... Estamos lançando... 53 profissionais estão capacitando o pessoal venezuelano", afirmou representante do governo em entrevista concedida ao jornal local "El Universal".

O satélite está sendo construído pela China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), da China, dentro de um contrato turn key (entrega em funcionamento em órbita) no valor de 140 milhões de dólares. A CGWIC foi também responsável pela construção e entrega em órbita do primeiro satélite de comunicações da Venezuela, o Venesat-1 (ou Simon Bolívar), lançado em outrubro de 2008.

...E na Bolívia, 33% do Tupac Katari já foi concluído
A estatal CGWIC também é responsável pela construção do primeiro satélite de comunicações da Bolívia, similar ao modelo adquirido pela Venezuela. O satélite boliviano, que se chamará Tupac Katari, já teve 33% de sua construção concluída, segundo informações da Agência Boliviana Espacial (ABE), reproduzidas pelo website Infoespacial.

"Temos que informar à opinião pública que o cronograma está sendo cumprido, o lançamento do satélite está previsto para 20 de dezembro de 2013 e se avançou em torno de 33% [de sua execução]", explicou Iván Zambrana, diretor da ABE.

O Tupac Katari, também contratado em base turn key, em 2010, tem custo estimado em 300 milhões de dólares, dos quais 250 milhões estão sendo financiados pelo Banco de Desenvolvimento da China.

Paralelamente à construção do Tupac Katari, os bolivianos já consideram um segundo satélite, para observação terrestre, seguindo o exemplo venezuelano. O satélite, de órbita baixa, seria utilizado para o monitoramento dos recursos naturais, numa iniciativa que poderia ser desenvolvida, segundo afirmou o representante da ABE, em conjunto com o Japão.

Órgãos governamentais e indústrias japonesas ligadas ao setor espacial visitaram vários países sul-americanos, inclusive o Brasil, no ano passado, em esforços para projetos conjuntos de cooperação e prospecção de negócios.

"O novo satélite é apenas uma ideia no papel, enão se tem o valor aproximado de quanto pode custar um satélite dessa natureza", afirmou o diretor da ABE, destacando, no entanto, que seu custo seria inferior ao do projeto do Tupac Katari.

Colômbia e Peru também querem satélites próprios
Em linha com o processo de "satelitização" do continente sul-americano, os governos da Colômbia e do Peru também têm demonstrado interesse em contar com satélites de observação, juntando-se ao Brasil, Argentina, Chile e Venezuela, que já dispõem e/ou desenvolvem projetos nesse campo. Eventualmente, surgem na imprensa local desses dois países informações sobre discussões para a aquisição de pequenos satélites junto à companhias europeias.

Do espaço, astronautas da ISS cumprimentam a Rio+20

(Efe/Terra) Direto do espaço, os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) enviaram nesta quarta-feira uma mensagem à cúpula da Rio+20, realizada no Rio de Janeiro, na qual elogiaram o trabalho conjunto por um planeta mais sustentável.

"De onde nós estamos, olhando para a Terra do espaço, podemos admirar a beleza de nosso planeta e lar. Saudamos todos vocês que estão trabalhando juntos para criar um futuro mais sustentável para o planeta Terra e para bilhões de pessoas", afirmou o americano Joseph Acaba, engenheiro da Nasa.

O astronauta, que pôde ser visto no vídeo junto com seus companheiros de missão, se comunicou com a Rio+20 minutos antes do começo da sessão solene da tarde, na qual a presidente Dilma Rousseff inaugurou o Segmento de Alto Nível.

"Eu e meus companheiros gostaríamos de dar as boas vindas do espaço para todos vocês que estão no Rio de Janeiro para a Rio+20", disse, por sua vez, o atual comandante da ISS, o russo Oleg Kononenko. A tripulação da Estação Espacial Internacional conta com três russos, dois americanos e um holandês.

Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
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terça-feira, 19 de junho de 2012

Modernização do CLA

Concert assina novo contrato com a Agência Espacial Brasileira

(Concert Technologies / Panorama Espacial) A CONCERT TECHNOLOGIES assinou na semana passada, em Brasília, um contrato junto à Agência Espacial Brasileira (AEB) para o desenvolvimento do SITDR – Sistema Integrado de Tratamento de Dados de Rastreio do CLA – Centro de Lançamento de Alcântara. O SITDR realiza o tratamento de dados de rastreio durante todas as fases de uma operação de lançamento. Para isto, processa em tempo real os dados de trajetografia dos radares e de estações de telemedidas visando monitorar a trajetória dos veículos lançadores com foco na garantia da segurança de voo e nos dados de entrada em órbita dos satélites.

“Este sistema, em sua versão anterior, foi também de fornecimento da equipe da Concert Technologies e, com orgulho ressaltamos, que nunca foi desenvolvida ao sul do Equador uma solução com as características e desempenho da mesma”, afirma Leonardo Fares, diretor da Concert Technologies.

Sobre a CONCERT
Empresa de soluções tecnológicas para Centros de Operação de Concessionárias, grandes consumidores de energia, água e gás e outras aplicações de missão crítica como as desenvolvidas para o Programa Espacial Brasileiro. Os sistemas de missão crítica da CONCERT estão presentes também no Programa Espacial Brasileiro onde equipamentos e sistemas de software de tempo real controlam as principais operações do CLA – Centro de Lançamento de Alcântara e CLBI – Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. Alguns destes sistemas foram homologados pela NASA para operações conjuntas. Através de sua subsidiária nos Estados Unidos, a CONCERT Technologies Corp., a empresa teve também destacada participação no Projeto SIVAM – Sistema de Vigilância. Mais informações no site www.concert.com.br.
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E mais:
Concert Assina Novo Contrato com a AEB (Brazilian Space)

Despedida em Kiev


(Teoria de Tudo - Folha) LEIO NOS JORNAIS brasileiros desta semana que a ACS, a conturbada parceria do Brasil com a Ucrânia para lançar satélites a partir do Maranhão, está sob risco de acabar. Anos atrás, escrevi algumas reportagens sobre os percalços do projeto, mas um episódio que vivi em 2009 foi o que me marcou. Em dezembro daquele ano, viajei a Brasília para entrevistar Stanislav Konyukhov, diretor da empresa ucraniana que projetou o foguete Cyclone-4, o veículo lançador da ACS. Fui recebido por um assessor de imprensa que me entregou um questionário na mão:

“Esta vai ser sua entrevista”, disse. “Como assim?”, retruquei. “Na Ucrânia, jornalismo funciona assim: você só pode fazer as perguntas determinadas pelo diretor. Afinal, é um projeto de importância estratégica.”

O assessor, claro, sabia que eu iria reclamar e já tinha explicado a Konyukhov que não era preciso ter medo de mim. Ele poderia se recusar a responder algumas de minhas perguntas se quisesse. E eu não seria preso pelo governo caso minha reportagem o desagradasse.

O clima de segredo em que o projeto se arrastava era algo inadequado para uma iniciativa tocada com dinheiro público. Não era só culpa do autoritarismo soviético que ainda contamina a maneira com que Kiev faz as coisas. Roberto Amaral (PSB-CE), ex-ministro da ciência que dirigia a ACS, nunca deixou que jornalistas tivessem acesso ao plano de negócios da empresa. “É para a nossa concorrência não ver”, me dizia.

Amaral idealizou o projeto quando ainda era ministro, em 2003, discursando sobre sua importância para a soberania nacional. Na época, a imagem do ministro já estava manchada pela entrevista na qual dera uma declaração dúbia sobre o desejo do Brasil de produzir armas nucleares. Entre jornalistas, a piada é que ele tinha “uma bomba na cabeça e um foguete na mão”. Uma pessoa como essa reputação no primeiro escalão do governo era, no mínimo, desconfortável para o Brasil, país signatário de tratados de não-proliferação nuclear.

Ao cair do ministério, porém, Amaral foi presenteado por Lula com a diretoria da ACS, e o projeto continuou sendo tocado aos trancos e barrancos. A empresa, que perdeu uma disputa por território com comunidades quilombolas em Alcântara (MA), ganhou um terreno na base local da Aeronáutica, mas teve atrasos por causa de problemas com licenciamento ambiental e da demora do governo falido da Ucrânia em repassar sua parte do dinheiro. Os problemas que podem selar o destino da empresa, porém, são outros dois, conforme relata reportagem do incansável Claudio Angelo.

Um deles é a falta de um acordo de salvaguardas tecnológicas do Brasil com os EUA para impedir que satélites comerciais sejam vistoriados em Alcântara e acabem sendo “copiados” (quase todos os satélites têm peças americanas). Ironicamente, o Brasil negociava tal acordo em 2003, mas o próprio Amaral trabalhou para sabotar sua aprovação, alegando, também, questão de soberania. O ex-ministro mudou de ideia depois, claro, mas o acordo continua emperrado.

O outro problema que a ACS enfrenta agora é a revisão, para baixo, da perspectiva de lucro. Amaral estimava fazer sete lançamentos de satélites comerciais por ano, mas a nova diretoria da empresa fala em, no máximo, cinco. Quando contabilizados os gastos imprevistos que tornaram o projeto dez vezes mais caro que a estimativa inicial, fica difícil saber quando a empresa vai recuperar o investimento.

O governo brasileiro tem agora duas opções: ou injeta R$ 536 milhões extras para fazer o projeto decolar com pouca perspectiva de lucro, ou desiste de tudo e vê ir por água abaixo os R$ 197 milhões já investidos.

Caso decida salvar a ACS, é preciso levar em conta também o custo político de continuar fazendo negócio com a Ucrânia, país onde as instituições democráticas estão em crise. A ex-premiê Yulia Tymoshenko, que assinou acordos científicos com Lula, é hoje prisioneira política após o partido rival ter ganho uma eleição suspeita de fraude. Foi condenada a sete anos de prisão por improbidade administrativa num julgamento de fachada criticado pela ONU e pela UE.

Ainda assim, diplomaticamente talvez seja dificil demais para o Brasil pular fora do projeto da ACS agora. A falta de transparência impediu que uma decisão mais informada pudesse ter sido tomada antes. Se a empresa binacional naufragar por razões técnicas ou financeiras, porém, Brasília não sentirá saudades de Kiev.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Avião espacial não tripulado aterrissa nos EUA após 469 dias de voo

(AFP/Terra) Um avião espacial não tripulado da Força Aérea americana, batizado de X-37B, aterrissou no sábado na Califórnia, após um bem sucedido voo de teste de 469 dias, de acordo com um comunicado divulgado neste domingo.

O X-37B, um foguete espacial de cinco toneladas e 8,4 metros de comprimento, com asas de 4,57 metros de envergadura, tocou o solo da base aérea de Vandenberg no sábado, segundo a nota. O avião espacial foi lançado em março da base de Cabo Canaveral (Flórida), mas o Exército americano não informou que tipo de equipamento o foguete transportava a bordo nem o objetivo da missão.

"O X-37B oferece uma capacidade única para o desenvolvimento de tecnologias espaciais", explicou no comunicado o tenente-coronel Tom McIntyre, diretor do programa, e para "testar novas tecnologias, sem os mesmos riscos presentes em outros projetos". Em 2010, o X-37B realizou o seu primeiro voo, uma viagem que durou sete meses.
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China divulga foto de missão espacial com sua primeira astronauta mulher

Astronautas acoplaram nave Shenzhou 9 a módulo e passarão dias nele. País quer construir estação espacial até 2020.





(G1) Três astronautas chineses acoplaram nesta segunda-feira (18), com sucesso, a nave Shenzhou 9 a módulo Tiangong 1, na primeira missão de acoplagem tripulada e primeira viagem com uma astronauta chinesa mulher, Liu Yang.

O lançamento foi anunciado em fevereiro, mas na ocasião foi informado que seria uma nave não tripulada com animais e sementes a bordo para realizar experimentos em condições de gravidade zero e radiação.

É a quarta viagem tripulada da China depois das realizados em 2003 e 2005, e do passeio espacial de 2008.

A viagem é um passo importante para a construção de uma estação espacial chinesa, prevista para 2020.

Liu Yang
A designação de Liu foi anunciada semana passada após um longo processo de seleção que deu preferência a mulheres casadas e com filhos (embora esse não seja o caso da escolhida), devido ao fato de o voo espacial e a possível exposição à radiação poderem causar infertilidade.

Os critérios da escolha são rigorosos. A escolhida tinha, entre outros, de ter dentes perfeitos, pele sem calos ou problemas, bom hálito e odor corporal agradável -o contrário pode ser um problema durante a permanência no espaço.
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Astronautas chineses entram pela primeira vez em módulo espacial (Terra), com matérias similares no UOLR7VejaYahooAstroPT e Estadão

Alunos de SP montam satélite que será lançado em 2013 nos EUA



(Folha) Bruna Sakamoto já fez cursos de eletrônica, tem certificação para soldar componentes nas especificações da Nasa e trabalha na construção de um satélite. Ela é uma engenheira experiente? Não, é uma aluna de 13 anos do ensino fundamental.

Assim como ela, outros 16 alunos da Escola Municipal Tancredo Neves, em Ubatuba, revezam-se entre as tarefas escolares e a construção de um nanossatélite.

O grupo, com integrantes de 12 a 15 anos, está entre os mais jovens do mundo a participar integralmente de um projeto espacial. A ideia foi do professor de matemática Candido de Moura, após ler uma reportagem sobre a venda de kits para satélites.

"Achei que seria uma boa oportunidade para ensinar ciência na prática. Eu só não imaginava que fosse ser tão complicado!", diz ele.

A Interorbital, empresa da Califórnia que vende os kits, adorou a ideia de ter um grupo tão jovem, sobretudo vindos de uma escola pública do Brasil -a maioria dos interessados nos chamados TubeSats são alunos de pós-graduação em engenharia.

A companhia, porém, alertou para as dificuldades.

"O kit não é uma caixinha com todas as peças, em que você só precisa juntar tudo. Ele contém apenas o projeto, os componentes eletrônicos principais e o direito de lançamento. Todo o resto teria que ser desenvolvido pelos alunos", explica o professor.

Ou seja: as crianças de precisariam preencher basicamente o "recheio" do satélite que, apesar do tamanho --pesa 750 g e é mais ou menos do tamanho de uma lata de leite em pó-- necessita de tecnologia de ponta.

Afinal, o espaço é um ambiente inóspito para os componentes eletrônicos. Além da radiação cósmica, as grandes variações de temperatura também são um problema.

Um empresário da cidade doou os US$ 8.000 para a compra do kit. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) também abraçou o projeto. Além de ministrar cursos para os professores, o instituto ainda permite o uso de suas instalações no projeto.

Pesquisadores do Inpe também ajudam nos experimentos das crianças, que já fizeram vários cursos e aprenderam na prática conceitos de física que ainda estão distantes do currículo escolar.

"Nós acabamos aprendendo muita coisa antes de ver em sala de aula", diz Bruna, que assim como seus colegas fala com naturalidade sobre a interferência da eletricidade estática no equipamento.

Batizado de Tancredo 1, o dispositivo ficará três meses em órbita. Ele transmitirá uma mensagem --a ser escolhida em um concurso-- que poderá ser captada por rádio.

O lançamento está previsto para o início de 2013. Imprevistos, porém já adiaram essa data desde 2010, quando o projeto começou.

"Atrasos sempre acontecem nos programas espaciais", diz o professor, que, já começa os esforços para montar um novo satélite. Dessa vez, com alunos ainda mais jovens da escola.
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Com 1ª astronauta chinesa, nave Shenzhou 9 acopla a módulo espacial


(Terra) A nave espacial chinesa Shenzhou 9 acoplou no módulo especial Tiangong-1, 343 km acima da Terra, na madrugada desta segunda-feira, segundo informações do Controle Espacial Chinês. A tripulação, que inclui Liu Yang, a primeira chinesa a viajar ao espaço, deve entrar no módulo experimental dentro de algumas horas.

Além de Liu, outros dois astronautas fazem parte da missão: Jing Haipeng e Liu Wang. O grupo deve trabalhar e dormir na Tiangong-1, que, de acordo com a mídia chinesa, possui bicicletas ergométricas e uma cabine de teleconferências. A TV estatal local divulgou imagens do acontecimento.

Em análise, a Agência Reuters destacou o feito com um importante passo para os projetos chineses de produzir tecnologia suficiente para manter astronautas no espaço por longos períodos.

A corrida espacial chinesa ainda está bastante atrasada em comparação às duas maiores potências da área: Estados Unidos e Rúsia. A Tiangong 1, por exemplo, é apenas um módulo experimental e não pode ser considerada uma estação espacial.

Enquanto americanos não devem testar novas foguetes antes de 2017 e a Rússia divulgou não considerar novos projetos espaciais como prioritários, a China cresce no segmento.
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Nave tripulada chinesa acopla-se no espaço com ajuda brasileira (Inovação Tecnológica)

Nave espacial chinesa decola com primeira mulher astronauta do país

Essa é a primeira tentativa de acoplagem tripulada feita por chineses. Missão tem outros dois astronautas e deve durar de sete a dez dias.





(G1) A China enviou às 7h37 (horário de Brasília) deste sábado (16) sua primeira mulher e outros dois astronautas para o espaço. O foguete saiu do Centro de Lançamento de Satélites Jiugquan, no Deserto de Gobi, no norte do país.

Essa é a primeira tentativa de acoplagem tripulada realizada por chineses, a bordo da nave Shenzhou 9, que vai se juntar ao módulo espacial Tiangong 1, a 343 quilômetros da Terra.

Os astronautas devem trabalhar em uma estação espacial provisória por sete a dez dias. A missão pode ser fundamental para a China se tornar o terceiro país a estabelecer uma base permanente em órbita, depois dos EUA e da Rússia.

Liu Yang, de 34 anos, é piloto da Força Aérea chinesa e, segundo o porta-voz do programa espacial chinês, Wu Ping, a presença de uma mulher no espaço é consequência do desenvolvimento dos voos tripulados e também efeito da expectativa do público.

A mídia estatal do país tem aproveitado o fato ao máximo, relatando inclusive que a astronauta já aterrissou um avião após uma ave desativar um dos motores.

Liu Yang estará acompanhada de Liu Wang e Jing Haipeng. Dois deles vão viver e trabalhar no interior do módulo, para testar os sistemas de suporte vital. Enquanto isso, o terceiro ficará na cápsula para lidar com emergências inesperadas. Eles também vão avaliar os efeitos da gravidade sobre o corpo humano e desempenhar tarefas científicas e de engenharia.

A designação de Liu foi anunciada nesta semana após um longo processo de seleção que deu preferência a mulheres casadas e com filhos (embora esse não seja o caso da escolhida), devido ao fato de o voo espacial e a possível exposição à radiação poderem causar infertilidade.

Os critérios da escolha são rigorosos. A escolhida tinha, entre outros, de ter dentes perfeitos, pele sem calos ou problemas, bom hálito e odor corporal agradável -o contrário pode ser um problema durante a permanência no espaço.

Na volta à Terra, a nave deve pousar em campos chineses com a ajuda de paraquedas.
O módulo Tiangong 1 é apenas um protótipo, e a meta é substituí-lo por uma estação espacial maior e permanente, com conclusão prevista para 2020.

A estação permanente deve pesar cerca de 60 toneladas, ligeiramente menor que a Skylab da Nasa, construída nos anos 1970, e cerca de um sexto do tamanho da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), da qual fazem parte 16 países atualmente.

A China lançou um homem ao espaço pela primeira vez em 2003. A missão foi seguida por outra com dois astronautas em 2005 e por uma viagem com três em 2008, que em que foi executada a primeira caminhada espacial do país.
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Vídeo do lançamento no Terra
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Uma chinesa no espaço (Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil)
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INPE na missão chinesa Shenzhou-9 (Panorama Espacial)
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Mulheres astronautas, um 'clube' com quase meio século (DN - Portugal)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Operação de Lançamento SHEFEX 2 Tem Início na Noruega


(IAE/Brazilian Space) Foi iniciada, no dia 07 de junho, no Andoya Rocket Range, na cidade de Andenes, Noruega, a Operação SHEFEX 2, que utilizará os propulsores nacionais S40 e S44, desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço, para realizar o experimento de reentrada SHEFEX 2, desenvolvido pela Agência Espacial Alemã-DLR.

O Motor S40M 1ºestágio está pronto, com a Saia Traseira, Empenas, Ignitor/DMS e com os Adesivos.

Nesta semana está sendo preparado o S44 2º estágio que, em seguida, será disponibilizado para integração com a Carga Útil.

Esta operação de lançamento possui muitas variáveis inéditas, principalmente com relação à Carga Útil, que é extremamente cara e complexa e também no que se refere ao foguete VS-40M que vai realizar seu primeiro voo após ter sofrido modificações em relação ao seu projeto original. Ainda sim, as equipes estão trabalhando com bastante empenho e confiança, dando máxima atenção aos itens de segurança e funcionalidade dos subsistemas.

A 1ª Simulada de lançamento está prevista para segunda-feira, dia 18 de junho, e a 1ª tentativa de lançamento está prevista para o dia, dia 20 de junho.

China vai mandar sua primeira astronauta mulher ao espaço

Liu Yang vai a bordo da nave Shenzhou IX acompanhada de dois homens. Mulher deve aumentar eficiência do trabalho da tripulação, diz porta-voz.





(G1) A China vai lançar, na tarde de sábado (16), a nave tripulada Shenzhou IX, a quarta deste tipo, com uma novidade a bordo: a primeira mulher astronauta chinesa, Liu Yang.

A expectativa é que Liu, que irá acompanhada de dois homens, melhore a "eficiência" do trabalho da tripulação, segundo a porta-voz, Wu Ping, em entrevista na plataforma de lançamento, situada na província de Gansu (noroeste), segundo a agência oficial Xinhua.

"De maneira geral, as astronautas mulheres têm mais estabilidade psicológica e maior habilidade para lidar com a solidão", afirmou Wu.

Liu se somará à lista de mais de 50 mulheres astronautas que viajaram ao espaço desde que a russa Valentina Tereshkova se tornou a primeira cosmonauta em 1963, dois anos depois da histórica viagem de Yuri Gagarin.

A designação de Liu foi anunciada nesta semana após um longo processo de seleção que deu preferência a mulheres casadas e com filhos (embora esse não seja o caso da escolhida), devido ao fato de o voo espacial e a possível exposição à radiação poderem causar infertilidade.

Os critérios da escolha são rigorosos. A escolhida tinha, entre outros, de ter dentes perfeitos, pele sem calos ou problemas, e odor corporal agradável -o contrário pode ser um problema durante a permanência no espaço.

Além disso, com esta missão, a China realizará o primeiro acoplamento de uma nave tripulada ao módulo chinês Tiangong I, lançado no último mês de setembro e criado para hospedar os tripulantes e servir de base para experimentos científicos que desenvolverão durante dez dias.

Os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu Yang embarcarão às 7h37 de sábado (de Brasília) na Shenzhou IX, que será propulsada ao espaço por um foguete desde o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto noroeste da China.

O lançamento foi anunciado em fevereiro, mas na ocasião foi informado que seria uma nave não tripulada com animais e sementes a bordo para realizar experimentos em condições de gravidade zero e radiação.

Este será a quarta viagem tripulada da China depois das realizados em 2003 e 2005, e do passeio espacial de 2008.

Segundo dados oficiais chineses, a China se situa no segundo posto no número de lançamentos depois da Rússia, embora os analistas considerem que o país asiático tem atualmente o nível tecnológico de Estados Unidos e União Soviética na década de 1960.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Brasil e China Testam Recepção do Satélite CBERS-3


(INPE/Brazilian Space) Testes de compatibilidade entre o satélite sino-brasileiro CBERS-3 e a estação de recepção de imagens de Miyun, na China, foram concluídos com sucesso pelas equipes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Centro Chinês para Dados e Aplicações de Satélites de Recursos Terrestres (CRESDA) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).

Realizados nos dias 27 e 28 de maio no Centro de Observação da Terra e Terra Digital, os testes de compatibilidade eletromagnética tinham como finalidade garantir o perfeito entendimento entre o satélite, que será lançado em novembro, e a estação de recepção e gravação chinesa, incluído o software do sistema de ingestão, gravação e processamento desenvolvido pela indústria brasileira AMS Kepler Engenharia de Sistemas Ltda.

Nesses testes são utilizados os subsistemas transmissores de dados brasileiro (MWT) e chinês (PIT). Imagens previamente gravadas das câmeras brasileiras MUX WFI e das câmeras chinesas PANMUX e IRS são injetadas nos subsistemas MWT e PIT e transmitidas simultaneamente via cabo para a estação. Após a recepção e a demodulação, é realizada a descompressão, decodificação e visualização em tempo real das imagens. Os dados recebidos devem ser idênticos aos enviados.

Os testes são importantes para garantir a recepção de imagens e, também, para verificar a correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto com a imagem, como os dados de telemetria das câmeras e os dados de órbita e atitude.

Pelo INPE, participaram dos testes os engenheiros Carlos Gonçalves e Rodolfo Araújo, da Divisão de Eletrônica Aeroespacial (DEA/ETE), José Bacellar, da Divisão de Processamento de Imagens (DPI/OBT) e Leandro Silva, do Laboratório de Integração e Testes (LIT).

Os ensaios de compatibilidade entre o satélite e as estações terrenas brasileira e chinesa estão previstos no Plano de Desenvolvimento e Testes do Programa CBERS. A validação da estação de Cuiabá para a recepção do CBERS 3 foi realizada com sucesso em março de 2011.

O satélite é o quarto desenvolvido pelo Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), no âmbito da parceria iniciada com a China há mais de 20 anos e que garantiu a ambos os países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra.

Mais informações sobre o Programa CBERS no site www.cbers.inpe.br

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Astronauta registra reflexo do sol em painel da Estação Espacial

Cena foi feita durante o amanhecer do último dia 8. Imagem foi clicada por Andre Kuipers.



(AP/G1) Sol reflete nos painéis solares da Estação Espacial Internacional durante o amanhecer. A foto foi tomada pelo astronauta Andre Kuipers em 8 de junho e divulgada nesta quarta (13) (Foto: Andre Kuipers/Nasa/AP)

NASA testará escudo de reentrada inflável


A estrutura térmica inflável, preenchida com nitrogênio antes de iniciar a reentrada, funcionará tanto como proteção térmica, quanto como freio aerodinâmico. [Imagem: NASA]




Escudo inflável
(Inovação Tecnológica) A NASA anunciou que está tudo pronto para o último teste de viabilidade técnica de uma nova tecnologia de escudo de reentrada inflável.

O escudo, chamado IRVE (Inflatable Re-entry Vehicle Experiment: veículo experimental de reentrada inflável), fará seu teste definitivo em um voo orbital, levado por um foguete de sondagem.

Acondicionado de forma semelhante a um guarda-chuva, o equipamento mede 3,05 metros de comprimento por 56 centímetros de diâmetro.

Quando o foguete atingir seu ponto mais alto, um sistema automático irá inflar os tubos que dão a forma ao escudo, que estenderá um cobertor térmico que cobrirá o IRVE como um todo.

Esse escudo de calor irá proteger a carga útil do teste, que consiste em quatro segmentos, incluindo o sistema inflável, mecanismos de direção, equipamentos de telemetria e equipamentos de fotografia e filmagem.

Teste orbital
Após o lançamento, o foguete subirá 462 quilômetros, uma altitude maior do que a que se encontra a Estação Espacial Internacional.

Os testes anteriores do IRVE foram feitos em voos suborbitais, nos quais o tempo do teste, mas sobretudo a velocidade de reentrada, são menores.

O IRVE vai se separar do foguete de sondagem, uma carga de nitrogênio será bombeada para inflar seu aeroescudo e, em seguida, o conjunto inteiro cairá de volta através da atmosfera da Terra.

Durante a reentrada, que ocorrerá sobre o Oceano Atlântico, câmeras e instrumentos transmitirão imagens e dados para os pesquisadores em terra.


À esquerda, o processo de enchimento do escudo inflável. À direita, a visualização superior e inferior do escudo já inflado. [Imagem: NASA/AMA]


Desacelerador aerodinâmico
O aeroescudo IRVE faz parte de um projeto da NASA chamado HIAD (Hypersonic Inflatable Aerodynamic Decelerator, desacelerador aerodinâmico hipersônico inflável, em tradução livre.

"O HIAD dará à NASA mais opções para futuras missões planetárias ou para trazer cargas de volta para a Terra," afirmou Neil Cheatwood, chefe do projeto.

"Quando vamos para outros planetas com atmosfera, nós de fato usamos essa atmosfera como um freio, usando um aeroescudo ou um desacelerador aerodinâmico. Mas o tamanho desses escudos térmicos atualmente é limitado. Nós não conseguimos construí-los maiores do que o diâmetro do veículo de lançamento," explica ele.

Isto porque o escudo é aplicado sobre a própria superfície da nave.

Um escudo térmico inflável, que se expande em órbita, funcionará tanto como proteção térmica quanto como freio aerodinâmico, permitindo acomodar cargas maiores, oferecendo proteção para instrumentos científicos maiores e mais pesados.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Projeto para lançar satélite de base no Maranhão está travado


(Folha) A empresa binacional criada em 2007 por Brasil e Ucrânia para lançar satélites comerciais da base de Alcântara (MA) está caindo sem nunca ter decolado.

Desde dezembro, a ACS (Alcântara Cyclone Space) não paga as empreiteiras que executam as obras do sítio de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4.

A empresa tem R$ 40 milhões em caixa e uma dívida de R$ 50 milhões com os construtores.

Seu plano de negócios, que nem chegou a ser aprovado pelo conselho de administração, prevê que ela ficará deficitária por 20 anos.

E, mesmo assim, só vinga se conseguir fechar um acordo polêmico de proteção tecnológica que lhe dê acesso ao maior mercado de satélites privados, o dos EUA.

"Pode ser que, por questão de recursos, o projeto tenha de dar uma parada para se rearrumar", diz o diretor brasileiro da ACS, brigadeiro Reginaldo dos Santos.

AMEAÇA DE PARAR
Segundo o diretor ucraniano, Oleksandr Serdyuk, o consórcio formado por Camargo Corrêa e Odebrecht já cortou pela metade o número de operários nas obras em Alcântara. E disse que vai parar a construção se os pagamentos de R$ 30 milhões por mês não forem retomados.

"Não vamos conseguir fazer o primeiro lançamento em 2013, como solicitado pelos governos", declarou Serdyuk.

Para que os planos de lançamento sejam mantidos, a ACS está pedindo mais R$ 802 milhões, metade vindo do governo brasileiro. Isso além de R$ 135 milhões que o Brasil já havia se comprometido a depositar neste ano e que foram cortados no ajuste fiscal feito pelo governo.

À presidente Dilma Rousseff, portanto, caberá decidir até setembro --mês em que a ACS não terá dinheiro para mais nenhum contrato-- se joga fora os US$ 197 milhões que o país já investiu na empresa ou se injeta mais R$ 536 milhões no projeto.

Serdyuk e Santos ressaltam o caráter estratégico do projeto. "O Brasil, em três anos e por US$ 500 milhões, está recebendo um centro de lançamento e acesso ao espaço", afirma Serdyuk. "Acho que não custa o preço de um estádio de futebol no Brasil."

"Não é um negócio em que se coloque a parte financeira em evidência", diz Santos.

PARA O ALTO E AVANTE
A perspectiva de ganhar dinheiro com lançamentos privados, porém, foi o mote usado pelo então ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB-CE) para convencer o presidente Lula a bancar o projeto da ACS.

Em 2007, quando a empresa foi fundada, a previsão de capital era de US$ 105 milhões, e o primeiro lançamento estava previsto para 2010.

Especialistas já então alertavam que os custos eram irreais e o mercado, incerto.

Amaral falava em seis ou sete lançamentos por ano, mas ninguém de fora da empresa jamais havia visto o plano de negócios da ACS.

Santos disse que a revisão do plano, que está sendo preparada, fala em cinco lançamentos por ano, no máximo.

"O plano ficou economicamente muito marginal."

O brigadeiro afirmou, ainda, que a dívida com as empreiteiras brasileiras é "amigável" e que os contratos com as empresas ucranianas estão sendo cumpridos.

Ele atribui a escalada nos custos e a demora ao fato de a ACS ser um projeto de desenvolvimento. "Não é um pacote fechado."

As contas da empresa até hoje são mantidas fora do escrutínio público. Por se tratar de uma binacional, o TCU (Tribunal de Contas da União) não pode auditá-la. "Não estou preocupado com o TCU. Tem de passar por mim primeiro", disse Santos.
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Nasa começa nova missão no fundo do Oceano Atlântico

Quatro astronautas ficarão 12 dias em submarino com função de laboratório. Equipe pretende treinar exploração de asteroides.





(G1) A Nasa (agência especial norte-americana) viajou mais uma vez ao fundo do Oceano Atlântico para simular a visita a um asteroide. A operação submarina, que começou nesta segunda-feira (11), faz parte da 16ª edição das “Missões de Operação em Ambientes Extremos” (Neemo, na sigla em inglês).

Segundo a agência, a viagem começou às 11h04 (12h04 no horário de Brasília). No site da Nasa, imagens em tempo real mostram detalhes da jornada.

A equipe de quatro astronautas vai permanecer por 12 dias dentro do laboratório submarino Aquarius, um cilindro incrustado a cinco quilômetros e meio da costa de Key Largo, no sul da Flórida. O Aquarius é o único laboratório e hábitat submarino permanente do mundo.

A equipe pretende testar novas soluções de engenharia que permitiriam os astronautas a explorar asteroides.

“Nós estamos tentando olhar para o futuro e entender como poderíamos operar um asteroide”, disse o astronauta Mike Gernhardt, líder da operação.

Participam da missão Dorothy Metcalf-Lindenburger, astronauta da Nasa, Kimiya Yiu, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão e Timothy Peake, da Agência Espacial Europeia.
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

China promete lançar voo espacial tripulado em junho

Foguete que levará a Shenzhou-9 está em plataforma no noroeste do país. Nave levará três astronautas ao módulo orbital Tiangong-1.





(G1) A China anunciou que vai lançar ainda em junho um voo espacial tripulado, o último passo no programa da potência asiática para abrigar uma estação espacial em 2020, anunciou neste sábado (9) a agência oficial "Xinhua". Segundo o texto, que não especifica o dia da decolagem, o foguete que transporta a nave Shenzhou-9 já foi instalado em uma plataforma no noroeste do país.

"O lançamento acontecerá em algum momento em meados de junho", disse um porta-voz do programa espacial, segundo a Xinhua.

Será a primeira missão espacial tripulada da China desde setembro de 2008, e dela participarão três astronautas que se transferirão ao módulo orbital Tiangong-1, ao qual a aeronave se acoplará.

Depois do acoplamento, os astronautas entrarão temporariamente no Tiangong-1, onde desenvolverão experimentos científicos.

"As preparações finais vão bem, e os astronautas selecionados completaram seu treinamento e estão em perfeitas condições físicas e mentais", disse o porta-voz.

Em novembro passado, a nave não tripulada Shenzou VIII retornou à Terra após completar dois acoplamentos ao Tiangong-1, na primeira conquista chinesa desse tipo.

A China se tornou o terceiro país, depois de Estados Unidos e Rússia, a finalizar com sucesso um lançamento tripulado em outubro de 2003, com a nave Shenzou V e o astronauta Yang Liwei.

O Tiangong-1 é o primeiro módulo espacial chinês e foi lançado em setembro passado, mas a China planeja substituí-lo por uma estação espacial própria em 2020, onde uma tripulação possa viver de forma independente durante vários meses.
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