Você não sentirá a ausência de gravidade, mas a paisagem não ficará nada a dever à que se tem do espaço. [Imagem: Inbloon]
Balão espacial
(Inovação Tecnológica) Esqueça os foguetes, com seu barulho, fumaça e uma aceleração que os torna proibitivos para muitos candidatos a turista espacial.
Você logo poderá ir às bordas do espaço suavemente, sem o mínimo tranco ou solavanco, a bordo de um balão espacial.
Balões são usados há décadas para pesquisas nas camadas mais altas da atmosfera terrestre.
Mais recentemente, eles se tornaram uma alternativa para aficionados e estudantes fazerem suas próprias imagens do espaço.
O espanhol José Mariano López-Urdiales, contudo, acredita que dá para mandar para o espaço bem mais do que galinhas de plástico.
Ele fundou uma empresa, a Zero2Infinity, para encontrar investidores e levantar fundos para colocar sua ideia em prática.
O mirante espacial subirá içado por um balão, e descerá de paraquedas. [Imagem: Inbloon]
Subir e descer
Os testes já começaram no final de Maio, quando foi lançado um protótipo em escala reduzida do balão espacial - ainda não tripulado.
Enquanto os balões meteorológicos sobem facilmente, eles explodem quando superam a altitude onde a pressão interna do seu gás supera muito a pressão externa da atmosfera rarefeita, fazendo seu tecido rasgar-se.
Mas, para que a ideia de López-Urdiales decole de vez, ele precisa controlar a altitude e trazer seus turistas espaciais com segurança de volta ao solo.
Eles retornarão, mas a cápsula soltará o balão e descerá de para-quedas.
Uma ideia que, a rigor, não é nova, já que vários balonistas já se aventuraram até a fronteira do espaço exterior.
A diferença é que López-Urdiales quer fazer isto de forma sistemática, levando pessoas em um verdadeiro mirante voador como se faz com os passeios de balão nos fins de semana.
A primeira cápsula será capaz de levar dois pilotos e dois passageiros a uma altitude de 34 km. [Imagem: Inbloon]
Vista espacial
Deve valer a pena.
É famosa a história do piloto norte-americano Joe Kittinger, que alcançou 29 km de altitude em uma cápsula içada por um balão, em 1957.
Quando seu comandante ordenou que ele controlasse o balão para iniciar a descida, ele respondeu: "Venham me buscar."
O projeto inicial da Zero2Infinity é construir uma cápsula capaz de levar dois pilotos e dois passageiros a uma altitude de 34 km.
Isso é baixo demais para experimentar a microgravidade - considera-se que o "espaço" comece aos 100 km de altitude - mas alto o suficiente para ter uma "vista quase espacial" da Terra.
A rigor, os passageiros experimentarão um gostinho de "ausência de gravidade" quando o balão se soltar e começar a cair, e um tranco quando o paraquedas se abrir.
Há uma confusão terrível entre o que se denomina microgravidade ou gravidade zero e a situação de queda livre para se manter na órbita circular em volta da Terra. A Estação Espacial Internacional se encontra a uma altura média de 345km.
ResponderExcluirChamando g a aceleração da gravidade na superfície da Terra (9.8 m/s2) e raio terrestre R=6371km, e g' a mesma aceleração para uma altura h, é fácil calcular que:
g . R^2 = g' . (R+h)^2
de onde g'/g = [ R /(R+h) ]^2
colocando valores obtemos que para a altura h=345km g'/g = 0.8999 ou seja 90% daquele valor obtido sobre a superfície terrestre.
Gravidade zero? Nada disso, a força da gravidade para h= 345km de altura é 90% do valor na superfície terrestre. As pessoas não perceberiam a diferença. PORÉM, para se manter em órbita circular (aprox) a 345km de altura é necessária uma velocidade orbital determinada, que coloca a ISS num estado permanente de queda livre, o qual SIMULA um ambiente de gravidade zero, mas de fato o valor da gravidade nessa altura é 90% do valor na superfície. A condição de "gravidade zero" só acontece porque a ISS está em queda livre!
Um abraço!