segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mulheres astronautas podem ser a chave para economizar despesas na Nasa

Por consumirem menos alimento e serem mais leves, astronautas do sexo feminino gerariam economia de combustível


(O Globo) Enviar mais mulheres e menos homens para o espaço pode ser um ótimo negócio para a Nasa e as companhias de turismo espacial, segundo um artigo da americana Kate Greene publicado na revista “Slate”.

No ano passado, Kate, que é jornalista, participou de um estudo da Nasa, no Havaí, no qual ela e outras cinco pessoas tiveram que viver durante quatro meses em uma cúpula pequena dentro de um vulcão — o tipo de habitação que, um dia, poderia ser instalada em Marte. Os participantes da simulação HI-SEAS só eram autorizados a sair se vestissem trajes espaciais completos. Mas como estava lá como uma repórter, ela decidiu conduzir um experimento por conta própria.

Usando uma braçadeira com um sensor, ela acompanhou o gasto calórico diário de todos os membros da tripulação. Então logo percebeu que as mulheres queimavam menos calorias do que os homens, por vezes, da ordem de 1.475 para 3.450.

“Semana após semana, as três tripulantes do sexo feminino gastavam menos da metade das calorias queimadas pelos três tripulantes do sexo masculino. Menos da metade! Estávamos todos nos exercitando aproximadamente na mesma intensidade, pelo menos 45 minutos por dia, durante cinco dias consecutivos por semana, mas os nossos metabolismos estavam calibrados de formas radicalmente diferentes”, lembra Kate.

As mulheres também comiam menos do que os homens. Partindo do princípio que todos os alimentos devem ser enviados da Terra para o espaço ou cuidadosamente cultivados no local, Kate concluiu que isso pode fazer uma grande diferença nas despesas com deslocamento.

“Quanto mais alimento enviado, mais pesada fica a carga. E quanto mais pesada a carga, mais combustível é necessário para colocá-lo em órbita e além dela. Quanto mais combustível necessário, mais pesado o foguete se torna, o que, por sua vez, exige ainda mais combustível para o lançamento”, analisa Kate em seu artigo.

Segundo essa lógica, quanto menores e mais leves os astronautas, maior a economia para as empresas espaciais. E a repórter não está sozinha em sua avaliação. Alan Drysdale, um analista de sistemas em suporte de vida e um antigo prestador de serviços para Nasa, concorda com a ideia de seleção de astronautas menores, incluindo as mulheres. De acordo com alguns dados analisados por Drysdale, as menores mulheres no programa Nasa exigem metade dos recursos dos maiores homens, relata Kate.

“Não há nenhuma razão para escolher pessoas maiores para uma tripulação quando é o poder do cérebro que você quer”, comenta a repórter.

Como ela ressalta, uma missão só de mulheres a Marte, no entanto, provavelmente seria rotulada como “tendenciosa”, uma vez que intencionalmente ignoraria metade da população mundial, além de todas as mulheres que não têm um tipo físico mignon. Mesmo que fosse significativamente mais barata, a ideia seria difícil de emplacar.

“Por outro lado, o design espacial sempre foi tendencioso, de uma forma ou de outra”, sugere a jornalista.

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