segunda-feira, 9 de julho de 2012

Programa Espacial: Mutirão de Ministérios


(Espaço Brasileiro / Brazilian Space) Os Ministérios das Comunicações e da Defesa já participam do projeto do primeiro satélite geoestacionário brasileiro de telecomunicações, a ser construído pela companhia público-privada Visiona Tecnologias Espaciais Ltda, joint-venture criada em boa hora pela Telebrás, empresa pública, e pela Embraer, empresa privada. O novo satélite irá prestar serviços inestimáveis aos dois Ministérios. Ele ampliará em grande escala o Programa Nacional de Banda Larga, levando a inclusão digital às regiões remotas do país ainda sem acesso à internet. O equipamento também dará mais segurança e eficiência às redes de comunicação entre órgãos do Governo Federal e das Forças Armadas, hoje obrigadas a alugar transponders de satélites de empresas multinacionais. Além do mais, habilitará o país a vigiar melhor mossas fronteiras e nossas regiões mais ricas em recursos naturais.

Ao mesmo tempo, já há conversas com o Ministério da Agricultura sobre possibilidade de construir em conjunto, um satélite meteorológico, indispensáveis às áreas agrícolas e pastoris, que precisam ser precisas e competitivas. Esse satélite – de enorme utilidade aos esforços emergenciais de alerta, prevenção e redução dos desastres naturais – também poderá ser produzido por nossas empresas, até em parceria com empresas de outros países, se necessário.

O Brasil, com mais de oito milhões de Km², é o quinto maior país do mundo em extensão territorial, depois da Rússia (17 milhões), Canadá (quase 10 milhões); China (9,596 milhões), e Estados Unidos (9,519 milhões). Com 12% dos recursos hídricos mundiais, o país é um dos mais bem servidos de água, no entanto, ainda necessita aproveitar melhor essa riqueza. Este recurso é o elemento-chave da estratégia brasileira para promover o crescimento sustentável e construir uma sociedade mais igual e inclusiva.

Outro privilégio brasileiro, que confere enorme responsabilidade, é possuir a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta. Por isso é preciso conhecer palmo a palmo o território nacional e suas imensas riquezas naturais. É necessário proteger, enriquecer e usar, de modo mais sustentável, o meio ambiente, os biomas e os mananciais em solo, subsolo, rios e oceano.

Tudo isso significa o desenvolvimento de mais satélites de Observação da Terra. São eles que nos colocam desafios tecnológicos maiores, como os de observação à distância. Há que contar com novos tipos de sensores, em especial sensores radar, importantíssimos na Amazônia e na guarda de nossas fronteiras, pois ignoram nuvens e intempéries. São claramente projetos para serem executados em parceria com diferentes Ministérios e múltiplos órgãos federais e estaduais.

Trata-se, portanto, de um grande e inovador mutirão. Esse é o nome. E, por sua relevância neste momento, ele demanda uma estrutura interministerial, um Conselho Nacional de Política Espacial, liderado pela Presidente Dilma Rousseff, capaz de planejar o conjunto de projetos e atividades espaciais necessárias aos diversos setores, mobilizar os recursos humanos e financeiros exigidos e acompanhar a sua execução. A ideia chega em boa hora. Este é o momento de promover uma revolução espacial em nosso país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário