quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Star City: o exigente centro de formação para astronautas


(TV Ciência - Portugal) Star City, o centro de formação de astronautas na Rússia, tem neste momento quatro astronautas da ESA a prepararem-se para missões futuras. Samantha Cristoforetti está com viajem marcada para a Estação Espacial Internacional em novembro de 2014.

Em Star City, perto de Moscovo, quatro astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA) estão a treinar para quatro missões diferentes. Estar no local de nascimento dos voos espaciais tripulados é invulgar mas tem grande significado.

A italiana Samantha Cristoforetti tem voo marcado para a Estação Espacial Internacional (na sigla em inglês, ISS) a 24 de novembro, onde permanecerá seis meses.

Os exames na nave espacial de operações da Soyuz marcam o final do treino de Samantha que, em breve, estará na realidade a voar em órbita. Mas enquanto Samantha se prepara para Baikonur, a tensão que começa alguns meses antes do lançamento já se faz sentir em Andreas Mogensen.

Em Setembro de 2015 vai ser o primeiro dinamarquês a voar para a ISS, para isso tem de passar por um rigoroso programa de formação para a missão de onze dias e aulas de russo fazem parte da formação.

Andreas também precisa de trabalhar o conhecimento sobre a Estação Espacial e Star City é o local onde pode aprender o funcionamento dos módulos russos.

Andreas Mogensen, astronauta da ESA explica que «em Star City uso a maioria do meu tempo no simulador Soyuz juntamente com o meu comandante e de repente começa-se a sentir que é muito mais real. Quando se está sentado no Soyuz e passamos por toda a sequência de lançamento e desembarque, consegue-se sentir que nos estamos a aproximar da data e isso é muito entusiasmante».

Em breve, após Mogensen regressar à Terra, Tim Peake vai começar uma missão de longa duração - decolando de Baikonur em novembro de 2015. Tal como os colegas, Tim assiste a aulas de línguas e teoria em Star City – e aprendeu como vestir o fato espacial Sokol no espaço apertado da Soyuz, para quando estiver em fase orbital.

Peake vai ser o primeiro astronauta britânico a visitar a ISS. A experiência que possui em pilotar naves militares tem sido útil na preparação da próxima missão. «Acho que a minha formação de piloto é muito útil», afirma o astronauta e adianta que «quando saltamos no simulador Soyuz, as coisas são muito semelhantes. Segue-se a documentação de bordo, praticam-se situações fora do vulgar, e trabalha-se como uma equipa, como uma tripulação, tal como faríamos a bordo de uma aeronave».

Thomas Pesquet é o membro mais novo do Corpo Europeu de Astronautas e está também em formação para uma missão de longa duração para a estação, agendada para 2016. Thomas tem de ficar muitas horas preso nos apertados assentos do simulador Soyuz para aprender os meandros desta nave espacial de experiências e testes. Mas o astronauta francês está contente por aprender novas competências no histórico centro de formação.

«A formação como astronauta só por si já é gratificante, ou seja, já é um emprego de sonho e – ainda melhor – é poder participar no voo no final, portanto, não há tempo para estar aborrecido, não há tempo para pensar em demasia sobre o que estamos a fazer. Todos os dias estamos ocupados, todos os dias é um bom dia, e isso vai continuar assim até ao voo», afirma Thomas Pesquet.

O caminho até Baikonur é longo e duro e esta formação exigente em Star City é apenas parte da jornada. Mas as recompensas são muitas – e ao adaptarem-se às novas carreiras, os astronautas da ESA ganharão um lugar a bordo do primeiro laboratório espacial internacional – onde recolhem novos dados e conhecimento para a ESA sobre voo espacial.
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