quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Ramo espacial russo na busca de prioridades


(Voz da Rússia) Uma reunião corrente do Conselho de Peritos do dirigente da Comissão Militar-Industrial da Federação Russa acaba de correr em Moscou. O fórum, sob a presidência do vice-premiê Dmitri Rogozin, foi dedicado à organização do setor espacial de mísseis na Rússia. Peritos e principais especialistas do ramo, presentes na reunião, apresentaram comentários imparciais do acontecido.
Rússia em órbita: transportador ou player?

Dmitri Rogozin destacou os principais problemas da astronáutica russa que hoje perdeu com evidência a liderança. A perda de infraestrutura, de quadros, assim como a paralisação de uma série de projetos científicos importantes levaram ao fato de o papel da Rússia no espaço em 2000-2010 ter sido reduzido à posição de “transportador”. Cada vez maior número de lançamentos espaciais russos, cujo número diminuiu para 20-30 ao ano, consiste em colocação de satélites estrangeiros em órbita. A degradação do ramo foi acompanhada de queda de segurança de até sistemas que se recomendaram no passado, de crescimento brusco dos prazos de desenvolvimento de novos modelos e de fracassos sistemáticos de missões complexos, tais com a Phobos-Grunt. Contudo, foi possível impedir a ruína de uma parte do setor. Tal diz respeito em primeiro lugar à comunicação por satélites e ao sistema de Glonass. No último caso, foi possível garantir o desdobramento do agrupamento previsto graças a necessidades claramente definidas nestes sistemas e aos objetivos de seu desenvolvimento. Foi mantida também a cosmonáutica tripulada à conta, inclusive, do financiamento do programa da Estação Espacial Internacional (EEI).

Em resultado, a quota-parte da Rússia no mercado mundial de serviços espaciais em expressão monetária diminuiu para 3% (o volume total constitui 180 bilhões de dólares). Ao mesmo tempo, a Rússia continua a efetuar a maior parte de lançamentos de foguetões, mas, em condições de desenvolvimento de novos veículos espaciais pelos EUA e por outros países, este setor, não muito rentável e com grandes investimentos da ciência, irá diminuir inevitavelmente.

A recuperação do papel da Rússia como país playerno mercado exige uma avaliação adequada da situação formada e a utilização de trunfos existentes. Em particular, Dmitri Rogozin destacou especialmente o papel de Glonass como um dos possíveis setores da comercialização de envergadura do ramo espacial. Ao mesmo tempo, a formação da infraestrutura de Glonass pode e deve ser uma locomotiva da indústria eletrônica russa. A proposta conforme a qual os receptores de Glonass devem ser montados a partir de componentes russos já foi aprovada.

Renúncia a fantasias
O planejamento estratégico do desenvolvimento do ramo espacial não foi efetuado durante muitos anos. Múltiplos votos ficavam no papel, enquanto como objetivos eram apresentados diferentes projetos ambiciosos pouco argumentados praticamente – desde voos lunares até missões marcianas. Ao mesmo tempo, os respectivos projetos e pesquisas científicas desenvolvidas numa envergadura relativamente pequena exigiam contudo meios e tempo.

Praticamente todos os participantes da reunião concluíram unanimemente que a recusa a fantasias e a passagem para a realização de tarefas reais, ligadas em primeiro lugar ao restabelecimento do potencial anteriormente perdido, são uma garantia do sucesso do programa espacial da Rússia. Tal diz respeito sobretudo ao desenvolvimento de uma nova geração de satélites com aprofundamento da localização produtiva da base de elementos (hoje, na maioria importados) e à elaboração de meios de lançamentos prometedores com características tático-técnicas aperfeiçoadas e potencialidades alargadas de colocação em órbitas de diferentes parâmetros.

Esta também é uma base necessária para o desenvolvimento de uma infraestrutura espacial próxima da Terra, que garanta a segurança do país e o desenvolvimento econômico, assim como o estudo futuro do espaço distante, orientação em que já são importantes razões de prestígio e tarefas científicas. Ao mesmo tempo, ninguém renuncia a objetivos ambiciosos como voos à Lua ou Marte, mas estas missões não devem determinar hoje as perspectivas de desenvolvimento do ramo.

Nestas condições, o desenvolvimento definitivo do foguete Angara, que há muito que começou, torna-se uma tarefa principal, o que permitirá elevar a eficiência econômica da instalação em órbitas e aperfeiçoar as empresas que produzem satélites. Paralelamente, é possível reduzir o seu número. A situação em que uma companhia produz 1 a 2 aparelhos ao ano é absolutamente inaceitável tanto econômica como administrativamente, levando em consideração a necessidade de unificar plataformas e sistemas de comando. Um sucesso neste vetor pode reforçar consideravelmente as posições da Rússia nesse segmento, se não devolver ao país a liderança no espaço. O preço do fracasso pode ser muito alto.

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