sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cosmonauta desiste de ir ao espaço por "trabalho mais interessante"

(Terra) Apesar de ser o sonho de muitas pessoas, a viagem ao espaço não é a coisa mais importante para o cosmonauta Yury Lonchakov. Escalado para integrar uma missão à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em 2015, o russo pediu demissão de seu posto por um “trabalho mais interessante”, de acordo com informações da agência RT.

Lonchakov faria parte da equipe, ao lado do compatriota Oleg Kononenko, do americano Kjell Lindgren e do japonês Kimiya Yui, que embarcaria na nave Soyuz TMA-16M em missão rumo à ISS em 2015. “Ele veio até mim e disse que encontrou um trabalho mais interessante do que trabalhar no espaço. E escreveu sua carta de demissão”, disse nesta quinta-feira, à agência Interfax, Sergey Krikalev, chefe do Centro de Treinamento de Cosmonautas.

“Francamente, nós contávamos com a sua participação porque ele não fazia apenas parte da unidade, ele estava escalado para a tripulação”, afirmou Krikalev, acrescentando que não entendeu a decisão do cosmonauta. A saída de Lonchakov causou polêmica na Rússia, com muitas pessoas questionando qual trabalho seria mais interessante que ser um viajar ao espaço.

O cosmonauta, 48 anos, já era um veterano. Ele fez seu primeiro voo em 2001, como parte da tripulação da Endeavour STS-100 no programa de montagem da ISS. Em sua segunda missão, em 2002, Lonchakov trabalhou como engenheiro de voo da Soyuz TMA-1. Em 2008, foi o capitão da Soyuz TMA-13 e serviu novamente como engenheiro na 18ª missão à ISS. Ele fez duas caminhadas no espaço nesta ocasião.

De acordo com dados de 2010, cosmonautas russos ganham entre US$ 130 mil e US$ 150 mil durante seis meses na ISS. No entanto, o salário mensal quando retornam à Terra é de aproximadamente US$ 2,1 mil.

O Centro de Treinamento de Cosmonautas comunicou no ano passado que há um programa para transferir a indústria militar espacial para o serviço civil. O famoso cosmonauta Aleksey Leonov, o primeiro homem a caminhar no espaço, em 1965, disse que algumas decisões recentes das autoridades estão levando à destruição dos cosmonautas russos - a mídia local reportou que alguns deles, anonimamente, têm se queixado de falta de respeito do governo.

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