quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Slingatron pretende arremessar cargas ao espaço sem foguete


A ideia é construir um protótipo do slingatron para impulsionar um objeto de 100 gramas a uma velocidade de um quilômetro por segundo. [Imagem: HyperV]

Arremesso espacial
(Inovação Tecnológica) O nome lembra os melhores projetos da ficção científica: Slingatron.

Em português seria algo como "atiratrônica", já que sling é o termo em inglês para funda, o tipo de atiradeira que Davi teria usado para derrotar Golias.

A empresa emergente HyperV Technologies está propondo demonstrar que essa tecnologia pode substituir os foguetes, impulsionando objetos diretamente para o espaço.

Para isso, ela está pedindo dinheiro, através de uma campanha no site de arrecadações Kickstarter.

A ideia é construir um protótipo do slingatron para impulsionar um objeto de 100 gramas a uma velocidade de um quilômetro por segundo.

A emprega garante que seu último protótipo, de 2 metros de altura, acelerou um objeto de 230 gramas a 100 metros por segundo (100 m s-1).

Se conseguir o dinheiro com o público, o objetivo é construir um slingatron de 5 metros de diâmetro para gerar velocidades 10 vezes maiores, abrindo caminho para um slingatron de tamanho prático, capaz de lançar cargas a 11 km-1 - rápido o suficiente para que a carga entre em órbita.

Os criadores da HiperV acreditam que o conceito será muito mais barato do que lançamentos de foguetes convencionais, apesar de só ser apropriado para cargas não-humanas, que podem resistir a uma aceleração equivalente a 60.000 g.

Uma versão prática da funda espacial seria colocada em uma torre móvel, permitindo fazer a mira para colocar o objeto na órbita correta. [Imagem: HyperV]

Atiradeira espacial
O slingatron é baseado em uma antiga arma conhecida como funda, que consiste em uma corda dobrada, no centro da qual é posto o objeto a ser arremessado - a pessoa gira a corda com a carga em torno da cabeça com frequência cada vez maior, soltando uma de suas extremidades para fazer o arremesso.

No slingatron, a corda é substituída por uma pista em espiral que gira a uma frequência constante. Quando um objeto é posto no centro, ele segue pela pista seguindo um raio crescente, indo mais e mais rápido conforme vai para a borda.

Quanto maior for o raio final - e maior a frequência de rotação - mais rápido o objeto vai voar quando sair pela extremidade da pista.

Dennis Bushnell, cientista-chefe do Centro de Pesquisa Langley, da NASA, comentou a ideia para o site Physicsworld.

Segundo ele, um estudo feita pela NASA há menos de 10 anos concluiu que os slingatrons seriam "a abordagem tipo 'arma' mais interessante" em termos de custo e capacidade para lançar cargas ao espaço.

"Vale a pena um estudo mais aprofundado e sério", disse ele. "[Mas] se [HyperV] tem bolsos fundos o suficiente para arcar com isso é algo ainda por ser demonstrado," concluiu.

Ela não tem, já que apelou para uma campanha pública. Mas a NASA também parece não ter, já que não alocou nada para a pesquisa, mesmo considerando-a a opção mais promissora.

A esperança para tirar a prova, então, está com o público.

Um comentário:

  1. Agora eu pergunto...
    Quem faria um satélite que suporte 60000g's (600km/s2)?
    Por especificação técnica, um lançador não deve superar a faixa dos 10-15g's devido à fragilidade dos satélites de hoje.
    A ideia é boa, mas o resultado não é promissor

    ResponderExcluir