quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Experimento no espaço pode ajudar a entender sistema imunológico

(Terra) A vida no espaço enfraquece o sistema imunológico dos astronautas, que ficam debilitados no retorno à Terra. Agora, cientistas analisam um experimento feito na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) que pode explicar esse fenômeno e nos ajudar a entender melhor o funcionamento das defesas do nosso corpo.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), o astronauta Thomas Reiter realizou em 2006 o experimento. Ele consistia em colocar células do sistema imunológico humano em microgravidade, enquanto outras células idênticas eram colocadas em uma centrífuga, para simular a gravidade da Terra. As amostras foram então preservadas para análise posterior.

Como esperado, os cientistas observaram que aquelas que ficaram na gravidade simulada continuaram saudáveis, ao contrário daquelas que flutuaram no espaço. Quando compararam as amostras, eles descobriram que um transmissor específico (chamado Rel/NF-κB) das células debilitadas parou de funcionar em microgravidade.

"Normalmente, quando nossos corpos sentem uma invasão, ocorre uma cascata de reações que controlam as informações contidas nos nossos genes, como em um livro de instruções", explica Isabelle Walther, cientista da ESA.

A agência afirma que o estudo das células do experimento na ISS pode colocar os cientistas no caminho certo para entender melhor como nosso sistema imunológico funciona. Comparar as amostras pode mostrar quais genes instruem nossas células para reagir a doenças e como isso ocorre.

Os pesquisadores acreditam que as descobertas podem ajudar na batalha contra dois tipos de doenças. Ao "desligarmos" genes ligados ao sistema imunológico, poderíamos amenizar problemas relativos a doenças autoimunes. Por outro lado, os cientistas poderiam procurar por genes que seriam ativados para combater condições específicas.

"Se você imaginar o sistema imunológico respondendo a doenças como uma cachoeira, até agora nós estávamos lutando na base da cachoeira", diz Millie Hughes-Fulford, astronauta da Nasa que participou do experimento. "No futuro, nós poderemos mirar as gotas de chuva antes de elas terem a chance de criar uma queda d'água."

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