segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sem ônibus espaciais, ex-Nasa lutam para conseguir emprego na Flórida

(Terra) Um ano depois de a Nasa finalizar seu programa de ônibus espaciais de três décadas, milhares de engenheiros bem pagos e outros trabalhadores do Centro Espacial John F. Kennedy seguem desempregados. Eles lutam para substituir as carreiras que floresceram quando ônibus partiam da chamada Costa Espacial da Flórida. As informações são do site do jornal Huffington Post.

Desses trabalhadores, alguns foram para a Carolina do Sul para construir aviões, uma indústria crescente no Estado. Outros se mudaram para o Afeganistão para trabalhar como contratados do governo ou encontraram empregos com uma remuneração menor. Muitos, contudo, seguem procurando por trabalho e cortam coisas como condução e utilitários para economizar dinheiro.

"Ninguém quer contratar o cara velho. Simplesmente não há trabalho por aqui, ou os salários são muito baixos", diz Terry White, 62 anos, antigo gerente de projetos que trabalhou durante 33 anos no programa, até ser demitido quando a Atlantis retornou em julho de 2011, encerrando definitivamente a era dos ônibus espaciais da Nasa.

White ganhava mais de 100 mil dólares por ano no fim da sua carreira no centro espacial. As perspectivas de achar um emprego que pague algo perto disso na Costa Espacial são pequenas.

Mais de 7,4 mil pessoas perderam seus cargos com o fim do programa da Nasa. Embora outros trabalhadores de ônibus espaciais em Houston, Nova Orleans e Huntsville também tenham perdido o emprego, essas regiões têm economias maiores para absorver os trabalhadores. O Condado de Brevard, na Flórida, é menos diversificado economicamente. As principais posições cortadas pela Nasa dizem respeito a cerca de 5% dos empregos do setor privado da região.

O Centro Espacial Kennedy conta atualmente com 8,5 mil trabalhadores, a menor quantidade em mais de 35 anos. Na última década, o centro chegou a empregar 15 mil pessoas.

James Peek, 48 anos, era inspetor de qualidade dos ônibus, mas foi demitido em outubro. Ele já se candidatou a 50 vagas de emprego, sem sucesso, e chegou a trabalhar como segurança. "Com a maioria das companhias, é como se o seu currículo entrasse em um buraco negro", declara.

Al Schmidt, que trabalhou 27 de seus 60 anos no centro espacial, deixou de usar seu carro para economizar dinheiro. Os benefícios do desemprego estão terminando, e ele começa a considerar aposentadoria, algo que não gostaria de fazer.

A taxa de desemprego do Condado de Brevard aumentou nos meses em que o programa espacial da Nasa estava terminando, indo de 10,6% em abril de 2011 para 11,7% em agosto do mesmo ano. O índice diminuiu para 9%, mas uma parte dos trabalhadores se mudou do Estado ou se aposentou mais cedo do que o planejado. O condado abriu 2,7 mil desde o início do ano, mas a maioria está no sul da região, onde ficam a gigante da tecnologia Harris Corporation e a fabricante de aviões Embraer.

Alguns empregadores locais acham as demandas salariais dos trabalhadores, por vezes, muito altas. "Parem de enviar trabalhadores do Centro Espacial. Eles tem uma expectativa irreal de salário", escreveu um contratante ao site de empregos Brevard Workforce.

No tempo livre, alguns trabalhadores espaciais têm atuado como voluntários no Centro Espacial Kennedy, guiando excursões e contando histórias aos turistas.

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