quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Italianos sugerem satélite capaz de retirar parte do lixo espacial da órbita da Terra

Cerca de 20.000 objetos com mais de dez centímetros estão localizados na órbita terrestre baixa, entre 350 e 1400 quilômetros da superfície terrestre


(Veja) Detritos deixados por missões espaciais estão fazendo a órbita da Terra parecer cada vez mais um lixão. A quantidade de objetos que se acumulam no espaço desde a desativação do segundo satélite artificial americano (Vanguard I), em 1958, passou a constituir uma séria preocupação ao tráfego de naves. Para solucionar o problema, cientistas da Agência Espacial Italiana acabam de propor o lançamento de um satélite capaz de se acoplar aos maiores detritos e equipá-los com um kit propulsor, para que retornem à atmosfera e, no trajeto, se desintegrem.

A ideia, descrita em um artigo publicado no periódico científico Acta Astronautica, poderia prevenir a colisão de detritos com satélites de comunicação ou mesmo com a Estação Espacial Internacional (ISS). No final de junho, os astronautas tiveram que buscar refúgio em duas naves Soyuz quando detritos passaram a uma distância de apenas 250 metros da estação. Antes, em fevereiro de 2009, o satélite americano de comunicação Iridium 33 colidiu com o Kosmos 2251, um satélite russo aposentado. Com a destruição de ambos, incontáveis pequenos detritos foram dispersos – piorando ainda mais o cenário.

O projeto parece promissor porque é relativamente barato, apesar de conseguir remover apenas entre cinco e dez objetos por ano. Atualmente, cerca de 20.000 objetos com mais de dez centímetros estão na órbita terrestre baixa, entre 350 e 1.400 quilômetros acima da superfície da Terra.

Apesar de não ser capaz de uma 'faxina rápida e definitiva', o satélite poderia começar a limpar parte do lixo espacial produzido pelo homem. A própria agência espacial americana já fez previsões bastante negativas a respeito do acúmulo de detritos em órbita: em apenas três décadas poderemos ficar trancafiados em nosso próprio planeta em função do 'anel de lixo' ao redor do planeta.
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