Cerca de 20.000 objetos com mais de dez centímetros estão localizados na órbita terrestre baixa, entre 350 e 1400 quilômetros da superfície terrestre
(Veja) Detritos deixados por missões espaciais estão fazendo a órbita da Terra parecer cada vez mais um lixão. A quantidade de objetos que se acumulam no espaço desde a desativação do segundo satélite artificial americano (Vanguard I), em 1958, passou a constituir uma séria preocupação ao tráfego de naves. Para solucionar o problema, cientistas da Agência Espacial Italiana acabam de propor o lançamento de um satélite capaz de se acoplar aos maiores detritos e equipá-los com um kit propulsor, para que retornem à atmosfera e, no trajeto, se desintegrem.
A ideia, descrita em um artigo publicado no periódico científico Acta Astronautica, poderia prevenir a colisão de detritos com satélites de comunicação ou mesmo com a Estação Espacial Internacional (ISS). No final de junho, os astronautas tiveram que buscar refúgio em duas naves Soyuz quando detritos passaram a uma distância de apenas 250 metros da estação. Antes, em fevereiro de 2009, o satélite americano de comunicação Iridium 33 colidiu com o Kosmos 2251, um satélite russo aposentado. Com a destruição de ambos, incontáveis pequenos detritos foram dispersos – piorando ainda mais o cenário.
O projeto parece promissor porque é relativamente barato, apesar de conseguir remover apenas entre cinco e dez objetos por ano. Atualmente, cerca de 20.000 objetos com mais de dez centímetros estão na órbita terrestre baixa, entre 350 e 1.400 quilômetros acima da superfície da Terra.
Apesar de não ser capaz de uma 'faxina rápida e definitiva', o satélite poderia começar a limpar parte do lixo espacial produzido pelo homem. A própria agência espacial americana já fez previsões bastante negativas a respeito do acúmulo de detritos em órbita: em apenas três décadas poderemos ficar trancafiados em nosso próprio planeta em função do 'anel de lixo' ao redor do planeta.
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