Para novo chefe da Roskosmos, Vladmir Popovkin, levar o homem ao espaço exige muito investimento e resulta pouco benefício
(France Presse / Veja) O novo chefe da agência espacial russa (Roskosmos) afirmou nesta quinta-feira que foi dada muita ênfase aos voos espaciais tripulados nos últimos anos. Em uma de suas primeiras entrevistas desde que assumiu o cargo, em abril deste ano, Vladmir Popovkin disse que a agência estava gastando mais da metade de seu orçamento para levar o homem até o espaço, quando, na sua opinião, o dinheiro deve ir para projetos que tragam benefícios concretos.
A Rússia celebra em 2011 os 50 anos do primeiro voo tripulado ao espaço. Em 12 de abril de 1961, Iuri Gagarin se tornou o primeiro homem a viajar pelo espaço a bordo da nave Vostok I. Meio século depois, o país aproveita a comemoração para assumir orgulhosamente o posto de única nação atualmente capaz de levar humanos até a Estação Espacial Internacional (ISS), depois que os ônibus espaciais americanos foram aposentados.
Fim da ISS? — Apesar do momento aparentemente positivo para os russos, comentários feitos no mês passado pelo vice-diretor da Roskosmos, Vitaly Davydov, causaram desconforto na comunidade internacional. Ele afirmou que a ISS deveria ser trazida de volta à atmosfera e abandonada no fundo do Oceano Pacífico em 2020, data não confirmada pelos parceiros de outras nações envolvidos no projeto.
Popovkin não abordou a questão da vida útil da estação espacial durante a entrevista, mas indicou que especialistas acreditam que os tempos áureos dos voos tripulados chegaram ao fim: "Desde 1961, cientistas soviéticos e russos encontraram, examinaram e resolveram quase todos os problemas relacionados aos homens estando entre 300 e 350 quilômetros de distância da Terra."
Como resultado, disse ele, não restam problemas que exijam missões tripuladas no espaço próximo. "Claro que a Rússia tem obrigações em relação à ISS que devem ser cumpridas, mas a Roskosmos tem a intenção de aumentar a quantidade de financiamentos para projetos focados na criação de comunicação, navegação e sistemas meteorológicos."
Popovkin, um comandante aposentado das forças armadas russas e ex-vice-ministro da Defesa, foi nomeado chefe da Roskosmos em abril, após uma série de críticas a seu antecessor, Anatoly Perminov, pelo fracasso do lançamento em dezembro de 2010 de três satélites Glonass.
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