quarta-feira, 10 de novembro de 2010

China realiza manobra para testar atracagem no espaço

País não ofereceu explicações para o teste, que pode representar também um avanço bélico

(Associated Press / Estadão) A China realizou uma manobra complexa e incomum no espaço, fazendo com que dois satélites se aproximassem até chegar a 300 metros um do outro em órbita da Terra, dizem especialistas.

Alguns analistas interpretaram a manobra como um mau sinal, indicando que a China tem a capacidade de realizar ataques contra satélites ou atos de espionagem no espaço. Outros afirmam que pode ser um simples teste para a futura atracagem de naves em órbita, num prelúdio para a construção da futura estação espacial chinesa.

O governo chinês não está dando explicações sobre o feito, realizado em agosto, mas ele ocorre no momento em que o país expande seu programa espacial de forma ambiciosa, com planos que incluem a construção de uma estação espacial e missões à Lua.

Espera-se que a potência asiática lance o primeiro módulo de sua estação espacial no ano que vem, seguido por uma nave tripulada para ligar-se a ele.

Usando dados de rastreamento gerados pelas forças armadas dos EUA, especialistas em política espacial calculam que a China manobrou seu satélite SJ-12 até bem perto do SJ-06F em 19 de agosto.

Os militares americanos divulgam estimativas das trajetórias de cerca de 1.000 satélites ativos e 20.000 pedaços de lixo espacial, para ajudar operadores comerciais e governamentais a evitar colisões no espaço.

Autoridades americanas confirmaram que o encontro dos satélites chineses ocorreu, mas divulgaram poucos detalhes, citando questões de segurança. Autoridades chinesas não responderam aos questionamentos sobre o assunto.

O encontro de satélites marca um avanço importante das habilidade espaciais chinesas, disse Brian Weeden, da Secure World Foundation, um centro de estudos que focaliza o uso do espaço.

Manobrar um veículo orbital não tripulado a partir de uma sala de controle na Terra é extremamente difícil, por causa da distância e porque os dados sobre a posição do veículo pode ter erros de centenas de metros, disse ele.

Poucos países já provaram ser capazes de realizar o feito, incluindo EUA, Rússia e Suécia, afirmou Weeden.

Gregory Kulacki, que acompanha os eventos na China para a Union of Concerned Scientists, disse que o feito representa uma "perícia de ponta" e disse que é uma conquista importante para a China.

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