quarta-feira, 26 de maio de 2010

Para o alto, e avante!

(Cesar Baima - O Globo) Este ano marca a despedida dos ônibus espaciais americanos das operações da NASA, depois de quase 30 anos de atividades. Das cinco naves construídas - na ordem, Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour – três ainda estão em uso.


A Challenger foi destruída numa explosão pouco mais de um minuto após seu lançamento, em 28 de janeiro de 1986, levando consigo a tripulação de sete astronautas, entre eles a professora Sharon Christa McAuliffe, escolhida em um concurso nos EUA e que viria a ser a primeira "pessoa comum" a ir ao espaço. Já a Columbia e sua tripulação de sete astronautas, incluindo o primeiro israelense no espaço, Ilan Ramon, foram perdidas em um acidente durante a reentrada na atmosfera em 1º de fevereiro de 2003, 16 minutos antes do pouso previsto.

Nesta quarta-feira, por sua vez, a Atlantis termina sua última viagem depois de uma missão à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Já a Discovery tem seu último lançamento programado para 16 de setembro, quando deverá entregar mais alguns componentes finais e sobressalentes na estação. A última missão da frota de ônibus espaciais, a 134ª da história, será cumprida pela Endeavour, em lançamento marcado para novembro deste ano, também tendo como destino a ISS.


Com a saída de operação dos ônibus espaciais, a NASA terá que se valer das cápsulas Soyuz dos antigos rivais russos para levar - e trazer - seus astronautas ao espaço. Isto porque, em fevereiro deste ano, o presidente Barack Obama ordenou a suspensão do programa Constellation e os testes em torno do veículo substituto, a cápsula Orion e o foguete Ares I.

Para os críticos, a decisão de Obama coloca os EUA em uma posição vulnerável de dependência dos russos, além de desestimular as pesquisas em torno de um programa substituto, pondo em risco ainda a liderança americana no desenvolvimento de tecnologia aeroespacial. Resta esperar uma reação mais forte da sociedade após a última viagem da Endeavour como forma de pressionar o governo dos EUA pela retomada da busca de um veículo substituto aos ônibus espaciais, ou ainda confiar na dinâmica da iniciativa privada americana, que atualmente toca vários projetos em torno do chamado "turismo espacial" e que podem desenvolver tecnologias que sejam usadas também nas viagens espaciais de baixa órbita e cunho científico, como o próprio Obama disse esperar em discurso sobre sua visão da política espacial dos EUA em abril.
Incrível vídeo publicado no site da revista "Air & Space", ligada ao Instituto Smithsonian, que condensa em menos de quatro minutos as seis semanas de preparação de um ônibus espacial para o lançamento.

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