terça-feira, 30 de setembro de 2014

Elevador espacial em 2050?


(Mensageiro Sideral - Folha) Ficção científica ou realidade? A construtora japonesa Obayashi Corporation, de Tóquio, anunciou que tem planos para construir um elevador espacial em 2050.

É exatamente o que parece — um elevador que parte de uma plataforma fixa em algum ponto da Terra e sobe direta e confortavelmente até a órbita terrestre. E, ao contrário do que também pode parecer, é ao menos teoricamente possível. Mas só com materiais suficientemente fortes. Os cabos de aço que transportam elevadores convencionais jamais dariam conta. Mas os famosos e recentes nanotubos de carbono poderiam servir. Eles são mais leves e cem vezes mais resistentes.

“No momento, não podemos fazer os cabos [de nanotubos] com o comprimento suficiente. Só conseguimos fazer nanotubos com três centímetros de comprimento, mas vamos precisar de muito mais… achamos que até 2030 seremos capazes de produzi-los”, disse Yoji Ishikawa, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Obayashi, em entrevista a uma rede australiana.

A empresa aposta que um consórcio internacional terá interesse em abraçar o projeto quando a tecnologia estiver suficientemente madura. O potencial, sem dúvida, é revolucionário: o custo para enviar um quilo de qualquer coisa à órbita, hoje estimado em cerca de US$ 22 mil, cairia para meros US$ 200. Isso efetivamente viabilizaria a exploração científica e comercial do espaço em larga escala.

IDEIA ANTIGA
O sonho de um elevador espacial é tão antigo quanto o das próprias viagens espaciais. O primeiro a formulá-lo cientificamente foi o pioneiro russo Konstantin Tsiolkovsky, em 1895. Isso mesmo, no século 19! Ele foi inspirado pela construção da torre Eiffel, em Paris, e imaginou a elaboração de uma estrutura que pudesse levar um elevador até a órbita terrestre. (Por via das dúvidas, em sua vasta obra Tsiolkovsky também projetou foguetes e calculou as necessidades energéticas para o voo espacial, tornando-se efetivamente o pai da astronáutica teórica.)

A ideia só caiu no gosto popular, contudo, após o escritor Arthur Clarke popularizá-la, no livro “As Fontes do Paraíso”, de 1979.

O conceito da Obayashi envolve um imenso cabo que partiria de um ponto na superfície da Terra e atingiria a altura de 96 mil km, com um contrapeso na ponta para manter a estrutura coesa. (Esse tamanho aí é cerca de oito vezes o diâmetro do próprio planeta, caso você não tenha notado a enormidade!) No meio do caminho, a 36 mil km, uma estação orbital serviria de ponto final para a viagem do elevador. A essa altitude, ela estaria numa órbita geoestacionária, mantendo-se sempre sobre o mesmo ponto da superfície (e garantindo que a estrutura não se rompa pela rotação da Terra).

O vagão seria capaz de transportar 30 pessoas a confortáveis 200 km/h, chegando à órbita geoestacionária em uma semana de viagem.

E aí, sobe?
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E mais:
Teremos elevadores espaciais em breve? (Hypescience)

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