quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Astronautas dormem pouco e dependem de remédios

Tripulantes têm apenas 6,5 horas de sono por dia no espaço


(O Globo) A escuridão e o silêncio do espaço sideral podem não ser o suficiente para garantir um bom sono para os astronautas, segundo sugeriu um estudo publicado na revista especializada "The Lancet". A pesquisa, que compilou dados de 85 profissionais que fizeram viagens de 2001 a 2011, é considerada a mais completa do gênero.

Segundo ela, tripulantes de ônibus espaciais dormem, em média, menos de seis horas por dia. Já os da Estação Espacial Internacional (ISS,na sigla em inglês) conseguem manter os olhos fechados por um pouco mais de tempo. Mesmo assim, isso ainda é muito menos do que as 8,5 horas de sono que a Nasa recomenda aos astronautas, e menos também do que as 6,5 horas que um cidadão médio dorme por noite.

O estudo também revelou um dado preocupante: mais do que os de três quartos dos astronautas usam sedativos ou pílulas para dormir em pelo menos metade das noites no espaço, o que configura dependência.

Os problemas de sono não acontecem apenas no espaço. Além de analisar 4.200 noites de sono fora da Terra, o estudo levantou dados de quatro mil noites de sono dos astronautas em casa, ainda nos três meses preparatórios que antecedem a viagem. E mesmo em solo os profissionais não conseguem manter uma boa noite de sono, uma média de 6,5 horas.

O ambiente no espaço não favorece o sono. Para astronautas a bordo da ISS não há um padrão natural, com o sol nascendo e se pondo a cada 90 minutos. As camas são, na verdade, sacos de dormir colados na parede, e a gravidade zero descarta a necessidade de um travesseiro para repousar a cabeça. Mas o estudo sugere que as medidas extras, como a exposição a determinados comprimentos de onda de luz, podem ser necessárias para regularizar as “noites” de sono dos astronautas.
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