segunda-feira, 26 de maio de 2014

Pequenos ganham o espaço



(Pesquisa Fapesp) Criados em 1999 como uma ferramenta educacional, os cubesats – nanossatélites em forma de cubo com 10 centímetros de aresta, medida que engloba altura, largura e profundidade – tornaram-se um instrumento relativamente barato e rápido para coletar dados espaciais. Eles são usados para diversas finalidades, que vão da detecção de sinais eletromagnéticos que antecedem os terremotos a sistemas de sensoriamento de condições atmosféricas, passando pelos testes de sistemas biológicos, como a produção de proteínas bacterianas no espaço, até a observação de fenômenos no solo, entre outras aplicações. Desde os primeiros cubesats lançados em 2003, quando seis projetos pegaram carona no veículo de lançamento russo Rockot, até abril deste ano foram feitos 130 lançamentos, 65 dos quais apenas no ano passado.

No Brasil, o programa para construção de satélites de pequeno porte, iniciado em 2003 por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), começa a mostrar resultados concretos com a previsão de lançamento de quatro minissatélites ainda este ano. O primeiro, com lançamento programado para 19 de junho, é o NanoSatC-BR1 – sigla de nanossatélite científico brasileiro. A área espacial pegou emprestado o prefixo nano – relativo a tamanhos de um milímetro dividido por um milhão – para designar satélites muito pequenos. O BR1, com pouco menos de um quilo de peso, foi concebido e desenvolvido por pesquisadores do Centro Regional Sul do Inpe, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Depois da realização de ensaios como o de vibração, que simulam as condições na fase de lançamento, ele foi levado para Delft, na Holanda. Lá serão feitos outros testes antes de o artefato ser enviado para a Rússia, onde será lançado pelo foguete DNEPR, um antigo míssil nuclear soviético-ucraniano convertido em plataforma de lançamento comercial. “O foguete leva um satélite principal e nos locais vagos são acondicionados vários satélites menores”, explica Otávio Durão, coordenador de engenharia e tecnologia espacial do projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos, interior de São Paulo.

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