segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A China ultrapassou a Rússia e os EUA na exploração do espaço ?

A Coréia do Sul – membro do clube cósmico de elite. Marte é explorado pela Índia. A Lua, pela China. São estas as etapas da penetração da Ásia no espaço em 2013.


(Voz da Rússia) A Coréia do Sul conseguiu na terceira tentativa lançar um míssil do seu cosmódromo. A sonda indiana Mangalyaan, munida da aparelhagem nacional para fotografar Marte e os seus satélites, foi lançada de um cosmódromo indiano a bordo de um míssil indiano. E o veiculo lunar chinês "Coelho de Jade" (Yutu), percorre a partir do dia 15 de dezembro com êxito a superfície da Lua com a velocidade de 200 metros horários.

A "Coelho de Jade" estuda a estrutura geológica da Lua. As fotografias panorâmicas da Lua, que ele tinha enviado para a Terra, são de qualidade mais alta do que as fotos feitas outrora por sondas russas e americanas.

O veículo lunar chinês, acionado por pilhas solares, vai trabalhar três meses. Ele está munido de câmaras e radares que permitem perscrutar o solo lunar até a profundidade de algumas centenas de metros. Tudo isso é resultado de toda uma etapa de desenvolvimento da ciência espacial da China,- assegura o perito do Instituto do Extremo Oriente Alexander Larin:

“É uma grande realização da astronáutica chinesa, uma prova do salto no desenvolvimento de tecnologias espacial mais modernas. Há quem considere no mundo que a China é apenas capaz de copiar as tecnologias alheias. Mas os chineses demonstraram que a situação real é totalmente diferente. Pode-se esperar que a China realize o seu sonho chegando a ser não somente a maior economia do mundo, mas também o líder do progresso tecnológico”.

A julgar por tudo, a "Coelho de Jade" é uma obra puramente chinesa ao contrário das espaçonaves pilotadas chinesas, que tinham sido projetadas na base da experiência espacial da União Soviética. O diretor geral da companhia Grupo JC Evgueni Tchernyakov reputa que a Rússia e a China têm um novo campo para a colaboração no espaço cósmico:

“A China desenvolve muito rapidamente a sua astronáutica. Nesta etapa, a Rússia pode unir os seus esforços com a China, conservando o seu avanço tecnológico e científico em relação a este país. Um exemplo disso são projetos complicados que são bastante onerosos para o orçamento no âmbito nacional. A Rússia e a China têm a necessidade objetiva de colaborar. A China recebeu muito da Rússia para o desenvolvimento da sua astronáutica e continua a receber, o que lhe permite diminuir os prazos de criação dos elementos da estrutura espacial”.

O acadêmico da Academia Russa da Cosmonáutica Igor Marinin, redator – chefe da revista Notícias da cosmonáutica, aponta os projetos russo – chineses mais prospectivos na esfera cósmica:

“A colaboração pode ser nas pesquisas e no processamento das informações, procedentes dos satélites científicos. Seria muito útil unir o sistema de navegação chinês Bei Dou com o sistema russo GLONASS. O aumento da potência proporcionará grandes vantagens a ambos os países. Na Rússia este programa será financiado bem: logo nos próximos anos irão surgir dez novos satélites, destinados a investigar a Terra. Os chineses também têm boas pesquisas neste setor. Quanto a vôos pilotados, o mais provável que não haja nenhuma colaboração. A China dispõe de um número suficiente de cosmonaves próprias e não necessita, ao contrário dos europeus e japoneses, que não possuem cosmonaves pilotadas, realizar vôos cósmicos juntamente com a Rússia”.

O primeiro desembarque na Lua, realizado no século XXI, fez surgir publicações sobre a intenção da China de criar uma base militar neste planeta. O diretor do Centro de Pesquisas Sociopoliticas Vladimir Evseev acha que esta informação não passa de um “balão” mas qualquer ataque ao cosmos sempre tem uma “segunda intenção”:

“Não acredito que seja possível cuidar exclusivamente da exploração pacífica do espaço sem pensar, se se pode ou não, instalar lá as armas. Creio que é preciso sempre ver uma “segunda intenção” nos êxitos espacial da China. Tanto mais que agora este país pode oferecer resistência maior aos EUA no cosmos. A China sabe que se o exército americano for privado do apoio a partir do espaço, vai perder a sua vantagem principal. Tem-se em vista o bloqueio de canais de comunicação e de sistemas de pontaria. A China prepara-se para isso com o máximo de persistência. É bem provável que ela crie semelhantes sistemas que irão reduzir a zero esta vantagem dos EUA”.

Em 2013 a China colocou na órbita 20 aparelhos espaciais. Na opinião de Vladimir Evseev a maioria esmagadora dos satélites têm uma função dupla.

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