segunda-feira, 20 de maio de 2013

América Latina se apoia na Rússia para realizar programas espaciais

Brasil está à frente das demais nações latino-americanas no setor

(Diário da Rússia) Como parte da sua estratégia de desenvolvimento e crescimento muitos países de América Latina estão apostando, cada um a seu modo, em unir-se na corrida espacial. Para alcançar este objetivo, algumas nações começaram a se apoiar na experiência e no conhecimento russos. Especialistas da Academia de Ciências da Rússia revelam que, atualmente, a Agência Espacial Russa (Roskosmos) mantem vínculos com Brasil, Argentina, Colômbia, México, Peru e Chile.

México
Os mexicanos estão se preparando para ir ao espaço. Em 31 de julho de 2010, foi constituída a Agência Espacial Mexicana (AEM), órgão oficial que tem por objetivos principais regular a política espacial do México e enviar ao espaço um astronauta do páis.

Em toda a história, um único mexicano foi ao espaço. O engenheiro eletrônico Rodolfo Neri Vela esteve a bordo da nave Atlantis, em 1985, para dentro da qual levou muitos experimentos científicos criados por pesquisadores do México.

Desde então, a atividade espacial mexicana foi muito discreta. Entre os anos de 1985 e 2013, o México colocou em órbita um total de nove satélites artificiais. Todos foram utilizados na política de segurança do Estado e também nas telecomunicações do país.

A Agência Espacial Mexicana lida com um pequeno orçamento se comparado às dos gigantes do setor. O governo do país destinou US$ 8,34 milhões para a AEM, quantia bem abaixo dos US$ 17,7 bilhões que a NASA recebeu do governo dos Estados Unidos e dos US$ 500 milhões que o Irã utilizou na sua Agência Espacial (ISA).

Desde que a Agência Espacial Mexicana se tornou operacional, a Rússia decidiu apoiá-la, apesar do país ser vizinho da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) e dos governos do México e dos Estados Unidos manterem excelentes relações. Mesmo assim, o governo russo vem apoiando o mexicano em matéria de pesquisa em tecnologias de satélites para o estudo da atmosfera.

Em uma visita recente à Cidade do México, o número dois da Roskosmos, Sergei Saveliev, disse que "a Rússia pode colaborar e compartilhar a sua experiência já que participou de 40% dos lançamentos mundiais”.

Peru
O México não é o único país da América Latina com o qual a Rússia vem colaborando. Ela está, por exemplo, assessorando o Peru em seu programa de lançar ao espaço o satélite de observações Chasqui II, no dia 30 de setembro de 2013. Desenvolvido pela Universidade Nacional de Engenharia peruana, o equipamento terá um peso estimado entre 25 kg e 30 kg e foi desenvolvido com ajuda da Rússia.

Segundo o Reitor da Universidade Nacional de Engenharia do Peru, Aurelio Padilla, os principais objetivos do satélite Chasqui II serão os de determinar os níveis de perdas florestais, quantificar os desastres provocados por causas naturais e vigiar a costa peruana. A fabricação do equipamento contou com a ajuda efetiva dos engenheiros e cientistas da Universidade Estatal de Kursk na Rússia.

Nicarágua
Outro exemplo de colaboração russa na área da pesquisa espacial na América Latina é o da Nicarágua. No final de 2008, durante uma visita de Estado do Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, a Moscou, a Roskosmos e o Instituto Nicaraguense de Telecomunicações e Correios firmaram um acordo para que Manágua fosse incluída no sistema russo de navegação por satélite GLONASS, o concorrente do GPS dos Estados Unidos.

Brasil
Sem qualquer dúvida, o Brasil é o país da América Latina que possui relações mais próximas com a Rússia na pesquisa espacial. Na região, é a nação com mais tradição no setor. Além disso, a parceria começou a ser formada ainda na época da extinta União Soviética, quando diversos programas de cooperação foram firmados entre os dois países.

A cooperação com a Rússia e com outros países permitiu ao Brasil ser o único da América Latina a possuir sua própria base de lançamento de foguetes, no município de Alcântara, no Maranhão, distante 32 quilômetros da capital do estado, São Luíz.

Atualmente, somente dez países em todo o mundo possuem base própria para lançamento de foguetes. Além de Rússia e Brasil, fazem parte da lista China, Estados Unidos, França, Índia, Irã, Israel, Japão e Ucrânia.

No ano de 2004, o Brasil lançou o seu próprio foguete, o VSB-30 e, em 2006, o tenente-coronel da Aeronáutica, Marcos Pontes, tornou-se o primeiro astronauta brasileiro, fazendo parte da Missão Centenário que partiu do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão e, no mesmo ano, retornou ao país. O Brasil está trabalhando, atualmente, para criar toda uma família de veículos de lançamento com base nos russos Angara.

Cuba e Equador
Cuba é o mais recente país da América Latina a se somar à Rússia na pesquisa espacial. Em fevereiro deste ano de 2013, representantes dos governos russo e cubano assinaram diversos acordos para pesquisa científica espacial.

Mais recentemente, foi a vez do Equador entrar para a corrida espacial. No dia 26 de abril, foi lançado, na base de Jiuqan o, satélite NEE-01 Pegaso, de apenas 70 centímetros. Segundo as autoridades equatorianas, trata-se de um pequeno equipamento de observações e pesquisas científicas.

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