quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Portugal ganha nova tecnologia para conquistar o Espaço

Chama-se Iniciativa Nacional de Transferência de Tecnologia Espacial e acaba de ser lançada pela Agência Espacial Europeia para projetar as empresas portuguesas do sector no mercado mundial.




(Expresso - Portugal) Reforçar a competitividade da indústria espacial portuguesa e promover a inovação tecnológica, apoiando e facilitando a transferência de tecnologia espacial já disponível para sectores não espaciais, é o objetivo da Iniciativa Nacional de Transferência de Tecnologia Espacial (PTTI), lançada hoje em Lisboa pela ESA, Agência Espacial Europeia.

Este programa de transferência de tecnologia para Portugal é feito pela Agência Espacial Europeia em colaboração com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), estando o seu desenvolvimento a cargo do Instituto Pedro Nunes, a incubadora de empresas da Universidade de Coimbra.

O lançamento insere-se no workshop temático dedicado aos Programas Tecnológicos da ESA, organizado pelo Gabinete do Espaço da FCT, de preparação para a próxima reunião interministerial da ESA, e contou com a participação de Franco Ongaro, diretor dos Programas Tecnológicos da ESA, e de Carlos Oliveira, secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, entre outros.

A ESA já transferiu mais de 200 tecnologias espaciais para vários países da Europa, que permitiram a criação de várias empresas com projeção nos mercados internacionais.

Concurso para financiamento de projetos
No âmbito da PTTI está previsto um concurso para financiamento de projetos, dirigido a empresas portuguesas que trabalhem e desenvolvam tecnologias na área espacial, assim como a universidades e aos seus laboratórios de investigação.

O Instituto Pedro Nunes (IPN) é líder nacional em transferência de tecnologia, tendo seis laboratórios de desenvolvimento tecnológico. A sua incubadora de empresas foi considerada a melhor do mundo em 2011 e já apoiou a criação e desenvolvimento de mais de 140 empresas de base tecnológica.

A atividade do IPN engloba a investigação e desenvolvimento tecnológico em parcerias com empresas, formação especializada, disseminação de conhecimento científico e tecnológico e apoio à criação de start-ups e de spin-offs, assim como serviços especializados em Propriedade Intelectual.

Contratos de 90 milhões para Portugal
Portugal é Estado-Membro da ESA desde novembro de 2000. Cerca de 60 empresas e de 20 universidades portuguesas já desenvolveram projetos com a Agência Espacial Europeia, num total de contratos para Portugal superior a 90 milhões de euros.

O lançamento do PTTI é feito na Semana Mundial do Espaço, uma iniciativa da ONU que pretende celebrar anualmente "as contribuições da ciência e tecnologia espaciais para a melhoria da condição humana".

O investimento português nos programas da ESA é caracterizado por um fator multiplicador de 2: por cada um milhão de euros investido nestes programas é gerado um retorno de dois milhões de euros para a indústria espacial portuguesa.

Crise pode provocar fuga de 250 cérebros
Em todo o caso, o presidente da Associação Portuguesa de Indústrias do Espaço (Proespaço), António Neto da Silva, avisou na semana passada que cerca de 250 investigadores portugueses do setor estão dispostos a emigrar se o Governo não investir na ESA por causa da crise.

"Portugal pode perder 250 cérebros porque não investe o valor equivalente a 3km de auto-estrada", afirmou Neto da Silva à TSF, que calcula que Portugal precise de investir 36 milhões de euros nos próximos três anos nos programas da ESA para a indústria nacional funcionar.

A indústria espacial portuguesa tem ainda uma dimensão pequena, pois o seu volume de vendas anual atinge apenas 17 milhões de euros, mas exporta tudo o que produz e representa um sector de alta tecnologia.

Esta semana, realiza-se pela primeira vez em Lisboa a convenção anual da Associação Europeia das Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa (ASD), o maior e mais importante evento do sector na Europa, que conta com a participação de 1000 pessoas de 20 países.
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