terça-feira, 20 de março de 2012

Rússia e América Latina Reforçam Cooperação no Espaço



(Diário da Rússia/Brazilian Space) Aleksandr Chinkarenko em texto para a Rádio Voz da Rússia de Moscou divulgou que a Rússia e Nicarágua assinaram, no final de janeiro de 2012 em Moscou, um acordo de utilização do espaço com fins pacíficos. A delegação nicaraguense foi liderada pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do país, Orlando Solorsana. Este acontecimento, segundo o artigo, deu continuidade a um programa conjunto de pesquisas espaciais iniciado anteriormente. A participação da Nicarágua no aproveitamento do espaço foi discutida pela primeira vez em dezembro de 2008, durante a visita do Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, à capital russa. Na época, a Agência Espacial da Rússia (Roskosmos) e o Instituto de Telecomunicações e Correios da República da Nicarágua assinaram um memorando de entendimento sobre a cooperação na investigação do espaço cósmico e na utilização e no desenvolvimento do sistema russo de navegação via satélite GLONASS.

Comentando o acordo de atividade conjunta no espaço, o perito do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vadim Teperman, destacou a dificuldade do país americano. “Para semelhantes pesquisas, são necessárias as respectivas infraestruturas e especialistas, de que a Nicarágua não dispõe no momento. Portanto, pode-se falar da participação da parte nicaraguense nos projetos espaciais russos de lançamentos de satélites”. Nas palavras de Vadim Taperman, a Agência Espacial da Rússia tem uma experiência de trabalhos conjuntos desta natureza com Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

Estes países realizam, com maior ou menor intensidade, projetos espaciais com a participação de especialistas russos. Em outubro de 2011, a partir da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o foguete russo Soyuz-ST colocou em órbita um satélite chileno cuja vida orbital deve durar cinco anos. Este foi o terceiro satélite na história do programa espacial do Chile. O primeiro foi lançado ainda em 1995 a partir da base espacial de Plessetsk, no norte da Rússia. Porém, três anos depois, outro satélite chileno foi lançado do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em 1998. Recentemente, foi assinado um contrato entre o governo do México e a companhia International Launch Services, pertencente à corporação espacial russa Khrunichev. A parte mexicana pretende lançar um satélite de comunicações MEXSAT-1, que será colocado em órbita com a ajuda do foguete russo Proton. O lançamento será realizado em 2013 ou, no máximo, em 2014.

No entanto, o Brasil continua a ser um dos países mais avançados da América do Sul nas tecnologias espaciais. Seus especialistas propõem ao mundo uma série de projetos ligados ao aproveitamento do espaço. Hoje em dia, o país dispõe de ricos projetos científicos únicos do gênero. Embora a agência espacial do Brasil tenha surgido em 1994, já se pode falar sobre as tradições formadas no ramo da construção de mísseis brasileiros. A Rússia mantém grande cooperação com o Brasil nesta área. Ainda na era soviética, os dois países assinaram um acordo de parceria. Inicialmente, o programa espacial brasileiro foi calculado para o período de 1997 a 2007, mas, com o desenvolvimento de novas tecnologias, ele teve prosseguimento. Atualmente, o Brasil propõe ao mundo, cada vez mais, novos projetos de satélites artificiais e até mesmo foguetes. Especialistas na exploração espacial e projetistas estão sendo preparados. Além disso, Rússia e Brasil assinaram acordos de ampliação do programa de preparação de profissionais para a construção de mísseis. Os observadores convergem na opinião de que a participação nos programas espaciais é uma boa base para o desenvolvimento das relações entre a Rússia e os países da América Latina. Portanto, não é casual que a Nicarágua aspira a desenvolver as semelhantes pesquisas contando com a experiência dos cientistas russos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário