terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Era dos Jetsons: brasileiros querem ir a Marte em 2050

Pesquisa revela o que população espera em áreas como conquista espacial e robótica



(O Globo) Em 2050, o homem já vai ter chegado a Marte e comprar pacotes turísticos para o espaço será algo corriqueiro. Em casa e no trabalho, vamos interagir regularmente com máquinas e robôs, que também deverão tomar o lugar das pessoas em algumas funções de atendimento ao público, e, nas ruas, os carros terão um sistema de direção automatizado. Apesar disso, os implantes corporais de dispositivos eletrônicos não serão comuns, assim como o uso de membros e outros órgãos cibernéticos. Na opinião dos brasileiros, este é o futuro que nos aguarda, revela pesquisa da empresa de consultoria OThink, que ouviu cerca de mil pessoas em todo país entre setembro e outubro do ano passado.

— De um modo geral, o brasileiro está otimista quanto ao futuro — diz Wagner Pereira, gerente de Inteligência Estratégica da OThink e um dos responsáveis pela pesquisa. — Por questões históricas, como a instabilidade econômica, o brasileiro nunca foi de olhar muito tão à frente. Mas agora o país está muito mais previsível do que era até pouco tempo atrás e isso está mudando. O Brasil está vivendo um bom momento, com crescimento e uma estrutura econômica muito sólida, está ganhando destaque no cenário internacional e isso se reflete nas respostas.

De acordo com o levantamento, para quase metade das pessoas ouvidas (47%) um homem terá pisado em Marte até 2050. Ainda neste ano, 49% acham que será normal comprar pacotes turísticos para o espaço. Em ambos casos, os homens estão um pouco mais confiantes do que as mulheres, tendência que se repete quando levadas em conta a escolaridade e a classe social.

— As repostas demonstram que a maioria da população tem acompanhado com interesse esses temas — avalia Pereira. — E isso também é um sinal de que aumentou o acesso a esse tipo de informação pelos brasileiros.

Nesse ponto, Pereira ressalta a confiança da população do país no desenvolvimento da robótica e da automação. Segundo a pesquisa, 59% das pessoas acreditam que teremos computadores e robôs interagindo com seres humanos em casa e no trabalho em 2050, e 56% acham que haverá máquinas ou robôs nos lugares de pessoas nos caixas de lojas e supermercados. Já para a metade dos entrevistados, carros e outros veículos não precisarão mais de motoristas neste mesmo ano.

— Nossa vida está cada vez mais automatizada e isso ajuda o brasileiro a vislumbrar que as coisas vão manter esse ritmo de inovação nos próximos anos — comenta Pereira. —Hoje, o Brasil tem quase 80 milhões de internautas e a revolução que a internet produziu no nosso modo de viver, como este acesso maior à informação, contribui muito para esta visão otimista do futuro.

Já a resistência do brasileiro quando o tema é modificar o corpo humano é natural, analisa o executivo. De acordo com o levantamento, apenas 28% dos ouvidos creem que a evolução da tecnologia vai levar ao desenvolvimento e uso de partes do corpo artificiais que funcionarão melhor que as naturais, enquanto 40% acham que usaremos implantes eletrônicos para fins de identificação, informações sobre histórico médico e realizar pagamentos, por exemplo.

— Esse preconceito não é exclusividade dos brasileiros — considera Pereira. —Muitos grupos não veem com bons olhos esse tipo de inovação. Romper a barreira entre o artificial e o natural, a tecnologia e o corpo, ainda é um tabu para muitas pessoas.

Para o executivo, essa barreira cultural poderá fazer com que esse tipo de inovação tenha uma velocidade menor de aceitação pela sociedade, mas ela também deverá ser inevitável.
— A ideia deve ser mais bem aceita nos próximos anos — acredita. — Já temos uma série de pesquisas em todo mundo envolvendo membros robóticos.

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