César Demétrio Santos é o novo comandante do Centro de Lançamento de Alcântara. Missão maior: gerenciar operações de oito veículos espaciais de experimento neste ano
(O Imparcial / Brazilian Space) O tenente coronel César Demétrio Santos assumiu o comando do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em solenidade ocorrida durante a manhã desta quinta-feira, em Alcântara, com uma missão clara: gerenciar o lançamento de oito veículos espaciais de experimento durante este ano. A estratégia do alto comando da Agência Espacial Brasileira foi exatamente alçar o tenente coronel Demétrio à direção do CLA pelo fato de ele ter gerenciado o Veículo Lançador de Satélite (VLS), além de ter reconstruído a Torre Móvel de Integração, destruída após acidente em 2005. Segundo a estratégia, a qualificação do novo comandante dará sustentação durante os próximos anos para a execução da meta que foi iniciada durante o último biênio, com o coronel aviador Ricardo Rodrigues Rangel, que reorganizou o CLA, após quase completa ociosidade em lançamentos. De acordo com o tenente coronel Demétrio, a situação em que chega ao cargo é confortável. Ele também acredita que no fim do ano já possa retomar completamente o projeto do VLS.
“Chego em condição muito confortável por que o coronel Rangel realmente me passa o Centro em uma condição muito favorável. A meta é dar continuidade aos lançamentos de foguetes de treinamento básico e intermediário, mas vamos também trabalhar forte para preparar o Centro para receber a torre móvel de integração nesse ano. No final do ano vamos provavelmente testar o protótipo do VLS, fazendo os testes finais de rede elétrica, preparando o Centro para nesse biênio termos o lançamento do VLS”, disse.
Demétrio comentou ainda a razão estratégica do comando em indicá-lo pelo fato de já conhecer bem o veículo e a torre móvel.
“Fica mais fácil de saber quais são as partes operacionais que devem ser modificadas para poder viabilizar esse lançamento”, disse.
A passagem de comando contou com a participação de várias autoridades civis e militares, entre eles, secretários de estado, e membros do alto escalão da Aeronáutica, como o diretor geral do Departamento de Ciência de Tecnologia Aeroespacial da Aeronáutica (DCTA), Aírton Duarte Puma.
Retomada
O coronel aviador Ricardo Rodrigues Rangel deixou o cargo após dois a nos à frente do CLA, período em que estruturou e retomou as atividades relacionadas aos lançamentos de veículos espaciais. De acordo com ele, essa retomada foi essencial para a funcionalidade do Centro de Lançamento.
“Saio daqui com uma tranqüilidade muito grande, de que realmente realizei muito mais do que até tinha como meta inicial. Recebemos o Centro com uma baixíssima cadência, quase perto da ociosidade e trouxemos para cá os equipamentos, chegando a sete lançamentos por ano. Temos estocado nesse Centro oito veículos para as campanhas deste ano. Em todas as áreas nós atacamos e conseguimos melhorar a qualidade de infraestrutura, operacional e de apoio ao ser humano no Centro. Saímos com a sensação completa de dever cumprido”, disse. O coronel aviador participará em 2012 de curso de Altos Estudos no Exército, como preparação para a continuidade da carreira. Na seqüência, realizará trabalho na Organização das Nações Unidas (ONU), função com visão mais política, ligada à soberania brasileira. Ele retorna em seguida para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial.
O novo comandante, Demétrio Santos, é natural de São Paulo, graduado em engenharia de mecânica aeronáutica e pós-graduado em mecânica dos sólidos e estrutura. Demétrio se destacou ainda por ter gerenciado o Veículo Lançador de Satélites VLS-1 e a reconstrução da Torre Móvel de Integração. Durante a solenidade houve ainda a formatura de oficiais e desfile.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
“Os veículos que temos para este ano são de treinamento, para preparar o Centro para lançamentos maiores. É uma proposta para os dois próximos anos, dentro do programa espacial, do nosso VLS. Isso depende de recursos que no momento não estão disponíveis. Recursos financeiros e pessoais. Os recursos são tão poucos em relação a outros programas, pois dependem de negociações. E nós estamos negociando com o comando da Aeronáutica, Ministério da Defesa, da Ciência e Tecnologia, para que tenhamos esses recursos. A maioria desses recursos é de capacitação de pessoal, que é uma coisa na área de ciência e tecnologia que não se consegue em dois ou três anos. E nós perdemos os últimos anos. Os nossos profissionais estão velhos. A média de idade dentro do DCTA é acima dos 50 anos. Talvez este seja o maior problema que temos neste momento. Olhamos 2013 com um otimismo enorme. A capacidade existe, mas não podemos perder. É uma das nossas metas, mas não depende só da gente” Airton Duarte Puma, tenente de brigada do ar.
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