terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estação Espacial Internacional

NASA usará impressão 3D para produzir peças de reposição



















(Scientific American Brasil) Com o lançamento do equivalente a US$ 1 bilhão em peças de reposição para a Estação Espacial Internacional será possível manter o posto orbital da Terra em operação durante mais de uma década. O envio de algumas impressoras 3D representa um investimento na capacidade de construir tudo que é necessário no momento: peças para a estação espacial, equipamentos usados pelos astronautas, satélites e até mesmo espaçonaves.

O primeiro passo rumo à fabricação de peças no espaço poderá ser o resultado de uma recente seleção feita pela NASA, com a proposta de uma empresa americana recém criada, para a construção de uma impressora 3D para a estação espacial. Essa tecnologia de impressão poderia construir qualquer quantidade de objetos, camada por camada, baseados em projetos enviados digitalmente pelo controle de missões. Os astronautas só necessitariam de matéria-prima como plástico ou metal para produzir novas ferramentas ou peças de reposição, no momento em que forem necessários.

"Quando uma ferramenta quebra, na pior das hipóteses a tripulação da estação espacial chamaria Houston e diria: 'Enviem-nos um arquivo CAD (computer-aided design, em inglês, ou projeto gerado em computador) dessa ferramenta', e eles teriam condições de imprimi-la em 3D", ressalta Jason Dunn, diretor de tecnologia e cofundador da Made in Space, Inc. "Talvez, no futuro, eles poderão projetar as peças eles mesmos".

A Made in Space originou-se da Singularity University – uma escola para empresas iniciantes focadas na solução dos maiores problemas do mundo – optou por localizar-se no NASA Ames Research Park, em Moffett Field, Califórnia, perto do Vale do Silício.

Os fundadores estimam que a impressão de peças no espaço poderá reduzir a massa estrutural dos objetos em pelo menos 30%, porque eles não precisarão sobreviver a gravidade da Terra ou às extremas forças gravitacionais suportadas durante lançamentos em órbita, a bordo de um foguete.

"Nosso objetivo em longo prazo para a impressão 3D é realmente construir uma espaçonave inteira em condição operacional", reforçou Dunn ao InnovationNewsDaily. "Um satélite em miniatura poderia ser construído nos próximos anos com a máquina que estamos projetando para a estação espacial".

Primeiro, a empresa precisa criar uma impressora 3D que funcione bem em condições aparentemente sem gravidade. Eles usaram financiamentos anteriores da NASA para testar um protótipo e diversas impressoras comerciais 3D durante duas horas a bordo de uma aeronave, em mergulhos quem simulam a microgravidade. Dessas experiências de impressão resultou a primeira ferramenta do mundo – uma pequena chave inglesa – já impressa em gravidade parcial.

Os testes acabaram convencendo Dunn e sua equipe a seguir em frente com sua própria concepção personalizada de impressora. Eles planejam concentrar-se em uma impressora extrusora capaz de construir objetos de polímeros plásticos, mas dizem que a impressora também poderá produzir um enorme número de peças de reposição para a estação espacial.

"Nós acreditamos que um terço dessas peças poderia ser produzido usando a máquina que estamos construindo agora", ressaltou Dunn. "Estamos começando com polímeros, porque a produção de peças com esses materiais baseia-se em extrusão e, em alguns casos, estamos começando a produzir nossos próprios polímeros adaptados ao espaço".

Com a proposta à Small Business Innovative Research (Pesquisa Inovadora de Pequenas Empresas), apresentada em associação com Arkyd Astronautics, Inc e a NanoRacks, LLC, o projeto passa a ter direito a receber até US$ 125.000 em financiamento da NASA no próximo ano. Se tudo correr bem com os próximos voos parabólicos e suborbitais, até 2014 a Made in Space poderá ter sua primeira impressora 3D instalada.

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