(Valor Econômico / JC) O déficit de 600 funcionários foi tema de destaque em solenidade comemorativa aos 50 anos do instituto.
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, cobrou do governo uma atitude mais concreta em relação à do quadro de pessoal da instituição, que registra déficit de 600 funcionários. Em discurso durante a solenidade que comemorou ontem o aniversário de 50 anos do Inpe, Câmara disse ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, que, caso não haja uma renovação urgente, tudo o que o Brasil conseguiu até agora na área espacial poderá se perder."A ampliação do quadro de servidores do Inpe terá impacto relativamente pequeno nas contas públicas do governo, espero que seja entendido como um enorme investimento no futuro do País", afirmou o diretor. Câmara pediu ainda ao ministro que dê prioridade à renovação das equipes do Inpe, antes de promover qualquer mudança organizacional.
Mercadante admitiu que existe hoje um déficit importante de funcionários, não só no Inpe, mas também em todos os institutos de pesquisas ligados ao ministério. Segundo ele, já existem negociações bastante avançadas com o governo para fazer a reposição dos quadros o mais rápido possível.
"Nós conseguimos uma brecha para fazer um concurso imediato para a contratação de 75 pesquisadores para o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais. No que diz respeito ao Inpe, a nossa expectativa é conseguir, ainda este ano, a previsão orçamentária que nos permita realizar o concurso no ano que vem", explicou o ministro.
Sobre a proposta de fusão entre o Inpe e a Agência Espacial Brasileira (AEB), Câmara disse que ainda haverá muita discussão sobre o assunto com o governo, antes que se concretize uma mudança do modelo institucional. "Se o novo instituto se chamar Inpe, preservar tudo o que nós fazemos e garantir que as escolhas dos diretores e presidentes sejam feitas com meritocracia, eu sou favorável."
Segundo Mercadante, qualquer mudança institucional só vai acontecer se houver um consenso entre todas as instituições envolvidas - Inpe, AEB e Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) - em torno da proposta. "O nosso esforço será em direção à integração de todo o sistema espacial, com incentivo ao desenvolvimento da indústria do setor, pois não há programa espacial eficiente se não houver uma participação efetiva do setor privado", afirmou.
Dentro da proposta de integração do setor aeroespacial, Mercadante disse que existe um esforço do ministério para promover uma aproximação entre o DCTA e a Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa pública binacional. O objetivo da ACS é prestar serviço de transporte espacial, em condições comerciais, utilizando o foguete ucraniano Cyclone-4, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Mercadante comentou que o governo da Ucrânia se comprometeu em fazer um aporte de recursos da ordem de US$ 180 milhões para ACS até o próximo mês de setembro. O objetivo, segundo o ministro, é que seja restabelecido um equilíbrio entre as responsabilidades que foram acordadas entre o governo brasileiro e da Ucrânia em relação ao projeto. O Br
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