segunda-feira, 4 de julho de 2011
EUA encerra viagens ao espaço com último voo do Atlantis
(AFP / Terra) O lançamento do Atlantis, programado para sexta-feira, marcará a última missão do programa de 30 anos de ônibus espaciais dos Estados Unidos, que permitiu a construção da Estação Espacial Internacional (ISS). Este último lançamento do Atlantis para uma missão de 12 dias será o número 135 do programa e estima-se que será presenciado por um milhão de pessoas.
O ônibus espacial está programado para decolar do Centro Espacial Kennedy, na Flórida às 12h26 de Brasília. A contagem regressiva começa oficialmente na terça-feira às 17h GMT (14h de Brasília). A missão STS-135 tem como finalidade transportar a maior quantidade possível de provisões à ISS, cuja utilização foi prolongada até 2020.
O Atlantis é o quarto ônibus espacial construído pelos Estados Unidos. Ele teve seu batismo espacial no dia 3 de outubro de 1985 e, ao regressar à Terra, terá realizado 33 voos; 14 deles à ISS. Após a última missão, o ônibus será exposto em museu. Apesar de normalmente viajarem sete astronautas nos ônibus espaciais, no Atlantis viajarão apenas quatro, entre eles o piloto Chris Ferguseson, de 49 anos, e o copiloto Doug Hurley, de 44 anos.
Foram necessários 25 voos de ônibus espaciais desde 1998 para terminar o projeto da Estação, no qual participaram 16 países, entre eles Estados Unidos, Rússia, Canadá, Japão e vários países europeus, a um custo de 100 bilhões de dólares. O programa de ônibus espaciais viveu dois episódios trágicos: o acidente do Challenger em 1986 e o do Columbia em 2003, que deixaram 14 mortos no total.
"Viramos uma página da história"
O fim do programa de ônibus espaciais é um golpe para a economia local. Cerca de 8 mil empregos diretos e 20 mil indiretos desaparecerão, segundo funcionários dos EUA. "Sabíamos há alguns anos que o programa do ônibus espacial iria terminar; muitos de seus técnicos e engenheiros consagraram 30 anos de sua vida e, com o fim agora próximo, o ânimo é cada vez mais sombrio", disse recentemente Mike Leinbach, diretor do lançamento.
Depois que o Atlantis voltar à Terra, o programa de ônibus espaciais dos Estados Unidos terá fim de forma oficial, deixando a Rússia como o único país no mundo capaz de transportar astronautas ao espaço. Empresas privadas competem para construir a próxima geração de naves espaciais americanas, mas é pouco provável que terminem de construir um veículo deste tipo antes de 2015.
Com a última missão do ônibus espacial, "viramos uma página da história espacial, mas a liderança americana no espaço continuará", afirmou na sexta-feira o chefe da Nasa, Charles Bolden. "Teremos que fazer as coisas de outra forma", acrescentou, referindo-se às atuais dificuldades orçamentárias dos Estados Unidos. "Devemos nos concentrar na exploração espacial habitada longínqua, desenvolvendo novas tecnologias e incentivando voos sobre a órbita terrestre baixa até a Estação Espacial Internacional", disse Bolden.
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