O ZEHST terá três tipos de motores: turbinas, motores-foguete e estatojatos, ou ramjet.[Imagem: EADS]
Concorde quase espacial
Poucos dias depois que a Airbus apresentou seu conceito futurista de avião, sua controladora, a EADS, apresentou o conceito de um avião hipersônico.
Embora lembre muito o Concorde, a ideia é de voos mais altos.
Capaz de voar a até 32 km de altitude, o avião hipersônico pretende dar um gostinho de turismo espacial aos seus passageiros.
Como a aceleração máxima do avião não passará de 1,2 G, os passageiros não precisarão dos treinamentos exigidos por empresas como a Virgin Galactic - como a nave SpaceShip superará os 100 km de altitude, os viajantes estarão mais para astronautas do que para passageiros de avião.
A Lynx também pretende levar turistas espaciais saindo de um aeroporto comum, levando apenas um passageiro de cada vez e atingindo até 62 km de altitude.
Avião hipersônico
O conceito de avião hipersônico da EADS chama-se ZEHST - Zero Emission High Speed Transport, transporte de alta velocidade com emissão zero.
O avião decolará de um aeroporto comum, levando entre 50 e 100 passageiros, usando turbinas comuns.
Em uma segunda etapa da ascensão, serão ligados motores-foguetes, que levarão o ZEHST até 32 km de altitude.
Nesse ponto, onde as turbinas já estarão desligadas - o ar é rarefeito demais para que elas funcionem - e o motor-foguete já terá consumido o seu combustível, entrarão em ação motores estatojato, que manterão o avião acima de Mach 4, ou quatro vezes a velocidade do som.
A aproximação final do pouso será feita com o ZEHST planando, como fazem os ônibus espaciais. A uma determinada altitude as turbinas serão religadas para que o pouso seja feito de forma normal.
A EADS anunciou que deverá ter um protótipo funcional do ZEHST em escala reduzida em 2020. Voos comerciais não são esperados antes de 2050.
Uma maquete de 4 metros do avião hipersônico ZEHST estará em demonstração durante a Feira de Le Bourget, na França. [Imagem: EADS]
Zero emissão
Ao contrário do Concorde, que consumia combustível demais e fazia barulho excessivo, o ZEHST leva o termo "emissão zero" estampado no próprio nome.
Turbinas e motores-foguetes estão longe de qualquer coisa como emissão zero, mas os engenheiros esperam diminuir sua pegada de carbono alimentando as turbinas com bioquerosene de aviação e os motores-foguete com hidrogênio e oxigênio.
Mas os ganhos virão sobretudo em relação ao barulho.
Ao ultrapassar a velocidade do som, os aviões geram um estrondo conhecido como "boom sônico" - o barulho é tão alto que o Concorde só podia ultrapassar a velocidade do som quando estava voando sobre o oceano, sob risco de quebrar vidros e janelas e causar acidentes no solo.
Como voará muito mais alto, os projetistas do ZEHST afirmam que ele não emitirá o desconfortável estrondo.
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