quarta-feira, 27 de abril de 2011

Simpósio da Nasa celebra momentos históricos da prospecção espacial

(Efe/Terra) A Nasa, agência espacial americana, inaugurou nesta terça-feira um simpósio com o qual celebra os grandes momentos da prospecção espacial, como o primeiro voo espacial tripulado que o cosmonauta soviético Yuri Gagarin realizou 50 anos atrás e o início da era dos ônibus espaciais há três décadas.

O encontro foi aberto pelo professor da Universidade de Hartford (Connecticut), Michael Robinson, ganhador do prêmio do Fórum de História da Ciência em 2008 por seu livro "The Coldest Crucible: Arctic Exploration and American Culture" (O Mais Frio Cadinho: Exploração do Ártico e Cultura Americana, em tradução livre).

Robinson destacou o papel da Nasa ao longo da história como "ponto de apoio" nas pesquisas e herdeira do legado dos expedicionários dos Estados Unidos.

No entanto, a agência espacial também encontrou dificuldades no caminho para manter o equilíbrio e "algumas das missões do futuro surgiram de uma análise incompleta de outras do passado", assinalou Robinson, autor do blog científico "Time to Eat the Dog".

Ele ressaltou também a importância dos erros e das missões incompletas para se conseguir melhoras. "As primeiras expedições não são só ornamentos na história, mas evidências que provam um argumento específico: que as missões humanas no espaço merecem ser financiadas porque são parte de nossa personalidade", destacou.

O professor Alexander Geppet, da Universidade Freie de Berlim, fez uma análise do conceito de era espacial desde os anos 40, quando se desenvolveu a tecnologia que permitiria lançar os primeiros satélites na década seguinte, passando pela corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética, até a prospecção e a tecnologia atuais.

Já o professor James Spiller, do College at Brockport, da Universidade de Nova York, lembrou a ascensão em 1961 e a posterior queda dos Estados Unidos na corrida espacial e o recrudescimento do país em 1981, com o início da era dos ônibus espaciais.

Segundo ele, após o envio do soviético Gagarin ao espaço, os EUA tiveram uma sucessão de êxitos, como a chegada do homem à Lua em 1969, mas a "fronteira do espaço" perderia interesse nos anos 70.

No entanto, como assinalou Steve Dick, ex-diretor da Nasa, com a era dos ônibus espaciais - iniciada em 1981 pelo Columbia -, abriu-se uma nova etapa tecnológica que permitiu ao homem voltar a ter como objetivo maior "a prospecção do desconhecido".

"Explorar o Universo além da órbita terrestre continua sendo uma nova fronteira 50 anos depois da era espacial", assinalou Dick, que considerou que, em breve, será possível ver humanos e robôs trabalhando juntos no espaço.

De fato, a primeira tentativa já esta em andamento. O ônibus espacial Discovery levou à Estação Espacial Internacional (ISS) o androide Robonaut (R2), que ajudará os astronautas nas tarefas do dia a dia do laboratório espacial.

Para Dick "conseguir um programa equitativo de missões espaciais que combinem prospecção humana e robótica, descobertas e ciência, com recursos limitados e no meio dos turbulentos eventos na Terra", são os desafios que enfrenta agora a Nasa.
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