terça-feira, 29 de março de 2011

“O CLA é Referência em Atividades Espaciais”, Afirma Dilma Rousseff

Para a presidente, o Centro de Lançamento de Alcântara está pronto para ser utilizado em parcerias internacionais, pois a Torre Móvel de Integração, destruída em acidente ocorrido em 2003, já foi reconstruída dentro dos padrões técnicos mundiais

(O Estado do Maranhão / Brazilian Space) Da mesma maneira que na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) continua figurando como um dos pilares mais importantes do Programa Espacial Brasileiro no governo da presidente Dilma Rousseff. No início da semana

passada, em resposta à coluna “Conversa com a Presidenta”, ela classificou o programa espacial, gerido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), como estratégico para o país e que a capacidade de construir e lançar satélites é uma meta buscada pelo governo brasileiro. Ainda na segunda-feira, durante a posse do novo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, classificou que o CLA vive um momento decisivo para o Programa Espacial, com a preparação para os lançamentos do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e do Cyclone 4, previstos para acontecer em 2012.

De acordo com a presidente Dilma Rousseff, nesse panorama de desenvolvimento, o CLA, que passou por um processo de modernização, é considerado uma referência em atividades espaciais, pronto para ser utilizado em parcerias internacionais. “A Torre Móvel de Integração, destruída no acidente em 2003, foi inteiramente reconstruída seguindo os melhores padrões técnicos mundiais. O Centro de Controle, os radares e o sistema de telemetria do CLA foram modernizados”, explicou a presidente.

Essa não é a primeira vez que Dilma Rousseff demonstra uma atenção especial para os assuntos ligados ao centro de lançamento localizado no Maranhão. Em janeiro deste ano, logo depois da posse, a presidente recebeu uma ligação do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, para tratar sobre a parceria entre os dois países, em relação ao projeto da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) que, pelo cronograma original, deve realizar o primeiro lançamento do foguete Cyclone 4 no próximo ano, em uma área localizada no CLA, cujas obras foram iniciadas em setembro do ano passado. Na ocasião do telefonema, que durou cerca de 20 minutos, o presidente ucraniano combinou um novo encontro em maio, desta vez, no Brasil.

O complexo de lançamentos da ACS teve suas obras iniciadas em setembro do ano passado, logo depois do lançamento da Pedra Fundamental. A estrutura ocupará 462 hectares e será composta por três sítios, sendo um para as atividades de lançamentos. No outro será criado um complexo técnico e no outro, um condicionamento de propelentes.

Atividades - Além das obras da Cyclone Space, outras atividades no CLA devem movimentar o cronograma de atividades espaciais brasileiros. Somente este ano, estão previstos 14 lançamentos de foguetes de pequeno e médio porte. Esse número corresponde ao dobro das operações de lançamentos realizadas em 2010, quando o centro executou sete operações, incluindo o lançamento do VSB-30, um foguete de médio porte que levou para ambiente de microgravidade experimentos científicos de universidades e instituições de pesquisas.

Este ano também devem ser iniciados os primeiros testes na Torre Móvel de Integração (TMI), plataforma direcionada para realizar lançamentos de foguetes de grande porte como o Veículo Lançador de Satélites (VLS), um dos principais projetos de lançamentos do país. Os testes serão para monitorar todos os equipamentos presentes na Torre, que deverá realizar o primeiro lançamento do VLS em meados de 2012.

Brasil Pode Firmar Novo Acordo Espacial com EUA


Itens como restrição ao uso do CLA por países “terroristas” deverão ser alterados pelo país

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, declarou na segunda-feira, durante a cerimônia de posse do novo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, realizada em Brasília, que, apesar do corte no orçamento para as áreas de ciência e tecnologia, 2012 será o divisor de águas para o programa espacial, já que muitos projetos, como o VLS e o Cyclone 4, serão lançados. Essas iniciativas darão a visibilidade ao setor espacial se forem bem-sucedidas e, certamente, chamarão atenção de governantes e da sociedade civil.

Na ocasião, o ministro lembrou ainda as outras parcerias internacionais, como a Brasil-China, que resultou na série de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, sigla em inglês), e admitiu a possibilidade de um novo acordo de salvaguarda tecnológica com os Estados Unidos em lançamento de satélites. Esse acordo será diferente do proposto em 2000, época do governo de Fernando Henrique Cardoso, que nunca foi ratificado pelo Congresso Nacional, devido às críticas que o país estaria perdendo o domínio do CLA e alugando para os Estados Unidos, comprometendo assim a soberania nacional.

“Não sinto hoje
que a
exigência
americana
seria a
exclusividade
de lançamento
de satélites”

Aloizio Mercadante,
Ministro da Ciência e Tecnologia

Na nova proposta, os itens polêmicos deverão ser alterados como a restrição ao uso do CLA por países classificados como “terroristas” pelos EUA ou a permissão para assinatura de outros acordos de salvaguarda apenas com as 36 nações que controlam a tecnologia de mísseis.

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