Pés serão enviados dentro de Foguete até uma altitude
acima de 110 Km
(Diário de Natal / Brazilian Space) Um experimento espacial, pioneiro no mundo, está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) por meio do seu Instituto Nacional de Estudos do Espaço (INPE). Entre 12 a 14 de dezembro - dependendo das condições de tempo ideais - serão lançadas 12 mudas de cana-de-açúcar ao espaço, através do foguete VSB 30, na base de lançamentos de foguetes de Alcântara, no estado do Maranhão. O objetivo é apresentar informações e estudos sobre os efeitos dessas cepas quando expostas em regiões acima de 110km de altitude, onde já não há mais a ação da gravidade. Por meio dessa iniciativa, também serão avaliados futuros trabalhos com experimentos relacionados a bactérias e medicamentos.
O doutor da UFRN e astrônomo Renan Medeiros fala que o a espécie da cana-de-açúcar foi escolhida por causa de sua importância agronômica para a região Nordeste e ao país. "Além disso, já existem algumas bases de dados contendo informações sobre o genoma dessa espécie", ressalta o professor. As mudas estarão esterilizadas e serão contidas em duas caixas de alumínio herméticas.
Durante os testes elas deverão ser submetidas durante seis minutos a ausência da gravidade, chegando a altitude de 270km, quando finalmente a carga útil do foguete for lançada ao mar. "Após a carga útil ser recuperada, levaremos de seis meses a um ano para apresentar os primeiros resultados" informa o professor.
Desde fevereiro desse ano, o projeto Vegetal Gravity Product (VGP), que teve o custo inicial de R$ 200 mil, vem sendo acompanhado pelo Laboratório de biologia molecular e genômica da UFRN. Os estudos de análise molecular dessas plantas, além da identificação das mensagens produzidas durante o experimento, serão conduzidas pela a cientista bióloga Kátia Scortecci, do Departamento de Biologia Celular e Genética da UFRN. Para o astrônomo Renan Medeiros, as expectativas desse experimento pioneiro podem ser surpreendentes "Como cada planta é única, não dá para prevê os resultados" comenta.
Não é a altitude que faz com que o ambiente seja sem gravidade e sim a ação da gravidade que é anulada pela aceleração do veículo. A gravidade continua presente por distâncias muito grandes, como por exemplo o sol e a terra. O efeito de falta de gravidade na estação espacial ou satélites por exemplo se dá pela velocidade deles, ficam "eternamente" caindo na terra, mas tem velocidade o suficiente pra esse queda ser uma órbita e não em direção ao solo. Todos os satélites estão "presos" a gravidade.
ResponderExcluirÉ bem comum confundir altitude com falta de gravidade, mas não real.