quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Começam os preparativos para a última missão do Discovery

O transportador que levou o ônibus espacial Discovery do prédio de montagem à plataforma de lançamento 39A, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A viagem que encerra a participação do Discovery nas missões da Nasa está prevista para dia primeiro de novembro. Crédito: Nasa / Jim Grossmann.
(Apolo11) Os técnicos da agência espacial americana, Nasa, começaram os preparativos do último lançamento do ônibus espacial Discovery, que deverá acontecer no próximo dia primeiro de novembro. Na terça-feira, foram feitas as primeiras verificações de praxe para o lançamento.

A nave já está na plataforma 39-A desde a semana passada quando o Discovery foi transportado do prédio de montagem até a base de lançamento no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida. O percurso de seis quilômetros durou quase sete horas. Agora o ônibus já está ligado ao tanque externo de combustível e aos foguetes.

No Centro Espacial Johnson, em Houston, os astronautas que integram a missão praticam os procedimentos no Laboratório de Flutuação, simulando caminhadas extraveiculares.

Na missão STS-133, que marcará a aposentadoria do Discovery, a tripulação irá transportar uma grande quantidade de acessórios de reserva e peças de reposição à ISS para durar por um longo prazo.

O Discovery fez sua primeira missão espacial há 26 anos é o mais antigo da frota atual da Nasa, ao lado do Endeavour e do Atlantis. Todos estarão fora de circulação já a partir de fevereiro do ano que vem. A agência espacial vem encerrando gradativamente as viagens dos três ônibus espaciais. Em 2011, as viagens até a Estação Espacial Internacional (ISS) deverão ficar inicialmente nas mãos dos russos.

O ônibus espacial Atlantis encerrou sua participação em maio deste ano depois de 25 anos de trabalho. Já o Endeavour ainda realizará mais uma missão, a STS-134, no começo do próximo ano.

Congresso americano aprova orçamento da Nasa e inclui voos comerciais

(France Presse / Folha) O Congresso dos Estados Unidos aprovou, após a última votação na Câmara de Representantes, o orçamento de 2011 da Nasa, que prevê uma verba para o desenvolvimento de voos comerciais e um voo adicional para o programa de ônibus espaciais.

Os congressistas aprovaram o texto por 304 votos contra 118 durante a última série de votações na quarta-feira, antes do recesso para as eleições legislativas de 2 de novembro.

O congresso definiu, com o texto de compromisso entre as duas câmaras e o o governo Obama, um novo enfoque para a Nasa para os próximos anos. O orçamento prevê quase US$ 60 bilhões até 2013.

O texto, já aprovado no Senado e que será enviado ao presidente Barack Obama para a promulgação, inclui o lançamento adicional de um ônibus espacial em 2011, após os dois voos que ainda restam programados.

Também prevê ajudas ao setor privado para o desenvolvimento de foguetes comerciais para colocar astronautas e cargas em órbita.

O orçamento projeta ainda o desenvolvimento de um novo foguete pesado, crucial para o envio de astronautas a um asteróide ou para Marte, mas também para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Empresa russa diz que pretende lançar hotel espacial até 2016

Especialista americano vê ameaça ao comprometimento russo com a ISS

(AP / Estadão) Uma empresa russa anunciou nesta quarta-feira, 29, um plano ambicioso para preencher um vácuo no mercado de turismo espacial, pondo um hotel em órbita.

A Orbital Technologies tem grandes planos para sua Estação Espacial Comercial, que receberá turistas e oferecerá espaço ocioso para astronautas e cientistas.

Mas é improvável que ela chegue ao espaço em breve. A empresa pretende lançar uma estação de sete cômodos até 2016, mas pode aumentar ou diminuir a capacidade de acordo com a demanda.

Também não está claro se a estatal RKK Energia, citada como principal empreiteira do projeto, terá capacidade de executar o plano. A Energia constrói as naves Soyuz e Progress que levam astronautas e carga à Estação Espacial Internacional (ISS).

O principal executivo da Orbital Technologies, Sergey Kostenko, disse que sua estação será projetada especificamente para receber turistas.

"Será mais confortável que a ISS porque não terá nenhum equipamento científico supérfluo", declarou.

Até agora, os turistas espaciais tiveram de viajar de carona em naves Soyuz para passar algum tempo a bordo da ISS, flutuando a bordo da estação científica e tentando não quebrar nada.

A empresa não revelou o custo do projeto, nem quanto será a diária do hotel orbital. Em 2009, o turista espacial canadense Guy Laliberte pagou US$ 35 milhões por 12 dias a bordo da ISS.

O chefe do programa espacial tripulado russo, Alexey Krasnov, disse que a nova estação poderia oferecer um refúgio para a tripulação da ISS no caso de uma emergência.

No entanto, Jim Oberg, um consultor baseado em Houston (EUA) e especialista no programa espacial russo, advertiu que duas estações espaciais próximas exigiram demais dos sistemas de rastreamento e comunicações na Terra.

Oberg afirmou que o novo projeto levanta dúvidas quanto ao comprometimento da Rússia com a ISS. Uma nova estação em órbita acessível a partir da ISS permitiria que os russos desconectassem seus módulos da estação internacional e os transferissem para a nova base.

"Por que a Rússia gastaria os recursos necessários é uma questão importante que tem implicações significativas para seu futuro comprometimento com a ISS, um comprometimento em que a Nasa apostou, na ausência de meios americanos de acesso à órbita.

O único veículo americano capaz de levar seres humanos à órbita da Terra é o ônibus espacial, cuja frota será aposentada no ano que vem. Uma nova tecnologia para substituí-los ainda está alguns anos no futuro, e até lá os EUA dependerão de naves russas para poder utilizar a ISS.

"A Nasa deve se dedicar agora a garantir que não seremos chantageados, eliminando nossa vulnerabilidade", acrescentou Oberg.
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Orçamento da Nasa causa impasse no Congresso americano

Proposta que deve ser votada nesta semana deve ajudar a reverter demissões previstas

(Reuters / Estadão) Com mais de 1.500 trabalhadores envolvidos na operação de ônibus espaciais encarando demissão nesta semana, congressistas dos Estados Unidos dizem que tentarão aprovar o orçamento da Nasa ainda nesta semana, antes do início do recesso para as eleições legislativas de 2 de novembro.

"Estamos no limite", disse o senador democrata da Flórida Bill Nelson, durante um simpósio de política espacial.

Sem tempo para resolver as contradições entre os orçamentos propostos pelo Senado e pela Câmara para o ano fiscal que começa em 1º de outubro, a única opção é fazer os deputados votarem a lei aprovada pelo Senado, disse um importante congressista, referindo-se ao que deve acontecer na quarta-feira.

"Para dar certeza, estabilidade e clareza para os trabalhadores da Nasa e para a comunidade espacial, creio que é melhor considerar uma lei defeituosa do que ficar sem Eli nenhuma no início do ano fiscal", disse o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Bart Gordon.

O programa de exploração espacial dos EUA entrou em confusão quando o presidente Barack Obama decidiu encerrar os planos de um retorno à Lua, cancelando o programa Constellation, estabelecido para desenvolver as naves espaciais necessárias para esta meta.

O plano de Obama, apresentado em fevereiro, transforma o governo em um usuário de viagens para a órbita da Terra, deixando de ser um provedor. A proposta dividiu os congressistas e os especialistas.

A proposta do Senado reduz os incentivos propostos por Obama para que a iniciativa privada desenvolva as naves que levarão astronautas americanos à Estação Espacial Internacional (ISS). Além disso, antecipa o cronograma de desenvolvimento, pela Nasa, de um novo foguete capaz de levar astronautas em missões além da órbita lunar.

A aprovação não evitará as demissões previstas para esta semana, mas autoriza programas, como o novo foguete, que vão exigir contratações.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Órbita da ISS será elevada duas vezes nos próximos dois meses

Manobras de correção ajudaram em operações no final de outubro e novembro

(Efe / Estadão) A altura média da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) será elevada em duas ocasiões nos próximos dois meses a fim de assegurar as ligações ao posto avançado orbital de uma nave de carga Progress e da nave pilotada Soyuz, informou nesta terça-feira, 28, uma fonte da indústria espacial.

"As manobras, atualmente previstas para 20 de outubro e 20 de novembro, serão realizadas usando os motores do cargueiro russo Progress M-07M, ligado ao módulo de serviço Zvezda", disse o porta-voz, citado pela agência de notícias Interfax .

O objetivo da primeira correção é garantir as condições ideais para o acoplamento da estação para o dia 30 de outubro do cargueiro Progress M-08M e do ônibus espacial americano Discovery em 03 de novembro, indicou.

A segunda manobra é necessária para a preparação para a libertação e regresso à Terra da nave Soyuz TMA-19 em 30 de Novembro, acrescentou.

Atualmente, a tripulação da plataforma orbital é composta pelos astronautas americanos Doug Wheelocke Shannon Walker e cosmonauta russo Fiodor Yurchijin.

Com 3 a bordo, nave Soyuz deixa ISS aterrissa na Terra sem problemas

(Efe / Folha) A cápsula da nave Soyuz TMA-18, com os russos Aleksandr Skvortsov e Mikhail Kornienko e a americana Tracy Caldwell-Dyson a bordo, aterrissou nesta sexta-feira sem contratempos nas estepes do Cazaquistão, informou o Centro do Controle de Voos (CCVE) da Rússia.

"A aterrissagem transcorreu de acordo com o programado. Segundo os primeiros dados, os tripulantes (da Soyuz) estão bem", disse um porta-voz do CCVE, citado pela agência russa Interfax.

A cápsula chegou à Terra, como estava previsto, às 2h23 (de Brasília), em uma região ao sudeste da cidade cazaque de Arkalyk, onde a esperavam as equipes de resgate.

Seus três tripulantes permaneceram no espaço um total de 176 dias, um a mais que o previsto, devido a uma falha técnica que obrigou a adiar em 24 horas seu retorno à Terra.

Na sexta-feira, um falso alarme fez com que a primeira manobra de desenganche da Soyuz da ISS fosse cancelada, no primeiro incidente como esse na história da exploração da plataforma orbital.

A agência espacial russa, Roscosmos, informou que um dos alarmes indicava falta de hermetismo da nave Soyuz, o que foi descartado depois de rigorosas revisões.
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China anuncia novo satélite de detecção para experimentos científicos

(Folha) A China lançará o satélite de detecção a distância Yaogan 11 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na província de Gansu, noroeste do país, informou nesta terça-feira (21) a agência oficial de notícias Xinhua.

Em agosto, o país asiático colocou em órbita o satélite de detecção remota Yaogan 10.

Os satélites são usados para realizar experimentos científicos, estudar os recursos da terra, ver o rendimento de cultivos, reduzir os desastres naturais e preveni-los.

O Yaogan 9 também foi lançado desde o centro espacial de Taiyuan, em março.
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evento sobre satélites no Rio de Janeiro

(Panorama Espacial) Entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, acontece no Rio de Janeiro o 10º Congresso Latino-Americano de Satélites, considerado o mais importante encontro da indústria de satélites de comunicações (fabricantes, operadores e usuários) do continente.

Organizada pela Converge Eventos, a edição deste ano contará com dois painéis que devem abordar, direta ou indiretamente, o projeto do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB): "Uso do Satélite no Plano Nacional de Banda Larga. Como viabilizar?", e "Apresentação: o Projeto Espacial Brasileiro e os Caminhos para um Satélite Nacional".

Especialistas da indústria e de instituições do governo, como Agência Espacial Brasileira (AEB), Ministérios da Defesa e Comunicações, Anatel, e outras já estão confirmados na relação de palestrantes e debatedores. Para saber mais sobre o congresso, clique aqui.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Centro de Lançamento de Alcântara Realiza Operação com Foguete de Treinamento

(FAB / CLA / Brazilian Space) O Centro de Lançamento de Alcântara realiza até o dia 30 de setembro, a Operação Fogtrein II – 2010, em continuidade ao programa de lançamentos de foguetes de treinamento previstos para este ano. A operação será composta por dois lançamentos: um Foguete de Treinamento Básico (FTB), no dia 20 de setembro (previsão), e um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), no próximo dia 28 (previsão).

O FTB é o primeiro veículo desenvolvido pelo Projeto FOGTREIN, do Comando da Aeronáutica (COMAER) em conjunto com a AVIBRAS, que tem como objetivo colocar no mercado mundial um foguete de baixo custo, utilizado para treinamento operacional. O foguete suborbital, em fase de certificação, atinge seu apogeu a 30.000 metros de altitude, com altíssimo nível de estabilidade de vôo e de transmissão de dados.

Como segunda etapa da operação, será lançado um FTI. Foguete intermediário da família FOGTREIN, o FTI realizou seu primeiro vôo no dia 3 de agosto deste ano, no CLA. Seu próximo vôo será realizado ainda nesta operação, para testar os aperfeiçoamentos realizados em sua estrutura aerodinâmica, a fim de que, após sua certificação, seja comercializado. Vários são os diferenciais deste engenho suborbital, pois é dotado de instrumentos de vôo de última geração, com total interatividade com o seu sistema de comando em terra. Com capacidade de transportar até 30kg de carga útil e de baixo custo operacional, o FTI dará oportunidade às universidades e centros de pesquisa de realizar experimentos com maior freqüência e precisão de dados.

Os lançamentos de FTB e FTI, ocorridos neste ano, têm como objetivo a manutenção do treinamento dos profissionais do Centro de Lançamento de Alcântara. Este tipo de exercício eleva o nível operacional do CLA e mantém constante o exercício de suas atividades-fim: preparação, lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Astronautas perdem as unhas das mãos mais facilmente


(Live Science / Hypescience) Assistindo a alguma missão de astronautas na televisão, ou simplesmente olhando uma foto com um homem em trajes espaciais, pode já ter surgido uma questão: “como será que se produzem essas roupas? Elas são mesmo importantes?” Pois bem, aí vai uma informação: se as luvas dos astronautas não forem confeccionadas adequadamente conforme a pressão do ar, os astronautas sentem dores horríveis nas mãos podendo até ter arrancas suas unhas dos dedos.

Um novo estudo sugere que pode haver um novo pré-requisito para escolher pessoas que partem em missões espaciais. O tamanho reduzido das mãos. A pesquisa da NASA concluiu que astronautas de mãos grandes são mais propensos a perder as unhas dos dedos. O sangue foge das pontas dos dedos, uma dor intensa é sentida e as unhas vão ficando quebradiças até cair. Tudo por uma incorreção na luva que eles usam.

Buscando superar esse problema, a NASA realizou um concurso para incentivar fabricantes a investir na melhora da tecnologia da confecção de luvas espaciais. Elas devem ser fortes o suficiente para proteger as mãos do vácuo do espaço, mas também hábil o bastante para permitir movimentos complexos, de precisão, que nos diferenciam dos outros animais como possuidores do polegar opositor. E o resultado já saiu: o cientista Peter Homer, do estado de Maine, faturou 250 mil dólares por seu projeto de luvas espaciais inovadoras.
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E mais: De arrancar as unhas (literalmente) (César Baima - O Globo)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Brasil e a Cooperação Espacial Internacional

O Brasil vem realizando com dificuldade, mais com algum êxito, projetos espaciais em cooperação espacial com outros países. Essa cooperação em nossa visão é necessária e benéfica, mais que infelizmente não vem tendo do governo federal à devida atenção se analisarmos em um contexto geral o assunto, prejudicando em muitos casos e até quase que parando alguns projetos em andamento. Existem exemplos exitosos como o caso do foguete VSB-30 desenvolvido em parceria com a Alemanha, mais também existem absurdos como o que parece está acontecendo com o acordo com a Rússia (em nossa opinião o mais relevante de todos), além de erros catastróficos como a criação da mal engenhada empresa ACS. Abaixo, apresento uma lista dos países que o Brasil tem acordos de cooperação em andamento, seus projetos e países que o Brasil está negociando novos acordos.

Países com acordos de cooperação em andamento:

País: Alemanha
Projetos: Foguete VSB-30, recentemente o Veículo de Lançador de Microssatélites (VLM), Satélite MAPSAR, Satélite CoRoT

País: Argentina
Projetos: Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH) da Plataforma Multi-Missão (PMM) que será usada pelo Satélite Amazônia-1, Satélite Sabia-Mar

País: China
Projeto: Programa CBERS de satélites

País: França
Projeto: Satélite meteorológico GPM-BR, Satélite CoRoT

País: Rússia
Projeto: VLS-Alfa, Propulsor Líquido L75, Banco de Provas para Motores-Foguetes Líquidos de 400 kN, Sistema de Posicionamento por Satélite GLONASS e possivelmente o Programa Cruzeiro do Sul de veículos lançadores de satélites.

País: Ucrânia
Projeto: A mal engenhada empresa bi-nacional Alcântara Cyclone Space (ACS)

Países que o Brasil esta negociando novos acordos:

País: África do Sul
Projeto: Programa IBSA de satélites

País: Bélgica

País: Canadá

País: Egito

País: Espanha

Pais: EUA

País: Índia
Projeto: Programa IBSA de Satélites

País: Israel

País: Itália
Projeto: Instrumentos científicos para o satélite MIRAX

País: Suécia

País: Uruguai

Além desses países o Brasil iniciou conversações em 2008 com o Reino Unido visando utilizar uma câmera britânica abordo do satélite Amazônia-1 chamada RALCam-3 que não foi adiante.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nasa testa veículo para exploração de Marte no deserto do Arizona

(AFP / Folha) Uma equipe de engenheiros e cientistas da Nasa (agência espacial americana) passou duas semanas no deserto do Arizona, nos Estados Unidos, simulando a superfície árida de asteroides e planetas distantes.

Durante estes dias, os pesquisadores testaram o protótipo do Athlete (All-Terrain Hex-Limbed Extra-Terrestrial Explorer, em inglês), veículo desenvolvido para exploração lunar com planos de, no futuro, ser usado para vasculhar a superfície de Marte.

Com uma cabine acoplada a uma estrutura de seis "pernas", o Athlete deve ser usado para o transporte de cargas pesadas.

O cientista Aaron Hulse, 29, que passou sete dias no deserto testando o veículo, disse ter gostado da experiência, embora o ambiente fosse apertado.

"Você simplesmente tem que ficar confortável com a proximidade", disse ele, que dividiu o espaço com outro colega da agência.

"Os bancos abaixam e tudo fica até bem confortável", afirmou Hulse, que monitorava o espaço a sua volta em tempo real, enquanto pilotava o veículo de seis rodas para frente e para trás no terreno rochoso e desértico.

Hulse e uma equipe de especialistas da Nasa passaram dias testando o veículo e outros protótipos da Nasa em condições similares aos ambientes inóspitos do espaço. A maratona acontece todos os anos é uma das principais oportunidades da equipe testar na prática as deduções feitas em laboratório.

Um dos destaques dos testes foi o Robonaut, um robô humanóide desenvolvido pela Nasa que vai auxiliar os membros da tripulação em futuras missões espaciais.

"Esta é uma prática, em um ambiente muito realista', disse Michael Gernhardt, um astronauta que já voou em várias missões com ônibus espaciais.

A missão incluiu testes de campo de um módulo de exploração novo para a investigação científica adaptáveis aos habitats em planetas distantes ou asteroides, equipamentos para análise de composição de amostras de rochas, e em caso de emergência médica no espaço.

A equipe da Nasa também demonstrou avanços na eficiência dos sistemas de célula de combustível e de tecnologia das comunicações. As sondas e outros veículos de exploração testados podem ser operados remotamente a partir do Centro Espacial Johnson, em Houston, e outros locais.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Inspetor da Nasa critica chefe da agência espacial por 'conflito de interesse'

Ex-astronauta, Charles Bolden vem cometendo uma série de gafes ao longo deste ano

(Associated Press / Estadão) O chefe da Nasa se viu atolado em uma nova controvérsia nesta segunda-feira, 20, desta vez por manter um contato "impróprio" com uma empresa petrolífera, em meio a um projeto de combustíveis alternativos.

O inspetor-geral da Nasa escreve, em relatório, que uma conversa de dez minutos mantida em abril pelo administrador Charles Bolden e um alto funcionário da corporação Marathon Oil foi inconsistente com o compromisso ético assinado por ele ao assumir o cargo. Ele também aponta um possível conflito de interesse.

Bolden - um ex-comandante de ônibus espaciais e general reformado dos Marines - é ex-membro da diretoria da Marathon, e ainda possui ações da companhia, avaliadas em entre US$ 500.000 e US$ 1 milhão.

Em seu relatório de 11 páginas, o inspetor-geral Paul Martin conclui que o contato de Bolden com a Marathon não violou a lei federal ou o código de ética. Mas a ação perturbou funcionários da Nasa e representa a mais recente de uma série de gafes do administrador.

Em entrevista concedida há alguns meses à rede de TV Al-Jazira, Bolden disse que uma das principais missões da Nasa era estender a mão ao mundo muçulmano. A Nasa e a Casa Branca passaram boa parte do Mês de julho tentando explicar esse comentário.

Meses antes, o administrador havia assustado muitos funcionários da agência espacial ao apresentar, de modo abrupto, o novo plano de exploração espacial do presidente Barack Obama.

Envolvendo o cancelamento do Programa Constellation, o novo plano envolve demissões, e o modo de apresentação causou ansiedade nas fileiras da Nasa.

Quanto à gafe mais recente, Bolden reconheceu ter dado um passo em falso ao falar com a Marathon sobre o plano para produzir combustíveis alternativos a partir de algas. Desde então, ele evitou envolver-se diretamente no programa e fez um curso de atualização em ética.

O inspetor-geral considerou as duas atitudes "apropriadas e suficientes".

China planeja pisar pela primeira vez a Lua em 2025

(Efe / Folha) A China espera pisar pela primeira vez a Lua em 2025, assim como enviar sondas de prospecção a Marte em 2013 e a Vênus em 2015 e fretar seu primeiro módulo espacial sem tripulação, o "Tiangong-1", no próximo ano, informou hoje o jornal "Global Times".

Além disso, o satélite de prospecção lunar chinês, o "Chang'e-2", será lançado antes do final do ano, anunciou Wu Weiren, o engenheiro chefe do Programa Chinês de Prospecção Lunar.

Trata-se de um projeto de prospecção robótica e missões tripuladas à lua dirigido pela Administração Espacial Nacional Chinesa.

Além disso, este satélite realizará um teste de aterrissagem em vistas da preparação do lançamento do "Chang'e-3", previsto para 2013.

"Chang E", o nome com o qual são batizados os satélites artificiais, se refere a uma tradição chinesa segundo a qual uma deusa com esse nome habita na Lua desde tempos imemoráveis.

O cientista Ouyang Ziyuan, membro deste projeto de satélites lunares, disse ao "Global Times" que se está planejando estabelecer uma estação espacial de satélites para 2020, baseada na tecnologia aeroespacial e o sucesso das futuras missões tripuladas.

O primeiro módulo espacial sem tripulação, o "Tiangong-1" (que em mandarim significa "Palacio Celestial"), será lançado no próximo ano e nele se acoplarão outros lançamentos previstos no futuro, dentro do bem-sucedido programa "Shenzhou", que em 2008 conseguiu realizar o primeiro passeio espacial com um astronauta chinês.
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Empresa planeja nave que vai ao espaço com custo 14 vezes menor


(Terra) Cientistas britânicos afirmam estar criando uma espaçonave que poderá decolar de um aeroporto comum e chegar ao espaço. Segundo os pesquisadores, a Skylon deverá entrar em operação em 10 anos e seus voos custarão muito menos que os dos foguetes atuais. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

A Skylon deverá ter cerca de 82 m, com capacidade para 24 passageiros e custará em torno de R$ 1,8 bilhão. Criada por engenheiros da empresa Reaction Engines, a aeronave não tem motores convencionais externos, mas dois motores internos que sugam oxigênio e hidrogênio da atmosfera e os queimam em direção à Terra. Segundo o projeto, ela pode atingir cinco vezes a velocidade do som (340,29 m/s).

O projeto ainda prevê que cada viagem da Skylon levando passageiros ao espaço custará R$ 18 milhões, muito menos que os R$ 260 milhões que custa a viagem de alguns foguetes (os ônibus espaciais da Nasa chegam a gastar R$ 858 milhões).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Astronautas do Mars500 avançam para 'espaço interplanetário'

Grupo de 6 pessoas está confinado desde 3 de junho de 2010. Restam ainda mais de 400 dias até o término da experiência.

Foto da equipe do Mars500, após 105 dias confinada em Moscou. (Foto: ESA)

(G1) Uma equipe de seis astronautas da agência espacial europeia completou 105 dias em confinamento no Instituto de Problemas Biomédicos russo, em Moscou, participando de uma experiência chamada Mars500.

Serão, ao todo, 520 dias de isolamento para simular as condições de uma viagem a Marte, algo tido como possível somente daqui a, no mínimo, 20 anos, segundo os especialistas (entenda o projeto Mars500 aqui). Há também um monitoramento das condições médicas e psicológicas da equipe durante a experiência.

Agora, os tripulantes estão, virtualmente, entrando no espaço interplanetário. Em 2009, a mesma equipe já havia sido trancada por 105 dias, em uma fase de testes anteriores à experiência definitiva. Agora, cada dia vivido na experiência será novidade aos tripulantes.

A comunicação com o exterior já apresenta um atraso de dois minutos. Até a "chegada" ao planeta vermelho serão até 20 minutos de demora para uma resposta, o que inviabilizará comunicações diretas.

O "pouso" em Marte deverá acontecer no dia 10 de fevereiro de 2011. Já o "retorno" à Terra está previsto para o começo de novembro do ano que vem.

Durante a estadia, os astronautas precisam manter a forma física para atividades rotineiras. Serão mais de 100 experimentos conduzidos durante o período de isolação de aproximadamente 1 ano e meio.

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NASA quer lançar foguetes sobre trilhos

O projeto inicial prevê a construção de uma pista de 3,2 km, disparando um avião hipersônico até uma velocidade Mach 10, o suficiente para que ele atinja as camadas mais altas da atmosfera.[Imagem: NASA]


(Inovação Tecnológica) Ainda às voltas com discussões sobre o modelo do foguete que deve construir para substituir os atuais e os nem-nascidos da natimorta série Constelação, a NASA está se voltando para tecnologias mais futuristas. Ou mais retrôs, dependendo do ponto de vista.

Segundo a agência espacial norte-americana, a ideia é projetar um "lançador para as estrelas", o que deverá ser possível, diz a agência, com um sistema que transforme uma série de tecnologias já disponíveis em um "gigantesco salto para o espaço."

Foguete sobre trilhos
A NASA vem testando há anos um tipo inovador de avião hipersônico em formato de cunha, chamado estatojato, ou scramjet.

Nos testes iniciais, o avião hipersônico é acelerado até sua velocidade de partida por um foguete, lançado a partir de um avião comum.

Mas a ideia agora é baratear bastante o processo, lançando a aeronave horizontalmente. Isto poderia ser feito utilizando um trem, impulsionado por turbinas comuns, por motores elétricos ou por magnetismo, como nos chamados MagLev, trens que usam um sistema de levitação magnética.

O avião hipersônico atingiria a velocidade de arranque ainda no solo. Depois de se soltar e decolar, ele deverá acelerar até Mach 10 utilizando seus scramjets.

Ao atingir a parte mais alta da atmosfera, ele libera sua cápsula ou carga útil, semelhante ao segundo estágio de um foguete. A cápsula contará com seu próprio motor-foguete, para atingir a órbita. Já o avião hipersônico retorna ao solo, pousando em uma pista comum, ao lado dos trilhos de lançamento.

Parece promissor, mas bem aquém de qualquer coisa que lembre um "gigantesco salto para o espaço," conforme afirma a agência.

Metrô da era espacial
Segundo Stan Starr, do Centro Espacial Kennedy, tudo isto pode ser feito com tecnologia já disponível, não dependendo de nenhum invento disruptivo.

"Tudo pode ser feito com componentes tecnológicos já desenvolvidos ou estudados," Estamos propondo amadurecer estas tecnologias até um nível útil, bem além do nível já alcançado," diz ele.

Segundo o engenheiro da NASA, o projeto beneficiará uma série de outros setores, além do espacial, já que exigirá o aperfeiçoamento dos sistemas de transporte ferroviário, que poderão ser usados em sistemas de metrô, baterias, que poderão ser usadas em veículos elétricos, e vários outros.

Sistema avançado de lançamento
O projeto, chamado Advanced Space Launch System (sistema de lançamento espacial avançado) não pretende substituir os ônibus espaciais ou qualquer outro programa em um futuro próximo.

Mas, segundo Starr, poderá ser adaptado para transportar astronautas depois que o sistema for suficientemente testado em missões não tripuladas.

A equipe propôs um projeto com 10 anos de duração, que, se aprovado, teria início com o lançamento de aviões não tripulados comuns.

A seguir viriam modelos de aviões mais avançados, até que seja possível construir um capaz de lançar um pequeno satélite em órbita.
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Boeing anuncia viagens para turistas ao espaço a partir de 2015

CST-100, da Boing, está sendo construído pela Nasa e levará passageiros comuns em viagens ao espaço



(Folha) A companhia aérea Boeing vai vender viagens ao espaço a bordo do veículo CST-100 que está sendo desenvolvido pela Nasa (agência espacial norte-americana).

A aeronave terá capacidade para até sete lugares e voará na órbita mais baixa da Terra. Os primeiros voos devem ocorrer em 2015, na previsão da empresa, e os passageiros podem ser escolhidos entre pessoas comuns, companhias, organizações não governamentais e agências federais dos Estados Unidos.

A Boeing não é a única empresa a anunciar uma aeronave comercial para passageiros. A Virgin Atlantic também tem um projeto semelhante em andamento. Serão seis veículoscomerciais que poderão levar os viajantes até uma altitude suficiente para sentirem a gravidade zero e verem a curvatura da Terra contra o pano de fundo do espaço.

OITO VIAGENS
A Space Adventure, parceira da Boeing no projeto, fechou oito viagens à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que está sendo construída com os russos e os americanos à frente de um grupo formado por 16 países.

O preço para conhecer o espaço como turista não foi estipulado ainda mas, para se ter uma ideia, o fundador do grupo canadense Cirque du Soleil, Guy Laliberte, pagou mais de US$ 35 milhões (cerca de R$ 60 milhões) para estar na tripulação de um voo russo. A decolagem foi no Casaquistão, no ano passado.

O programa de ônibus espaciais, que carregam astronautas ou suprimentos para a ISS, será encerrado em 2011 --a administração do presidente Barack Obama decidiu aposentar as aeronaves para ceder lugar a viagens que serão comerciais e realizadas por empresas terceirizadas.

Como há um contrato entre a Rússia e os Estados Unidos de enviar seis astronautas à Estação Espacial Internacional, os americanos vão pegar carona em voos russo. Para isso, terão de pagar US$ 51 milhões por cada assento ocupado.
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Estudo da Euroconsult: 1.200 satélites até 2019

(Panorama Espacial) No início deste mês, a Euroconsult divulgou um estudo, intitulado "Satellites to be Built & Launched by 2019, World Market Survey", apontando que um número estimado de 1.220 satélites serão lançados ao espaço nos próximos dez anos.

O dado da consultoria europeia considera uma média de 122 satélites sendo lançados anualmente, aumento significativo quando comparado à década passada, que teve uma média de 77 satélites. Deste total, cerca de 2/3 deverão ter como origem demanda governamental.

"Os governos percebem que sistemas de satélites são uma parte crítica da infraestrutura de seus países e que contribuem para o desenvolvimento sócio-econômico, fornecendo soluções em comunicações e geoinformação para muitas agências governamentais," afirmou em nota distribuída à imprensa Rachel Villain, diretora da Euroconsult e editora do relatório.

O documento apresenta alguns apontamentos interessantes sobre o mercado de satélites, tanto comercial como governamental, o que tem reflexos na indústria de lançamentos espaciais. No caso específico de cargas úteis geoestacionárias de comunicações - fatia considerada mais interessante por lançadores comerciais, a estimativa é que cerca de 214 satélites sejam lançados, um mercado total avaliado em 55 bilhões de dólares.

Ainda no campo geoestacionário, o relatório aponta que o avanço tecnológico permitirá a construção de modelos com maior capacidade, de modo que os operadores poderão expandir a oferta de serviços com um número menor de satélites. Estes serão maiores, o que também direcionará o tamanho e performance dos veículos lançadores, avaliação esta que corrobora algumas opiniões no sentido de que o lançador ucraniano Cyclone 4, a ser operado pela Alcântara Cyclone Space (ACS), dificilmente obterá fatia considerável do mercado de lançamentos geoestacionários.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mais informações sobre a ACS e Alcântara

Primeiro voo
(Panorama Espacial) Como já escrevemos na última quinta-feira (08), o primeiro voo do Cyclone 4 está previsto para fevereiro de 2012. A carga útil deste primeiro lançamento será o satélite científico Nano-JASMINE, de origem japonesa, mas existe a possibilidade de que outras cargas também sejam incluídas. Questionado pelo blog, o diretor-geral da ACS, Roberto Amaral, afirmou que o espaço disponível no voo experimental foi oferecido à Agência Espacial Brasileira (AEB).

Transferência de tecnologia - I
Nos discursos das autoridades brasileiras, foi dado grande destaque para uma possível transferência pela Ucrânia ao Brasil de tecnologia em matéria de lançadores. Afirmações nesse sentido, aliás, não são novidade. Analisando-se, contudo, os instrumentos de cooperação já assinados entre os dois países, observa-se que a joint-venture Alcântara Cyclone Space tem objetivo eminentemente comercial, e não necessariamente de caráter científico-tecnológico. O blog questionou algumas pessoas envolvidas com a iniciativa, inclusive Roberto Amaral e Carlos Ganem, sobre essa aparente inconsistência, e recebeu delas respostas bem alinhadas. Basicamente, o que se afirma é o seguinte: existe um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST) assinado entre os governos do Brasil e Ucrânia para a proteção de tecnologia dos dois países, que difere de instrumentos equivalentes assinados por outras nações. Em teoria, tal acordo (e o tratado assinado em 2003) permitem a celebração de outros instrumentos, específicos para transferência tecnológica.

Transferência de tecnologia - II
O período de operação comercial do Cyclone 4 é estimado em 20 anos. Durante o tempo de sua operação, a expectativa é que os dois governos trabalhem no desenvolvimento de um novo lançador, o Cyclone 5. Isto, logicamente, exigirá um instrumento específico de cooperação. Já existem, porém, alguns movimentos no sentido de construir as bases para o projeto conjunto. Segundo foi dito ao blog por um dirigente da ACS, estão sendo negociadas dezenas de bolsas de estudos da CAPES e CNPq (instituições ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e a Universidade de Brasília (UnB) para a formação de engenheiros aeroespaciais. Estes profissionais deverão atender as necessidades da ACS e no futuro trabalhar no desenvolvimento do Cyclone 5.
Ponto alto
Como lhe é característico, o presidente da AEB, Carlos Ganem, fez um discurso bastante articulado, empolgante, até. Ganem destacou a oportunidade do Brasil em se tornar um "player" do mercado comercial de lançamentos, e também o significado da ACS não apenas para o setor espacial, mas também como instrumento para o desenvolvimento social e cultural da pequena cidade de Alcântara. Citou como exemplos os casos de Kourou, na Guiana Francesa, e Cabo Canaveral, nos EUA. Ao final, destacou que o Brasil terá uma ampla escala de lançadores, desde foguetes para microssatélites, pequenos satélites e com o Cyclone 4, cargas geoestacionárias. Logo após o encerramento da cerimônia, o blog conversou com Ganem sobre o Programa Espacial Brasileiro. O conteúdo da conversa entrará no blog no início da próxima semana.

Ponto baixo
Apesar de todos os problemas de infraestrutura e acesso ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), os organizadores da cerimônia tiveram bastante êxito em organizá-la, especialmente considerando-se o curto prazo de tempo desde a decisão de lançar a pedra fundamental e o evento. O ponto baixo da cerimônia foi a impossibilidade da imprensa visitar as instalações modernizadas de Alcântara, como a sala de controle e casamata, modernizadas, e a nova torre do VLS (ver notas abaixo). Apenas as autoridades presentes tiveram acesso a essas instalações. À imprensa, só foi possível ver, bem de longe, a nova TMI durante a aproximação da aeronave que a transportava à pista de pouso do CLA.

"Revival" da MECB
Ao discursar, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, lembrou que o Pais tem domínio parcial em tecnologia de lançadores e também em satélites. Destacou que o objetivo brasileiro é ter um programa espacial completo em 2022, ano em que o País comemora o aniversário de 200 anos de Independência. Parece um "revival" da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), idealizada no início da década de oitenta e que tinha por objetivo dotar o Brasil de capacidade autônoma na construção de satélites, veículos lançadores e infraestrutura terrestre.

Modernização do CLA
A sala de controle do CLA foi modernizada para atender as necessidades de operação do Cyclone 4. O pacote de atualização, iniciado em 2009, envolveu, além de controle, a modernização do centro de controle avançado (casamata), e outras 21 posições operacionais, como sistemas de radares, telemetria, tratamento de dados, meteorologia, subestações de energia, centrais elétrica e telefônica, sistemas de comunicações por microondas, casa de telecomando, entre outras. Ao todo, as obras de atualização custaram R$ 22,3 milhões.

Torre do VLS
A AEB distribuiu durante a cerimônia um press release com algumas informações sobre a TMI, o qual reproduzimos a seguir, com edição do blog: "A nova Torre Móvel de Integração (TMI) será entregue em dezembro deste ano. A obra foi orçada em R$ 44,1 milhões e tem 12 metros de cumprimento, 10 metros de largura e 34 metros de altura. A TMI tem moderno sistema de controle, o que proporcionará sua operação de forma remota; um túnel de escape (saída de emergência), totalmente isolado e com ar pressurizado, para evitar a entrada de gases, o que permitirá uma evacuação rápida das pessoas para um local seguro e afastado da zona de risco em caso de emergência. A estrutura conta, ainda, com um sistema de carregamento de propelente líquido, com mesa de lançamento, com torre de umbilicais, além dos subsistemas de climatização e ar comprimido, elétrico, de controle, de proteção contra descargas atmosféricas e de detecção e combate a incêndios. A nova TMI será uma das plataformas mais modernas do mundo para veículos espaciais do porte do VLS. Com o término dos trabalhos de construção e montagem, começarão os testes funcionais com a utilização de um mock-up (maquete em escala real) do VLS. Para a primeira utilização da TMI serão necessários cerca de seis meses para formação, capacitação e treinamento das equipes."

Eleva-se em dois quilômetros a altura da órbita da Estação Espacial

Plataforma perde altura diariamente devido a gravidade e precisa ter sua órbita corrigida

(Efe / Estadão) A altura média da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) foi elevada nesta quarta-feira, 15, em dois quilômetros, com a ajuda dos motores do cargueiro russo Progress M-07M, ligado à plataforma, informou o centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE ) da Rússia.

Um porta-voz disse à agência de notícias Interfax que após a manobra "a altura média da órbita da estação é de 356 km acima da Terra."

Ele acrescentou que a correção foi iniciada às 13h04 de Moscou (09h04 GMT), e que os motores, que funcionaram durante 526 segundos, aumentaram a velocidade de voo da estação em 1,2 metro por segundo.

A correção da órbita foi realizada a fim de garantir as condições ideais para o retorno à Terra, no dia 24 deste mês, da nave espacial tripulada Soyuz TMA-18, bem como para o acoplamento da Soyuz TMA-01M em 10 de outubro.

No próximo mês será realizada uma nova correção da órbita.

Normalmente a altura média do ISS varia entre 360 e 330 quilômetros.

Mas a plataforma perde entre 100 e 150 metros a cada dia devido à gravidade da Terra, a atividade solar e a outros fatores, tornando-se necessário corrigir periodicamente a sua órbita.

A equipe atual do laboratório espacial compreende os cosmonautas russos Alexandr Skvortsov, Fiódor Yurchijin e Mikhail Kornienko e astronautas Doug Wheelock E.U., Shannon Walker e Tracy Caldwell.

Preparativos para a Operação Maracati II

Equipe SAR inicia procedimentos para a Operação Maracati II

(Panorama Espacial) A Equipe SAR-IAE iniciou os trabalhos de preparação para o resgate da carga útil, a ser realizado durante a Operação Maracati II, quando ocorrerá o lançamento do foguete VSB-30.

A carga útil MicroG 1A, da Agência Espacial Alemã, é integrada ao foguete VSB-30 e deverá ser retirada do mar a mais de 100 km da costa Maranhense, após ações de reflutuação e acondicionamento, garantindo assim, o pleno sucesso da Operação.

A plataforma MICROG 1A levará ao espaço cerca de nove experimentos de diversas instituições de pesquisa e universidades brasileiras, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB), que há um ano vêm sendo testados, permitindo a realização de experimentos em ambiente de microgravidade. Utilizando técnicas de deslocamento subaquático, com a utilização dos DPV ( Diver propulsion vehicles) e enfrentando diversas condições de mar, a equipe SAR -IAE realiza adestramentos operacionais no litoral, próximo à divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, região de reserva ambiental protegida e administrada pelo Parque Estadual da Serra do Mar.

As atividades desenvolvidas nos treinamentos englobam, entre outras, mergulho com misturas enriquecidas NITROX, busca subaquática e reflutuação de cargas, localizadas por equipamentos do tipo ecobatímetro portáteis , instalados nos barcos infláveis da Equipe de Salvamento e Resgate.

Durante a operação de resgate, prevista para o último trimestre no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), serão empregados Helicópteros H-60 L (Black Hawk), do Esqudrão Harpia, aviões de patrulha P-95, além de uma embarcação da Marinha do Brasil.

A próxima missão
Mais uma atividade preparatória, na mesma região do litoral, deverá ocorrer, agora específica para os testes de enlace da estação de comunicações, a ser operada na base de operações (Ilha Santana-MA).

Um evento que possibilitará o gerenciamento de toda a operação, estabelecendo comunicação efetiva entre as aeronaves de resgate, patrulha, embarcação de apoio entre a Marinha e o CLA, por ser essa região bastante afastada da costa.

Expedition 25

Lançamento previsto: 30/09/2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Foguete ucraniano custará R$ 1 bilhão ao Brasil

Torre em Alcântara antes e depois do desastre



(Folha) A empresa criada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara deve custar ao país quase R$ 1 bilhão. O valor é dez vezes maior do que o estimado inicialmente para o capital da parte brasileira da empresa, cerca de R$ 100 milhões.

Especialistas ouvidos pela Folha têm apontado que, com a escalada de custos e com o tamanho limitado do mercado de lançamentos comerciais de satélites, a empresa pode ficar deficitária por até duas décadas.

Os custos incluem a construção do sítio de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 no CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara), no Maranhão, orçado em R$ 519 milhões.

Esse valor é o capital brasileiro da empresa. Um aporte de igual monta é esperado da Ucrânia, país que enfrenta dificuldades financeiras após a crise de 2008.

Além disso, há obras dentro e fora do CLA que servirão à binacional ACS (Alcântara Cyclone Space) e que são de responsabilidade do governo brasileiro.

Entre elas estão um porto e uma estrada no valor de R$ 180 milhões; construções que servirão tanto ao CLA quanto à ACS, de R$ 110 milhões; e obras dentro do próprio sítio do Cyclone de R$ 145 milhões.

Segundo o diretor de Licenciamento da AEB (Agência Espacial Brasileira), Nilo Andrade, a agência já pediu crédito suplementar para essas ações, além do previsto na proposta de Orçamento da União para 2011.

ATIVO TÓXICO
Um ponto polêmico das obras que o Brasil fará no sítio do Cyclone é a construção de um depósito de combustível para o foguete ucraniano, orçado em R$ 35 milhões.

Esse combustível, a hidrazina, é tóxico e não é usado pelos foguetes brasileiros.

A responsabilidade de pagar pelo depósito era da ACS, mas a empresa transferiu a conta para o Brasil, com anuência da AEB. A ACS, que teve sua pedra fundamental lançada anteontem pelo ministro Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia), prevê iniciar as operações em 2012.

CONTRA O TEMPO
Será uma corrida contra o tempo: as obras no sítio ainda não começaram, nem o foguete está pronto.

Abandonados pelos seus parceiros russos na fase de desenvolvimento, os ucranianos tiveram de refazer o sistema de controle do Cyclone-4 com tecnologia própria.

Segundo o diretor ucraniano da empresa, Oleksandr Serdyuk, o sistema novo já foi testado com sucesso, mas faltam US$ 70 milhões para completar o foguete, que devem vir de bancos europeus.

"O problema agora não é o lançador, é o sítio de lançamento", disse.

Mesmo iniciando as operações no prazo, não há clareza ainda sobre que fatia do mercado a ACS abocanharia.

Rezende diz que a empresa fará de quatro a cinco lançamentos por ano. O diretor brasileiro da ACS, o ex-ministro Roberto Amaral, fala em seis. Segundo ele, a empresa começaria a dar retorno em seis anos, cobrando até US$ 50 milhões por lançamento.

Um ex-diretor da ACS, João Luiz Azevedo, fez outra conta na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em julho.

Segundo ele, os custos crescentes da empresa e o mercado reduzido fariam com que a ACS ficasse 28 anos deficitária. Outros partilham sua opinião.

A principal limitação é o fato de que 40% dos satélites do mundo são americanos. Como o Brasil não tem um acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA, a ACS ficaria vedada a essa fatia.

"Tudo é arriscado", afirmou Rezende sobre montar uma empresa mesmo sem mercado garantido.

Ele considera que a ACS vale o risco por ser estratégica. Ela daria a chance ao país de ter um foguete próprio, já que há uma promessa da Ucrânia de repassar tecnologia do Cyclone ao país e o VLS-1 não servirá para lançar os satélites brasileiros.

O ministro afirmou que pretende propor um novo acordo com os EUA, só para a área de satélites.

Nova torre para lançamento tem dispositivos contra explosão

(Folha) A Aeronáutica resolveu minimizar a chance de um novo acidente com o VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) reduzindo o número de técnicos na área de risco e criando uma estrutura que permite fugir de incêndios.

A Folha entrou na nova TMI (Torre Móvel de Integração) do lançador, obra de R$ 43 milhões.

A estimativa é que a torre onde o foguete será montado e lançado fique pronta em dezembro. Ela passou mudanças em relação à que foi destruída em agosto de 2003, matando 21 técnicos.
O VLS agora será monitorado por sensores montados numa segunda torre, para detectar qualquer risco de incêndio ou explosão.

Segundo o diretor do CLA, Ricardo Rangel, só serão admitidas seis pessoas de cada vez em atividade de risco junto ao foguete. Em 2003, eram mais de 20.

Ao lado da TMI foi construída uma torre de concreto para possibilitar fugas.

Todos os quatro andares têm três buracos: um tem escadas, outro um tubo de ferro (como em quartéis de bombeiros) e outro -para fugas rápidas- de onde o sujeito simplesmente se joga, caindo num colchão de ar no subsolo, num túnel.

Há portas corta-fogo, mas elas não resistem muito tempo diante de uma temperatura de 2.000C estimada numa ignição como a de 2003. "Percebeu que tem problema, se manda", resume Rangel.

Expansão terá de retirar quilombolas, diz coronel

(Folha) O governo lançou sexta a pedra fundamental do sítio de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 na base de Alcântara, já com um novo alvo em vista: a porção nordeste da península que forma o município, onde vivem 2.000 quilombolas.

A Aeronáutica e o MCT pleiteiam uma área de 12.645 hectares para expandir o Programa Espacial Brasileiro.

Os quilombolas, que tiveram suas terras reconhecidas pela Justiça mas ainda aguardam sua homologação, dizem que não vão ceder.

A resistência dos descendentes de escravos já fez com que as atividades da ACS (Alcântara Cyclone Space) fossem confinadas ao CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), da Aeronáutica.
Originalmente o sítio deveria ficar num local vizinho à base, terra quilombola.

Mas os quilombolas não acham que o conflito com as atividades espaciais esteja resolvido. "Vamos achar quando nossas terras estiverem tituladas" diz Samuel Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alcântara.

Três representantes de comunidades quilombolas ouviram ontem, ressabiados, o diretor brasileiro da empresa, Roberto Amaral, criticando-os veladamente pelos atrasos no programa.

"Não temos culpa se atrasou. Cada comunidades tem direito de garantir seu próprio território", diz Araújo.

A próxima briga quilombola é com o próprio CLA, que aguarda parecer da Advocacia Geral da União um pedido de cessão de 12.645 hectares para o programa.

Segundo o coronel-aviador Ricardo Rangel, diretor do CLA, a área é vital para projetos como os foguetes da família Cruzeiro do Sul, que devem substituir o VLS (Veículo Lançador de Satélites).

Rangel diz que os requisitos de segurança, como um raio de 10 km livres em volta do sítio de lançamento, tornam necessária a expansão.

"Hoje nós temos reservados 8.731 hectares para o CLA. Isso só permite o sítio do VLS e o da ACS", afirma.

Não é o suficiente para foguetes maiores, capazes de colocar em órbita satélites geoestacionários, ou lançamentos em órbita polar, diz.

"Um lançamento polar teria de passar por cima da cabeça das comunidades. Se perdermos o setor nordeste, fica muito difícil fazer lançamento polar", continua.

Para ele, "é preciso decidir entre o interesse de 2.000 pessoas que moram no setor Nordeste versus 190 milhões de brasileiros."

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Discovery se prepara para decolar ao espaço pela última vez

Nave deve ser movida para plataforma de lançamento em 21/9 e estar pronta para decolar em 1º/11

Frota de ônibus espaciais se aposentará em 2011

(BBC / Estadão) A Discovery se prepara para decolar para o espaço pela última vez, depois que os técnicos reinseriram uma porca de separação principal que caiu na última sexta-feira.

O orbitador foi agora preso ao seu tanque externo de combustível e está programado para sua 39ª e última missão para a Estação Espacial Internacional em 1º de novembro.

Uma porca interna no lado esquerdo do ônibus saiu da posição e caiu para dentro do compartimento de popa durante os preparativos para o voo.

A decolagem da Discovery está prevista para ser o penúltimo lançamento antes de a frota de ônibus espaciais se aposentar em 2011.

O orbitador Endeavour está programado para se lançar ao céu em 26 de fevereiro. Esta deverá ser a 140ª e última viagem do programa.

Peça problemática
A Discovery foi rebocada do sua plataforma para o conjunto da Nasa do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na quinta-feira.

Mas, depois de os técnicos conseguirem juntar um parafuso grande no sistema de separação no lado inferior direito da barriga da nave, uma porca interna saiu fora de posição e caiu.

Os parafusos garantem que o tanque de combustível se separa da nave após a embarcação atravessar a atmosfera.

O problema com a porca foi resolvido com êxito, no sábado, e no parafuso tinha sido reposicionado.

Ainda assim, houve um outro atraso, após a nave ser levada para o prédio da NASA com um dia de atraso por causa de uma válvula de água quebrada.

Missão final
Se tudo correr bem, a Discovery deve ser movida para a plataforma de lançamento em 21 de setembro e estar pronta para a decolagem em 01 de novembro.

A tripulação STS-133, liderada pelo comandante Steve Lindsey, vai entregar peças de reposição, suprimentos e um novo módulo à ISS.

Os astronautas planejam viajar para o Centro Espacial Kennedy em 12 de outubro. Eles irão, em seguida, participar de uma contagem regressiva de ensaio geral, alguns dias depois.

A Discovery deverá atracar na ISS em torno da 1:00 em 03 de novembro e voltar à Terra em 10 de novembro, desembarcando no Kennedy Space Center, em 12 de novembro.

Depois disso, a nave, a mais antiga em serviço, deve ficar em exposição pública, provavelmente no National Air and Space Museum em Washington DC.

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Matéria similar no DN - Portugal

Voluntários de voo simulado a Marte completam 100 dias de isolamento

Nenhum dos 'marsonautas' demonstrou vontade de abandonar o projeto até este ponto, dizem cientistas

Membro da tripulação Marte 500 treina em módula da "nave espacial" simulada. Divulgação/ESA

(Efe / Estadão) Os seis voluntários do voo simulado a Marte completaram, nesta sexta-feira, 10, os primeiros cem dias de isolamento do mundo exterior, de um total de 520.

"Mais de três meses depois do início do experimento, os participantes se sentem bem. Seus estados físico e psicológico são bons. Não há queixas nem dos integrantes nem dos médicos, que os observam e que não detectaram nenhum problema", destacou Evgueni Diomin, diretor técnico do projeto.

Além disso, Diomin disse que nenhum dos "marsonautas" demonstrou vontade de abandonar o projeto, e acrescentou que lhes falta tempo para analisar essa possibilidade, já que contam com um programa de trabalho muito amplo.

"O programa inclui um total de 105 experimentos. Todos eles estão em andamento, uns sendo realizados com maior intensidade que outros", disse.

Segundo os cálculos, a nave espacial se encontraria agora na trajetória de voo a Marte, a 20 milhões de quilômetros da Terra e a 190 milhões de quilômetros do planeta vermelho.

A fim de compensar a eventual perda de massa muscular em decorrência das condições de voo, os participantes do experimento aumentaram sua atividade física e utilizam com maior assiduidade a esteira, a bicicleta ergométrica e outros equipamentos.

"Obviamente também são levados em conta os testes relacionados com a observação de seu estado de saúde, dos processos metabólicos no organismo", assinalou o diretor do projeto Marte-500 à agência Interfax.

Respondendo à pergunta sobre se o Instituto de Problemas Biomédicos da Academia de Ciências da Rússia, organizador do experimento e em cujas instalações se realiza a simulação, ia comemorar os 100 dias do projeto, Diomin disse que a data a comemorar é outra.

"Acho que do ponto de vista das celebrações, a tripulação leva em conta outra data, os 105 dias. Para eles, essa é uma data mais significativa, já que com ela batem a marca anterior (de isolamento em um voo simulado a Marte)", indicou.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a russa Roscosmos lançaram em 2004 este ambicioso projeto, ao qual a China se filiou posteriormente e que conta com a colaboração de países como Estados Unidos e Espanha.

Em novembro de 2007 foi realizado o primeiro experimento preparatório, no qual seis voluntários russos permaneceram isolados durante duas semanas. Já em julho do ano passado ocorreu uma simulação de voo de 105 dias ao planeta vermelho.

No dia 3 de junho deste ano, começou a reclusão de 520 dias dos seis voluntários que integram esta nova fase do experimento, que servirá para estudar a compatibilidade psicológica e a tolerância dos membros de uma tripulação durante um voo interplanetário.

Seus participantes - os russos Sujrob Kamolov, Alexei Sitev e Alexandr Smolenski, o ítalo-colombiano Diego Urbina, o francês Romain Charles e o chinês Wang Yue - compartilharão durante um ano e pouco mais de cinco meses os 550 metros cúbicos dos quatro módulos cilíndricos que formam o simulador.

O tempo de isolamento é referente aos 490 dias de duração da viagem de ida e volta a Marte, além de outros 30 que representam a estadia no planeta.

Na fase "marciana" do experimento, será empregado um simulador da superfície do Planeta Vermelho, de 1.200 metros cúbicos, para o qual os participantes do experimento sairão com seus escafandros.

Segundo as normas do experimento, qualquer participante pode abandonar o isolamento voluntário sem a necessidade de explicar os motivos.

Se isso acontecer, será considerado que o "marsonauta" faleceu durante o voo.

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Matérias similares no Terra e iG

Nave russa se acopla à Estação Espacial Internacional

(AFP / Terra) A nave de carga russa Progress se acoplou neste domingo à Estação Espacial Internacional (ISS) com 2,5 toneladas de material e suprimentos, anunciou o centro de controle de voos espaciais em Moscou.

"A nave Progress M-07M se acoplou às 15H58 de Moscou (11H58 GMT) (...) em modo automático", indicou um porta-voz do centro, citado pela agência russa de notícias Itar-Tass.

A nave levou para a ISS alimentos, água, combustível e material científico, incluindo fungos e bactérias que serão usados em experimentos.

A ISS está em órbita a 350 km da Terra, e é ocupada atualmente por seis astronautas, três russos e três americanos.
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Japão lança foguete com satélite para sistema GPS

H-2A foi lançado de base no sudoeste do país. Satélite vai complementar serviços de localização geográfica japoneses.


(AFP / G1) O foguete japonês H-2A foi lançado neste sábado (11) de uma base no país, levando ao espaço um satélite destinado a complementar o sistema GPS para os serviços de localização geográfica que operam no país, segundo imagens transmitidas ao vivo pela Agência de Exploração Espacial japonesa (Jaxa).

A Jaxa e o grupo industrial Mitsubishi Heavy Industries (MHI) operaram o lançamento neste sábado às 20H17 (8h17 de Brasília), como previsto.

Passados vários minutos do lançamento, "o voo seguia normalmente", comentou a agência.

O foguete H-2A, que transporta o satélite "Michibiki", saiu da base de Tanegashima (sudoeste).

Uma vez posicionado, o satélite emitirá sinais para o sistema GPS. Estas informações serão recebidas no Japão, na Austrália e em parte da Ásia.
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Matéria similar no Terra

sábado, 11 de setembro de 2010

IAE Inicia Montagem de Sistema Tubeira Móvel do VLS


(IAE / Brazilian Space) O sistema tubeira móvel para o propulsor S-43 do 6º Ensaio de Queima, Operação Uirapuru, está sendo integrado no Laboratório de Propulsão da Divisão de Propulsão Espacial (APE). Atualmente, é realizada confecção da tubulação do circuito hidropneumático do SATM (Sistema de Alimentação da Tubeira Móvel) na saia traseira do 2º estágio.

O caminho a ser percorrido pela tubulação é pré-determinado pelo layout 3D, em PRO-E, da Saia Traseira do 2º Estágio. Para auxiliar na dobra dos tubos no caminho correto dentro da saia, os principais componentes do SATM foram previamente posicionados. Posteriormente os componentes e tubos serão desmontados e testados individualmente.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Rússia envia nave de carga para a Estação Espacial Internacional

A Progress transporta mais de 2,5 toneladas de comida, água, oxigênio e outros suprimentos

(AP / Estadão) O controle espacial russo informa que uma nave de carga não tripulada foi lançada com sucesso numa missão para levar suprimentos à Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave Progress M-07M partiu do cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, e deve se ligar à ISS no domingo.

A Progress transporta mais de 2,5 toneladas de comida, água, oxigênio e outros suprimentos para os astronautas a bordo da estação. Ela também leva cartas e filmes para os seis tripulantes.

Estão atualmente a bordo da ISS os americanos Shannon Walker, Tracy Caldwell Dyson e Douglas Wheelock, além dos russos Alexander Skvortsov, Mikhail Kornienko e Fyodor Yurchikhin.

Lançada Pedra Fundamental da Empresa ACS


(O Estado do Maranhão / Brazilian Space) Foi lançada na manhã de ontem na cidade de Alcântara (MA) a pedra fundamental para a construção do complexo terrestre da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) – parceria Brasil/Ucrânia - , que é considerado o ponto-chave para a projeção brasileira no mercado aeroespacial. Obras deverão ter a duração de dois anos.
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Matéria similar no Inovação Tecnológica

China lançará segunda sonda lunar até o fim do ano

(France Presse / Folha) A China lançará sua segunda sonda lunar até o fim do ano, enquanto seguem os preparativos para enviar astronautas à Lua até 2020, indicou nesta sexta-feira a imprensa estatal.

"Pretendemos realizar um voo de testes até o fim do ano", disse Wu Weiren, engenheiro que supervisiona o programa Chang'e-2, citado pelo jornal "Diário do Povo".

A primeira sonda lunar chinesa foi lançada em outubro de 2007.

A China se transformou no terceiro país do mundo a mandar um homem ao espaço em 2003, com uma missão tripulada por Yang Liwei.

Em janeiro de 2007, a China surpreendeu o mundo ao destruir um se seus próprios satélites meteorológicos, em um teste que alguns países ocidentais, entre eles os Estados Unidos, consideraram uma iniciativa de escalada da corrida armamentista espacial.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nasa prepara ônibus espacial Discovery para missão final

Tripulação instalará um novo módulo na Estação Espacial Internacional

(iG) O ônibus espacial Discovery já está sendo preparado para sua missão final. A nave espacial já está dentro do Kennedy Orbiter Processing Facility-3, enquanto seus foguetes sólidos serão empilhados dentro do Vehicle Assembly Building, ambos localizados no Kennedy Space Center.

Uma espécie de estilingue de metal será ligado à nave espacial e, em seguida, os operadores irão abastecê-la e deixá-la na posição correta para o lançamento. A tripulação embarcará apenas no dia do lançamento. A missão de 11 dias, chamada STS-133, tem previsão para partir da Terra no dia 1º de novembro, às 4:40 (horário local).

Durante o vôo espacial do ônibus espacial Discovery, os tripulantes instalarão um novo módulo a Estação Espacial internacional, além de levarem uma série de peças de reposição. A missão final dos âniubus espaciais acontecerá em fevereiro de 2011, com o último voo do Endeavour.

IAE Apresenta Maquetes em Exposição da Força Aérea Brasileira


(IAE / Brazilian Space) O IAE foi um dos destaques no estande da Força Aérea Brasileira (FAB), durante as comemorações da Semana da Pátria, em Brasília. Dentre a exposição de aeronaves, foguetes e equipamentos, foram apresentadas maquetes 1:1 dos foguetes VSB-30 e VS-40, preparadas pela Divisão de Mecânica (AME) do instituto.

Segundo o chefe da mecânica, Valderci Giacomelli, esse também é um trabalho importante, pois possibilita a divulgação dos projetos espaciais desenvolvidos pelo instituto.

Os foguetes VSB-30 e VS-40 chegaram à capital brasileira após três dias de viagem e 1200 km de percurso desde a cidade de São José dos Campos. Caminhões do DARJ partiram no dia 27 de agosto levando inclusive as carretas que serviram de suporte aos foguetes.

O embarque da equipe de técnicos da AME aconteceu na segunda-feira, dia 01 de setembro, para a montagem dos veículos, na Base Aérea de Brasília. As maquetes foram levadas ao Parque de Exposição do Ministério da Defesa, no Parque da Cidade, na sexta feira, dia 03 de setembro.

As maquetes do IAE retornam do evento, na sexta-feira, dia 10, após a desmontagem iniciada na quarta-feira, diretamente para o depósito de containeres no almoxarifado, com previsão de utilização pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Foguete nacional só deve decolar em 2015


(Folha) Sete anos após o incêndio que matou 21 pessoas na base de Alcântara, Maranhão, finalmente a torre de lançamento do VLS-1, o Veículo Lançador de Satélites brasileiro, está quase completa. Ela será inspecionada nesta quinta-feira pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

O foguete, porém, só deve realizar um lançamento completo em 2015, quase uma década depois da promessa inicial do governo.

A previsão consta de um documento do Ministério da Ciência e Tecnologia. Nele, o primeiro voo de teste do VLS-1, com apenas dois de seus quatro estágios, está agendado para 2012 ou 2013. Um teste do foguete completo, mas sem carga útil, ocorre até 2014.

O brigadeiro Francisco Pantoja, diretor do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), órgão da Força Aérea que desenvolve o VLS, diz que o lançamento em 2015 só acontece no pior cenário. "Pode ser que o voo com carga útil aconteça antes. Tudo depende dos resultados dos ensaios", diz.

Em agosto de 2003, quando a torre de integração do foguete pegou fogo, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, prometeu o VLS para 2006.

Mas problemas na licitação da nova torre impediram que o IAE cumprisse o cronograma. Além disso, o projeto sofreu uma revisão completa, que levou à necessidade de novos testes.

ESTRANHO NO NINHO
Enquanto o VLS não vem, o país espera poder lançar de Alcântara outro foguete, o ucraniano Cyclone-4.

O Brasil criou com a Ucrânia uma empresa binacional, a ACS (Alcântara Cyclone Space), para vender lançamentos de satélite.

A empresa, cujo diretor brasileiro é Roberto Amaral, foi instituída em 2006. Ela terá sua pedra fundamental lançada hoje por Rezende.
A presença da ACS dentro do CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara) incomoda militares, pois cria competição por recursos do programa espacial.

Enquanto o projeto do VLS e a infraestrutura associada estão no patamar dos R$ 60 milhões por ano, os investimentos em centros de lançamento --que incluem o CLA, mas também o sítio do Cyclone-4-- chegaram a R$ 200 milhões em 2009.

O VLS é considerado por especialistas um "beco sem saída" tecnológico. Ele pode levar cargas úteis de apenas 150 kg, um décimo do peso de satélites como o sino-brasileiro CBERS. Rezende reconhece a limitação, mas aposta que o VLS poderia cada vez mais ser usado para microssatélites, tendência no setor.

Enquanto isso, o MCT quer usar o Cyclone para lançar um trio de satélites do Inpe a partir de 2012: o Amazônia-1 (de monitoramento de florestas), o Lattes (de astrofísica) e o GPM-Br (meteorológico).

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Empresa Alcântara Cyclone Space

Evento acontecerá amanhã, no Centro de Lançamento de Alcântara, com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, SérgioRezende e dos diretores-gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk, representantes da parte brasileira e ucraniana
O diretor da ACS parte brasileira, Roberto Amaral, destaca importância do Programa Espacial Brasileiro
(O Estado do maranhão / Brazilian Space) Um passo decisivo para o Programa Espacial Brasileiro será dado amanhã e terá como cenário a cidade de Alcântara (MA). Trata-se da solenidade de lançamento da pedra fundamental da empresa binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS), que marca simbolicamente o início das obras de construção do complexo espacial. O evento, previsto para as 11h, terá a participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e dos diretores-gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk, representantes da parte brasileira e ucraniana, respectivamente, da empresa.

Na ocasião, além de ser anunciado o cronograma de atividades referentes às obras dos sítios de lançamento, será assinado o convênio que permitirá o repasse de recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia para a infraestrutura do Centro Sociocultural Santos Dumont, instituição que será administrada pela empresa e que oferecerá para a comunidade alcantarense cursos profissionalizantes e espaço para a divulgação da cultura local. Segundo o diretor da parte brasileira da empresa, Roberto Amaral, o lançamento da pedra fundamental é um marco histórico para o Brasil. “Estamos vivendo um momento novo e promissor para a era espacial. Pode ser considerado um momento de mudanças para o Brasil e para o Maranhão”, afirmou Amaral, em entrevista exclusiva a O Estado.

As obras do sítio de lançamento, de onde será lançado o foguete de tecnologia ucraniana Cyclone 4, deverão ser iniciadas em um prazo médio de 30 dias. Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) concedeu licença ambiental definitiva que permite a instalação do sítio. “Com a licença ambiental, já estamos plenamente autorizados para iniciar as obras. Em agosto passado, tivemos a permissão para começar o processo de supressão vegetal”, destacou Roberto Amaral.

Desenvolvimento - O complexo espacial da empresa Alcântara Cyclone Space ocupará uma área de quase 500 hectares do município de Alcântara. A estrutura administrativa e os sítios de lançamentos serão construídos dentro de uma área que já pertence ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), cedida pelo Ministério da Defesa, em 2008, com o intuito de solucionar o impasse com comunidades quilombolas. Pelo projeto original, os sítios da ACS estariam localizados em uma área hoje povoada pelas comunidades Mamuna, Baracatatiua e Brito. Com o impasse para remanejamento de antigos moradores que reivindicaram na Justiça o direito de permanecer na área, a empresa recuou e reformulou o projeto original.

Por causa das divergências com algumas comunidades que, no início, apresentaram resistência à implantação do Programa Espacial Brasileiro, o projeto Alcântara Cyclone Space foi modificado e a empresa binacional buscou um diálogo maior com os moradores de Alcântara. No entanto, o entrave causou um atraso acentuado no cronograma do programa e impedindo que o foguete de tecnologia ucraniana Cyclone 4 fosse lançado neste ano. A missão foi transferida para 2012.

Apesar dos entraves que adiaram a primeira fase de implantação da empresa, a solenidade de consolidação da ACS em Alcântara, amanhã, representa um passo decisivo para colocar o Brasil em um patamar importante na exploração de sítios de lançamento com fins comerciais, atraindo parcerias com outros países. Estima-se que, com a infra- estrutura inicial, a binacional terá condições de executar seis lançamentos por ano, possibilitando que outros países tenham interesse em fazer operações espaciais em Alcântara por meio do aluguel do sítio de lançamento.

Outro ponto positivo previsto pelo projeto Alcântara Cyclone Space são os benefícios indiretos que deverão ser proporcionados aos moradores de Alcântara, não só ligados a geração de empregos, mas com as atividades que serão desenvolvidas pelo Centro Sócio Cultural Santos Dumont, que será implantado em um sobrado no centro de Alcântara. O local oferecerá cursos profissionalizantes em diversas áreas, como marcenaria, serralheria, entre outras.

MAIS
A empresa binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS) foi oficialmente constituída em 31 de agosto de 2006, quando seu estatuto foi aprovado e publicado no Diário Oficial da União do Brasil por meio da portaria número 599 do Ministério de Ciência e Tecnologia. A primeira reunião do Conselho de Administração da ACS foi realizada em 30 de agosto de 2007. O investimento inicial de cada país era de US$ 4,5 milhões. O tratado estabelece ainda que os dois países devem integralizar o capital da empresa até um total de US$ 105 milhões. Em reunião realizada em Kiev, capital da Ucrânia, em junho de 2008, decidiu- se por aumentar o capital da empresa para US$ 375 milhões.

Mau tempo adia lançamento de cargueiro Progress à ISS

(Efe / Terra) O lançamento do cargueiro russo Progress M-07M, previsto para esta quarta-feira à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), foi adiado para sexta-feira devido às más condições do tempo, informaram fontes da base de Baikonur (Cazaquistão).

"Na região de Baikonur atualmente há ventos fortes", disse uma fonte de Baikonur à agência russa agência Interfax. Acrescentou que a decisão de adiar o lançamento da nave, previsto para as 8h11 (de Brasília), foi tomada pela comissão estatal nesta manhã, após receber os relatórios dos meteorologistas.

A Progress M-07M levará 2,5 toneladas de cargas vitais à ISS, atualmente tripulada pelos cosmonautas russos e astronautas americanos.
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Matérias similares no G1, iG e Folha

Rússia coloca 3 novos satélites em órbita

(Efe / Terra) A Rússia colocou em órbita nesta quarta-feira, com ajuda de um foguete "Rokot" dois satélites militares da série "Cosmos" e um de telecomunicações, o "Gonets-M", informou o Ministério da Defesa do país.

"Após serem colocados em órbita, os satélites de uso militar receberam os números de ordem ''Cosmos-2467'' e ''Cosmos-2468''", informou à agência "Interfax" Alexei Zolotujin, porta-voz do ministério.

O "Gonets-M", com massa de 270 quilos, fará parte do sistema de telecomunicações de mesmo nome, criado para transmissão e recolha de informação entre seus assinantes.

"Assim que os satélites iniciaram seu voo autônomo, o controle deles foi assumido por seus administradores", disse Zolotujin.

O lançamento do foguete que colocou os três artefatos em órbita foi efetuado a partir da base de Plesetsk, na parte norte da Rússia europeia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Projeto cria programa para desenvolvimento da indústria espacial

Objetivo da proposta, em tramitação na Câmara dos Deputados, é propiciar ao Brasil a autonomia tecnológica necessária ao desenvolvimento industrial ligado ao setor espacial

(Agência Câmara / JC) A Câmara analisa o Projeto de Lei 7526/10, do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, que institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Espacial (Padie) e estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no setor espacial.

O objetivo da proposta - relatada pelo deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) - é propiciar ao Brasil a autonomia tecnológica necessária ao desenvolvimento industrial, conforme prevê a Constituição nos artigos 218 e 219.

O Conselho de Altos Estudos é presidido pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) e integrado pelos deputados Ariosto Holanda (PSB-CE), Félix Mendonça (DEM-BA), Fernando Ferro (PT-PE) Humberto Souto (PPS-MG), Jaime Martins (PR-MG), José Linhares (PP-CE), Mauro Benevides (PMDB-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Emanuel Fernandes (PSDB-SP) e Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE).

Infraestrutura
O projeto busca implantar um "esforço sistemático para desenvolver e operar sistemas espaciais, com a necessária e correspondente infraestrutura".

Esta infraestrutura inclui o conjunto de instalações, sistemas ou equipamentos de superfície; serviços associados que proporcionam o apoio necessário à efetiva operação e utilização dos sistemas espaciais, inclusive centros de lançamento de veículos lançadores de satélites, de foguetes e de balões estratosféricos; laboratórios especializados de fabricação, testes e integração de componentes, partes e peças de dispositivos espaciais; estações e centros de rastreamento e controle; bem como os serviços de recepção, tratamento e disseminação de dados obtidos ou gerados por meio de satélites.

Inclui também o conjunto de bens, serviços e atividades espaciais correlatas à execução do ciclo completo dos serviços de lançamento e controle de dispositivos espaciais.

Pré-requisitos
O Padie prevê a pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo.

Podem ser beneficiadas pelo programa as pessoas jurídicas que produzam bens e prestem serviços relativos às atividades espaciais no país. Para fazer jus, elas deverão apresentar projeto de fabricação ou prestação de serviço, cuja aprovação ficará condicionada aos seguintes critérios: atuar preponderantemente no setor espacial; ser homologada por órgão responsável pela gestão das atividades espaciais; comprovar regularidade fiscal; e ter processo produtivo aprovado com índices mínimos de nacionalização previstos em regulamento, conforme a natureza do bem fabricado.

O prazo para apresentação dos projetos é de quatro anos, contados da publicação da lei, prorrogável por até mais quatro anos. O governo federal deverá regulamentar os procedimentos e prazos para apreciação dos projetos.

Na oferta no mercado interno, ou na exportação de bens aprovados pelo programa, fica assegurada ao beneficiário do Padie uma redução de 100% (ou seja, na prática a isenção) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Além disso, ficam suspensos: a exigência de Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pis/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); a exigência da contribuição para o Pis/Pasep-Importação e da Cofins-Importação; o IPI incidente na saída do estabelecimento industrial ou equiparado; o IPI incidente na importação.

Tramitação
O projeto terá análise conclusiva (na qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário) das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ibama autoriza construção de nova base de lançamento em Alcântara

Empreendimento no Maranhão é resultado de acordo entre Brasil e Ucrânia. Licença de instalação foi assinada pelo presidente do instituto.

(G1) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou em seu site nesta segunda-feira (6) ter autorizado a implantação do Complexo Terrestre Cyclone IV, uma base de lançamento de veículos espaciais que inclui as estruturas dos complexos técnico e de lançamento, do posto de comando e da área de armazenamento de combustível.

A plataforma é empreendimento do Brasil e da Ucrânia, e vai ficar no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

A licença de instalação foi assinada nesta segunda pelo presidente do Ibama, Abelardo Bayma. Segundo o instituto, trata-se da segunda fase do processo de licenciamento ambiental iniciado em 2009, com audiências públicas que antecederam a licença prévia.
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Satcol: mais um capítulo


(Panorama Espacial) No início da semana passada, passou-se mais um capítulo do já complicado programa colombiano para a aquisição de um satélite geoestacionário de comunicações, conhecido como Satcol. Após um processo de avaliação de propostas entregues por interessados no início de agosto, Bogotá declarou mais uma vez deserta a licitação, isto é, nenhuma das propostas atendeu os requisitos mínimos exigidos. A informação é do jornal local "El Tiempo".

De acordo com informações oficiais, disponíveis no website do Ministério das Comunicações da Colômbia (Mintic), dois grupos apresentaram propostas: a China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), da China; e a norte-americana Orbital Sciences Corporation (OSC).

A CGWIC, que já tem presença relevante na América do Sul (o Venesat-1, da Venezuela, foi construído pelo grupo chinês, que também negocia com a Bolívia em relação ao projeto do Tupac Katari), apresentou uma proposta relativamente bem detalhada, mas sem vários documentos e informações exigidos no processo levado a cabo pelo Mintic. Assim, foi considerada insatisfatória.

Já a "oferta" da OSC nem sequer foi considerada como uma proposta de fato. A empresa americana apresentou apenas um folder contendo informações de caráter técnico-comercial, ignorando algumas exigências de documentos específicos exigidos no processo. Por esta razão, o governo colombiano considerou que o interesse da Orbital não se constitui como uma proposta, tendo sido, portanto, ignorada.

O documento com todas essas informações traz, aliás, muitos outros dados interessantes, inclusive técnicos. Apesar do pedido da CGWIC, o Mintic, nos termos da legislação colombiana, considerou todos os dados como públicos, tendo os divulgado. Há, por exemplo, uma tabela de confiabilidade dos satélites da série DFH, desenvolvida e construída pela CGWIC. Nela são listados cinco satélites já colocados em órbita, inclusive o Venesat-1. Destes, dois (Sinosat 2 e NIGCOMSAT 1) tiveram falhas operacionais, tendo já sido retirados de serviço. Embora na tabela conste que o satélite de comunicações venezuelano está 100% operacional, foi incluída uma observação: "existem informações contraditórias sobre o estado deste satélite com falhas similares aos outros modelos de voo DFH nos painéis solares. Logo, diante da falta de informação de caráter oficial, não foram consideradas perdas de capacidade operacional para este satélite."

Em junho de 2009, o blog já havia divulgado rumores sobre falhas no Venesat-1, que circulavam no mercado. Alguns meses depois, porém, o governo de Hugo Chávez negou quaisquer falhas.

Resta agora saber qual será a alternativa que o governo da Colômbia buscará para atender o programa Satcol, que talvez seja muito exigente por aquilo que Bogotá está disposta a pagar. No final de 2009, o governo colombiano já havia declarado a concorrência como deserta, após ter recebido uma proposta, considerada também insatisfatória, da companhia russa Reshetnev. Chama, aliás, atenção o fato de fabricantes europeus como a Thales Alenia Space e a EADS Astrium não terem feito ofertas nesta última fase.